Portugal debate novos caminhos para tratar doença rara que pode provocar cegueira

Portugal debate novos caminhos para tratar doença rara que pode provocar cegueira

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

0

A Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (LHON) esteve em destaque no primeiro dia do EUNOS 2019, o maior congresso europeu de neuro-oftalmologia, que decorre no Porto até à próxima quarta-feira.

Catherine Vignal-Clermont, especialista do Rothschild Foundation Hospital, em Paris, França, partilhou informações sobre os avanços na investigação, no sentido de uma terapêutica genética capaz de ajudar os doentes que sofrem com este problema raro, hereditário, incapacitante e que provoca uma perda de visão rápida em ambos os olhos, que poderá ser usada em conjunto com o único medicamento aprovado para o tratamento desta doença.

“A doença de LHON é uma doença hereditária mitocondrial, que causa perda bilateral da visão central”, refere a especialista, que acrescenta tratar-se de uma doença associada, em 75 por cento dos casos, a “uma mutação pontual no gene ND4 mitocondrial”, que torna a maioria das pessoas envolvidas “legalmente cegas”, sendo as opções de tratamento “limitadas”.

Atualmente, existe um medicamento, o único aprovado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) para tratar a doença e com provas dadas de eficácia na luta contra a cegueira, ainda que o atraso no diagnóstico seja uma realidade, para a qual alertou recentemente um grupo de especialistas mundiais, num documento onde se definiram as guidelines e critérios para a gestão clínica e terapêutica da LHON.

Por isso, segundo Catherine Vignal-Clermont, “devido ao início súbito da doença e ao facto de o olho ser considerado imuno-privilegiado, a terapia genética intravítrea é uma opção terapêutica promissora”.

É por este caminho que tem trilhado a ciência, com estudos pré-clínicos que acabaram por dar origem a vários ensaios clínicos, alguns já concluídos e com resultados publicados. Resultados que são, segundo a especialista, “encorajadores, indicando um benefício visual funcional numa proporção de olhos tratados”.

São, no entanto, tratamentos ainda experimentais, sem aprovação, pelo que, considera Catherine Vignal-Clermont, poderá ser vantajoso para os doentes uma sinergia entre este tipo de terapêutica e aquela que está atualmente aprovada.

ERGOFOBIA, O PAVOR DE IR TRABALHAR

SOCIEDADE E SAÚDE

ERGOFOBIA, O PAVOR DE IR TRABALHAR

A ergofobia é um transtorno psicológico caracterizado pelo medo irracional e persistente do trabalho ou de ambientes de trabalho. O distúrbio pode manifestar-se de várias formas e inclui uma combinaçã...
SÍNDROME DO IMPOSTOR, SENTE-SE UMA FRAUDE?

SOCIEDADE E SAÚDE

SÍNDROME DO IMPOSTOR, SENTE-SE UMA FRAUDE?

Já sentiu que não merecia estar no lugar em que está, ou que o seu trabalho nunca é suficientemente bom? Então, é provável que viva com a síndrome do impostor – uma síndrome relacionada com a avaliaçã...
ANOSMIA, A AUSÊNCIA TOTAL DE OLFATO

DOENÇAS E TRATAMENTOS

ANOSMIA, A AUSÊNCIA TOTAL DE OLFATO

Cerca de 300 mil portugueses não têm olfato, ou seja, sofrem de anosmia. A condição é ainda desconhecida por muitas pessoas, inclusive pelos próprios doentes, muitos deles alvo de diagnósticos incorre...
FEBRE INFANTIL: O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

FEBRE INFANTIL: O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER

A febre é das manifestações mais frequentes na criança. Apesar de provocar grande ansiedade na família não é uma doença, mas um sinal de que o organismo está sob ameaça de algum tipo de infeção.
0 Comentários