O QUE COMER EVITANDO UMA DIETA POBRE EM FIBRAS

O QUE COMER EVITANDO UMA DIETA POBRE EM FIBRAS

DIETA E NUTRIÇÃO

  Tupam Editores

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De acordo com o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), da Direção-Geral da Saúde (DGS), a fibra dietética é descrita como uma classe de compostos de origem vegetal constituída sobretudo de polissacáridos e substâncias associadas que, quando ingeridos, não sofrem hidrólise, digestão e absorção no intestino delgado dos humanos e que, em função da sua capacidade de se dissolver na água, podem ser classificadas em fibras solúveis e insolúveis.

Embora muitos estudos agrupem vários tipos de “fibras”, é essencial reconhecer que as fibras alimentares são substâncias heterogéneas, com cada fibra tendo efeitos biológicos variados. A Comissão do Codex Alimentarius da FAO, descreve a fibra como “polímeros de carboidratos com dez ou mais unidades monoméricas que são hidrolisadas por enzimas endógenas no intestino delgado humano”, mas deixando ao critério das autoridades nacionais a inclusão da contagem de unidades monoméricas de hidratos de carbono. Uma unidade monomérica é a que se repete na composição de uma estrutura química formando uma unidade maior, como os polímeros.

Na realidade, as fibras alimentares não são degradadas pelas enzimas do hospedeiro e portanto, escapam da digestão no intestino delgado, passando intactas para o intestino grosso, onde sofrem fermentação anaeróbica parcial ou completa pela microbiota.

Uma dieta pobre em fibras é a que contém alimentos pobres em fibras que podem ser digeridas e absorvidas facilmente, como por exemplo pão branco ou arroz, sumo espremido de frutas e vegetais sem casca ou sementes. Como vimos, a fibra é uma substância presente nos alimentos vegetais que permanece não digerida ao passar pelo intestino delgado e que para a maioria das pessoas é útil para ajudar na formação das fezes e na passagem pelo sistema digestivo, ao mesmo tempo que apoia a saúde do microbioma.

Porém, para quem tem problemas digestivos, como doença inflamatória intestinal (DII), o excesso de fibra pode por vezes piorar os sintomas durante os surtos. Dependendo das recomendações médicas, no caso de preparação para uma colonoscopia também pode ser necessário seguir uma dieta pobre em fibras. É sabido que a maioria dos adultos precisa de fibras para manter o sistema digestivo saudável. No entanto, uma dieta pobre em fibras pode ser útil na obstrução intestinal, quando está prestes a submeter-se a uma colonoscopia ou a recuperar de um cirurgia intestinal, num surto de sintomas de DII devido à doença de Crohn, colite ulcerosa ou diverticulite.

Não há até ao momento evidência de que as dietas com baixo teor de fibras ou de resíduos ajudem a encurtar a duração de um surto de DII, pois tem sido difícil estudar a condição. No entanto, instituições como a Crohn´s and Colitis, do Reino Unido recomendam seguir uma dieta balanceada com fibras em situações normais e ajustá-la quando houver um surto, o que pode envolver, uma dieta com alimentos macios e fáceis de digerir, na maior variedade possível, usar nutrientes ricos em calorias, para evitar perda de peso, ingestão de bastante água, e caso não seja possível obter uma dieta balanceada, pedir a ajuda de um médico sobre a melhor forma de tomar multivitaminas, em substituição.

Numa dieta pobre em fibras devem ser evitados grãos integrais não processados, como arroz integral ou selvagem, trigo bulgur ou quinoa; cereais matinais integrais, como muesli, flocos de farelo, trigo tufado ou ralado, aveia, granola ou cereais com adição de frutos secos; produtos cozinhados contendo farinha de trigo integral, pedaços de frutas, nozes ou sementes com casca; cascas e sementes de vegetais, incluindo cascas de batata; quaisquer vegetais crus, frutas com sementes e cascas, incluindo framboesas, morangos, mirtilos, groselhas, maracujá e figos frescos; todos os frutos secos, como ameixas, tâmaras e passas; sopas densas; leguminosas, como lentilhas, feijão e grão-de-bico, sementes inteiras, como abóbora, girassol e linhaça; nozes inteiras, incluindo castanha do Brasil, amêndoas, castanhas de caju e manteiga de amendoim.

Por outro lado, dependendo dos sintomas e da tolerância individual, numa dieta pobre em fibras podem ser incluídos alimentos como, produtos cozinhados com farinha branca, como pão branco, pão árabe, pão indiano, tortilha de farinha, macarrão, bolinhos e biscoitos; produtos feitos com arroz branco, como folhados de arroz, bolos de arroz, macarrão ou biscoitos de arroz; batatas cozidas sem casca; pequena quantidades de frutas com caroços e casca removidos, como banana madura, melão e frutas enlatadas; sumo suave de frutas; manteiga suave de amendoim; vegetais sem casca, sementes ou talos; sopas ou caldos triturados; molho de tomate suave; carne, peixe, ovos e tofu; produtos lácteos, se não causarem sintomas adicionais.

Ainda que uma pessoa siga uma dieta pobre em fibras, apenas durante um curto período de tempo, é importante tentar comer uma grande variedade de alimentos, pois isso pode ajudá-la a obter os nutrientes e calorias de que necessita. Com um planeamento cuidadoso, ainda assim é possível obter todos os nutrientes essenciais de alimentos com baixo teor de fibras, mas as pessoas que precisam seguir essa dieta por um determinado período de tempo, se possível, devem obter apoio de um nutricionista.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
28 de Novembro de 2024

Referências Externas:

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