De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados de saúde primários, representam um abordagem de toda a sociedade à saúde e bem-estar, centrada nas necessidades e preferências das pessoas, famílias e comunidades, numa aproximação aos determinantes da saúde mais vastos, com incidência nos aspetos completos e interrelacionados da saúde física, mental e social, a par do bem-estar.
O sector dos cuidados de saúde é atualmente uma das áreas mais cruciais e dinâmicas em todo o mundo envolvendo uma ampla gama de serviços destinados a promover, manter e restaurar a saúde de indivíduos. Nos últimos anos, tem enfrentado desafios significativos, mas também tem beneficiado de inovações tecnológicas e científicas que prometem transformar drasticamente a forma como os cuidados de saúde são prestados à população.
Provavelmente um dos maiores desafios da atualidade e tema de discussão entre profissionais, governantes e decisores políticos é o problema do envelhecimento acentuado da população, um fenómeno global que coloca uma pressão considerável sobre os sistemas de saúde, pois à medida que a expectativa de vida aumenta, cresce também a prevalência de doenças crónicas como a diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, degenerativas e outras. Acresce que frequentemente esses pacientes requerem cuidados continuados, por vezes complexos, o que aumenta os custos e a procura por um maior número de profissionais qualificados.
Por outro lado, as desigualdades no acesso aos serviços de saúde em termos de equidade, continuam no topo das preocupações da maioria dos países, constituindo um desafio persistente. Em muitos países, existem na realidade disparidades significativas baseadas em fatores socioeconómicos, geográficos e de outra natureza que penalizam principalmente as comunidades rurais e marginalizam populações que frequentemente enfrentam barreiras difíceis de transpor, para obterem cuidados de saúde com um mínimo de qualidade.
Os custos crescentes dos cuidados de saúde constituem também uma preocupação central para governos, seguradoras e pacientes. A inovação médica, embora necessária e com efeitos benéficos, vem frequentemente acompanhada de preços elevados, incluindo novos medicamentos, procedimentos e tecnologias que, embora eficazes, podem ser inacessíveis para uma parte significativa da população.
A robótica e a telemedicina, têm vindo a revolucionar a prestação de cuidados de saúde, em particular esta última, que mostrou a sua eficácia e utilidade durante os tempos de pandemia. Através de consultas virtuais, os pacientes podem ter acesso a cuidados médicos de maneira conveniente e segura, eliminando a necessidade de deslocação aos centros de atendimento, o que é particularmente benéfico para os pacientes que vivem em áreas remotas ou que têm mobilidade limitada.
A aplicação de Inteligência Artificial (IA) e o acesso a grandes e complexos volumes de dados (Big Data), está a transformar o sector da saúde ao permitir diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados. Algoritmos de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos para identificar padrões e prever surtos de doenças. Além disso, a medicina personalizada baseada na análise genética, está a tornar-se uma realidade, permitindo tratamentos individualizados e mais eficazes.
Também a medicina preventiva tem vindo a ganhar destaque como um estratégia eficaz para redução da carga de doenças crónicas e melhoria da qualidade de vida, através da implementação de programas de prevenção que incluem desde campanhas de vacinação até iniciativas para promoção de estilos de vida saudáveis, passando pela dieta balanceada e atividade física regular.
A par de outras inovações, a biotecnologia continua a oferecer soluções inovadoras para doenças que antes eram consideradas incuráveis. Terapias celulares e genéticas, tratamentos com células estaminais, cancro e condições autoimunes.
O sector dos cuidados de saúde está em constante evolução, enfrentando desafios complexos, mas aproveitando também oportunidades extraordinárias que hoje são proporcionadas por avanços tecnológicos e científicos. A chave para o futuro reside na capacidade de se adaptar e inovar, garantindo que os benefícios dos avanços médicos sejam acessíveis a todos. O equilíbrio entre custo, acesso e qualidade será fundamental para construir sistemas de saúde resilientes e equitativos, capazes de atender às necessidades de uma população global muito diversificada e em constante mudança.
Como membro de pleno direito da União Europeia (UE), Portugal dispõe de uma vasta rede de cuidados de saúde, sempre em renovação e adaptação, designado por Serviço Nacional de Saúde (SNS), que está disponível para os seus cidadãos, bem como para todos os europeus residentes ou em viagem pelo País, que precisem de cuidados de saúde programados ou não programados, necessitando contudo, neste caso, de pedir um certificado do direito a cuidados de saúde, conhecido por certificado S1, no site da União Europeia e se façam acompanhar do Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD).
O cartão CESD, individual e de modelo único no espaço europeu, permite receber assistência médica durante uma estadia temporária num país da União Europeia, Islândia, Liechenstein, Noruega ou Suiça, prestada através do sistema de segurança social desse país, podendo em alguns casos implicar o pagamento de taxas moderadoras.
Na área da saúde e bem-estar, recursos como recomendações nutricionais personalizadas, acompanhamento dietético e acesso a receitas saudáveis também podem ser oferecidos por supermercados inteligentes...
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.