As mulheres têm muitas opções no que diz respeito a contracetivos orais que são seguros, eficazes e reversíveis, mas, apesar de décadas de pesquisa, os homens não têm nenhum.

Agora, cientistas relataram ao Journal of Medicinal Chemistry uma experiência realizada em ratos que mostrou que a possibilidade de uma pílula masculina pode estar mais próxima que nunca.

A pílula utiliza ouabaína, um extrato de plantas que os guerreiros e caçadores africanos usavam nas suas flechas, como veneno.

Este composto é muitas vezes prescrito em pequenas doses para tratar pacientes com ataques cardíacos. A ouabaína interrompe a passagem de iões de sódio e cálcio através da proteína de membrana Na, K-ATPases, que são encontradas nas membranas celulares e constituídas por subunidades proteicas.

Algumas subunidades são encontradas no tecido cardíaco, mas um tipo de subunidade é encontrado apenas nos espermatozoides.

Esta proteína é conhecida por ser crítica na fertilidade, pelo menos em ratos; estudos anteriores haviam revelado que a ouabaína reduz a fertilidade nos homens. No entanto, a própria ouabaína não é uma opção como contracetivo devido ao risco de danos cardíacos.

Assim sendo, os investigadores estabeleceram realizar análises da ouabaína, que são muito mais propensas de se ligar à proteína no esperma do que as subunidades encontradas no tecido cardíaco.

Os investigadores criaram um derivado que é particularmente bom para a fertilidade; uma vez vinculada, esta proteína interfere com a capacidade das células de esperma de “nadar”, o que é essencial para o seu papel na fertilização de um ovo.