Uma nova pesquisa examinou as capacidades de tomada de decisão de adultos com transtorno do espectro do autismo, sugerindo que eles podem ser melhores a tomar decisões racionais do que os adultos sem a condição.

Publicado na Psychological Science, o estudo foi realizado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e examinou 90 adultos com autismo e 212 adultos sem a doença.

Os participantes completaram uma tarefa de tomada de decisão online, na qual tiveram que escolher entre diferentes produtos, dez pares de produtos no total; quando apresentados os pares, os participantes receberam também uma terceira opção de "chamariz".

Os participantes conseguiram ver cada par duas vezes. A primeira vez, o item de chamariz foi projetado para distrair o produto A e, pela segunda vez, foi projetado para distrair o produto B. Os participantes tiveram que escolher o "melhor" produto dos três.

Do ponto de vista puramente racional e económico, os itens de chamariz representavam a escolha "má", e se as pessoas tivessem sido capazes de tomar decisões consistentes e racionais, deveriam ter tomado a mesma decisão duas vezes, com ou sem o chamariz.

Os participantes também avaliaram as suas habilidades cognitivas e fizeram um teste que avaliou se estes possuíam ou não características associadas ao transtorno.

No geral, o estudo revelou que adultos com autismo fizeram escolhas mais consistentes" e trocavam menos vezes do que os participantes sem a condição.

Os investigadores realizaram de seguida outra experiência para confirmar os resultados, o que se verificou.

No geral, este estudo sugere que as pessoas com transtorno de autismo tendem a ser menos afetadas por viés cognitivos, quando comparadas com as suas contrapartes neurotípicas.