Se atentarmos na definição que a maioria dos dicionários mais comuns atribui ao conceito de bem-estar, concluiremos que corresponde a um estado de satisfação em que a pessoa se sente bem, física e emocionalmente, nas suas relações familiares, amigos e colegas de trabalho, na sua atividade profissional, nos seus tempos livres e de uma maneira geral com a sua saúde.
Assim poderemos dizer que bem-estar significa, para a pessoa que o refere, ter a capacidade de suprir todas as suas necessidades e estar satisfeito com a vida, todavia, quando nos referimos a saúde, queremos significar habitualmente, viver num estado de mais completo bem-estar físico, mental e social, situações diferentes, mas que se interligam.
Para além dessas, o conceito de bem-estar é muito mais abrangente, onde se incluem a satisfação das necessidades físicas e espirituais, a satisfação agradável de segurança, conforto e tranquilidade, de onde se infere que o conceito está igualmente muito ligado aos prazeres e contentamento pessoais.
O conjunto de práticas que designamos por bem-estar, além da saúde no seu sentido mais amplo, engloba ainda muitos outros aspetos tendo o seu conceito surgido pela primeira vez no século XVI para designar a satisfação das necessidades físicas, mas tendo evoluído no XVIII para se referir à situação material que permite satisfazer as necessidades da existência humana.
Atualmente o bem-estar físico, social, económico e mental, está muito associado aos ambientes profissionais, liderados principalmente pelas novas áreas de psicologia em recursos humanos nas empresas, depois de se ter concluído que o bem-estar no trabalho é um dos principais fatores que garantem uma boa harmonia e felicidade de cada trabalhador, estratégias que têm vindo a ser implementadas pelos empregadores, proporcionando-lhes um significativo aumento da produtividade.
Durante muitos anos, o conceito de bem-estar no trabalho foi associado aos elevados salários recebidos pelos colaboradores, por mais que isso custasse à sua saúde física e mental, pois o valor atribuído a um emprego era medido em função do poder aquisitivo que as entidades patronais podiam oferecer ao trabalhador. Porém, através da força dos movimentos sociais e dos valores promovidos pelas novas gerações, o mercado passou por uma importante transformação, proporcionando atualmente, ambientes de trabalho harmónicos, pautados pelo respeito e empatia, objetivos últimos a atingir pela maioria das empresas.
Devido a fatores como, maior exigência dos clientes, orçamentos mais apertados devido à crescente concorrência e à maior dificuldade em encontrar novos talentos, a produtividade dos colaboradores de uma empresa é hoje mais importante que nunca. Além disso, a par de um maior nível de exigência, em muito devido ao crescimento de empresas online de grande dimensão com uma cultura de agradecimento instantâneo, permanentemente alimentada pela internet, dá origem a que os consumidores estejam menos disponíveis para esperar pelo que precisam ou querem adquirir.
Estes são apenas alguns de uma longa lista de factos que levam à conclusão de que as organizações estão a ser desafiadas a fazer mais, muito mais, o que significa que os níveis de produtividade dos seus colaboradores terão de ser tão elevados quanto possível, maximizando assim a contribuição individual que terá de fazer mais por menos, situação que poderá tornar-se insustentável ao criar mais stresse e doenças do foro mental e físico.
Para fugirem a esta inevitabilidade e continuarem a manter o seu foco na produtividade, os trabalhadores têm de cuidar de todo um conjunto de hábitos pessoais que passam por uma alimentação saudável, exercício físico, estabilidade e lazer, a par da ação das empresas, que no seu próprio interesse terão de cuidar da gestão dos meios necessários para a criação e otimização de ambientes favoráveis ao bem-estar dos trabalhadores.
Cada vez mais estudos são publicados mostrando que o bem-estar no trabalho não é um luxo, sendo fácil perceber que quando a relação entre colaboradores e organizações é de respeito e cuidado, ambas as partes saem a lucrar com o processo. Erros do passado como rigidez de métodos, burocracia e salários congelados, por exemplo, associados a mais pressão por resultados, não podem ser repetidos.
É cada vez mais urgente, criar as bases de sustentabilidade para uma nova forma de se construírem relações de trabalho, mais saudáveis em ambiente mais feliz e liberto de preconceitos, devendo as organizações compreender que os tempos mudaram e que as pessoas, ao executarem as suas tarefas em ambiente harmonioso e com tempo para si próprias, se tornam mais produtivas, sentindo igualmente que o seu contributo é mais valorizado.
Não há hoje qualquer dúvida de que o bem-estar pessoal pode contribuir de forma muito positiva para o sucesso de uma empresa e de si mesmo. Um colaborador física e psicologicamente saudável, será naturalmente um profissional mais feliz e consequentemente mais produtivo, o que equivale a dizer que será mais pontual e assíduo, ausentando-se menos por motivos de saúde.
