O tratamento por ventosas ou ventosaterapia é uma abordagem muito antiga para a saúde moderna, que consiste em uma técnica terapêutica que utiliza uma força de vácuo criada sob um pequeno vaso ou copo aplicado na superfície da pele.

Trata-se de um tipo de tratamento natural no qual são usadas ventosas para melhorar a circulação sanguínea em zonas específicas do corpo. Para isso, as ventosas criam um efeito de vácuo que ao sugarem a pele, provocam uma dilatação do diâmetro dos vasos sanguíneos no exato local que se pretende, fazendo com que haja uma maior oxigenação dos tecidos, o que facilita a libertação de toxinas do sangue e do músculo.

Esta abordagem concentra-se no sangue e também nas substâncias autólogas de uma área específica, estimulando a atividade metabólica, melhorando a função imunológica e estabilizando a bioquímica do sangue. Esta técnica terapêutica utiliza a força do vácuo criada no interior da ventosa aplicada na superfície da pele.

Esta atividade proporciona aos profissionais de saúde uma exploração aprofundada da terapia com ventosas, uma antiquíssima técnica de cura que chegou à medicina contemporânea, auxiliando os participantes a explorar o contexto histórico, os métodos e as vantagens da ventosaterapia, abrangendo a sua utilização no tratamento da dor, distúrbios muscoloesqueléticos e vários outros problemas de saúde.

Os profissionais de saúde estão hoje equipados com as necessárias ferramentas para aprimorar a competência necessária na tomada de decisões informadas sobra a incorporação da terapia com ventosas no atendimento ao paciente, com vista a melhorar os resultados do paciente e promover uma abordagem holística para a cura.

A ventosaterapia é uma prática tradicional que remonta a tempos longínquos, já praticada pelos egípcios e macedónios há cerca de 5 mil anos, tendo os egípcios mais tarde transmitido este método aos gregos. A terapia com ventosas foi exaustivamente documentada e transmitida a diversas civilizações, incluindo Chinesa, Romana e comunidades islâmicas. Com o tempo, a terapia com ventosas foi-se estendendo a inúmeras partes do mundo e tem sido utilizada de forma consistente, excepto nos EUA onde a sua popularidade decaiu significativamente no último século.

Nos últimos anos, as práticas de terapia através de ventosas evoluíram consideravelmente resultando na sua classificação em 5 categorias principais.

Tipos técnicos – a terapia abrange uma variedade de tipos técnicos, que incluem ventosas secas, húmidas, flash e de massagem;

Poder de sucção – pode ser aplicada com vários níveis de sucção, normalmente categorizada como sucção leve, média, forte ou pulsátil;

Métodos de sucção – pode ser realizada usando diferentes métodos, como ventosas com fogo, manuais, elétricas e vácuo;

Terapias adicionais – a terapia com ventosas pode ser combinada com outras, incluindo procedimentos com agulha, fitoterapia, magnéticas, estimulação elétrica, água e ventosas aquáticas.

Condições e áreas específicas – a terapia com ventosas pode ser personalizada para atender a condições e áreas específicas, incluindo terapias com ventosas cosméticas, desportivas, ortopédicas, abdominais, faciais e específicas para homens e mulheres.

Embora as técnicas de ventosas húmidas e secas permaneçam relevantes na medicina contemporânea, uma meta-análise da eficácia da terapia de ventosas no tratamento da dor nas costas, indicou que a maioria dos estudos que atendem aos critérios de inclusão se focarem principalmente na ventosa seca, essa preferência é provavelmente atribuída à natureza não invasiva da ventosa seca, mais do que à ventosa húmida. As potenciais vantagens dos níveis de invasividade reduzida superam o impacto fisiológico adicional que a ventosa húmida pode oferecer.

Não obstante o mecanismo através do qual a ventosaterapia exerce os seus efeitos terapêuticos permanece não identificado, existindo no entanto vários estudos e teorias coincidentes que comprovam a sua eficácia no tratamento sintomático de várias doenças. É uma terapia versátil que beneficia a saúde em geral e trata com eficácia as queixas localizadas e sistémicas.

As técnicas de ventosas secas e húmidas podem ser aplicadas para alívio eficaz da dor muscoloesquelética. No entanto, a ventosaterapia seca é frequentemente a preferida nas sociedades ocidentais porque apresenta riscos significativamente menores de exposição a fluídos com risco biológico, tornando-a uma opção mais segura para profissionais e pacientes. Todavia, apesar do risco menor, as evidências sugerem que a ventosa húmida pode proporcionar benefícios mais amplos aos pacientes.

Segundo o National Center for Biotechnology Information, Maryland, EUA, pesquisas realizadas indicam que a ventosaterapia húmida pode ser benéfica para distúrbios sistémicos, incluindo condições relacionadas com a obesidade, hipertensão, doenças autoimunes e inflamatórias, diabetes mellitus, distúrbios psiquiátricos, infeções sistémicas e doenças da pele.

A terapia com ventosas pode atingir vários locais anatómicos e a escolha desses locais depende da doença ou condição específica em tratamento, mas é frequentemente administrada em regiões com tecido muscular abundante, como costas, tórax, abdómen e nádegas.

Devem contudo ser consideradas as contraindicações na realização da ventosaterapia a fim de garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes, nomeadamente evitando áreas com trombose venosa, feridas expostas ou fraturas ósseas. Indivíduos com doença oncológica, falência de órgãos, doenças sanguíneas ou portadoras de qualquer dispositivo médico electrónico implantado, devem igualmente ser excluídas deste tipo de tratamento.