MORINGA, A ÁRVORE DA VIDA

MORINGA, A ÁRVORE DA VIDA

DIETA E NUTRIÇÃO

  Tupam Editores

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Também conhecida por acácia branca, a moringa oleífera ou simplesmente moringa, é uma planta da família Moringaceae, uma família de plantas angiospérmicas com flor, pertencentes ao grupo de Filogenia de Angiospermas, segundo o jornal Botânico da Sociedade Linneana, ainda que, dependendo do país onde se desenvolve ou em que é cultivada, possa assumir outras designações.

É originária da Índia, Ásia Menor e África, muito embora hoje esteja distribuída praticamente por todos os Continentes no seu estado selvagem, podendo ser cultivada em todas as planícies e longe do seu habitat natural, porém desenvolvendo-se melhor em climas tropicais, na proximidade de rios e pequenos riachos ou em terras quentes e secas, podendo sobreviver em solos pobres, dado que é pouco afetada pelas secas.

Popularmente conhecida por árvore milagrosa, todas as suas partes, raízes, cascas das raízes, folhas, frutos, flores, sementes e vagens imaturas são comestíveis, sendo talvez por essa razão, a espécie do seu género mais cultivada em todo o mundo.

A árvore em si não é muito robusta, assemelhando-se muitas vezes a um arbusto, mas desenvolve ramos que podem crescer até cerca de 5 a 10 metros de comprimento. Pode alcançar até 12 metros de altura, tem folhas compostas, folíolos oblongos, pequenos e desprovidos de pelos. As flores são esbranquiçadas, reunidas em cachos pendentes. Os frutos são do tipo cápsula alada e deiscente com aspeto de uma vagem, medindo até 35 cm de comprimento e marcado pelas sementes trialadas e oleaginosas no seu interior. A sua principal riqueza está no altíssimo valor nutricional das suas folhas e frutos.

Na Índia, as sementes tostadas e as flores são usadas como alimento, as sementes cruas e amassadas são aplicadas externamente em ferimentos infetados na pele e na forma de banhos e compressas para o tratamento da gota, dores reumáticas e na cicatrização de feridas. As raízes são abortivas e cicatrizantes de feridas. O sumo extraído das folhas ou das raízes é usado internamente para melhorar o apetite e auxiliar a digestão. As sementes são usadas como agente purificador de água com tecnologia desenvolvida em África e na Guatemala e já aplicada em outros países da América do sul.

Várias outras partes desta planta, como a raiz, casca, goma, vagens imaturas, flores, sementes e o óleo das sementes são usadas na medicina indígena do sul da Ásia, para tratar diversas doenças inflamatórias e infeciosas, além de desordens cardiovasculares, gastrointestinais, hematológicas e hepatorrenal.

Por sua vez, a infusão das folhas de moringa é usada como diurético e, nas Filipinas, esta árvore é conhecida como a “melhor amiga da mãe” por ser utilizada para aumentar a produção de leite nas lactantes, sendo por vezes também prescrita para a anemia.

A moringa oleífera é rica em compostos que variam desde um simples açúcar, ramnose e um grupo bastante exclusivo de compostos denominados glucosinolatos e isotiocianatos, onde se incluem a pró-vitamina A, vitamina C, vitamina E, ácido cafeico, ácido gálico, ácido clorogénico, kaempferol, quercetina e mirecitina. Além disso, também apresenta concentrações de alcaloides, glicosinolatos, isotiocinatos, taninos e saponinas.

Todos esses compostos, atribuem à moringa funções antioxidantes, hipolipidémicas, anti-inflamatórias, imunomoduladoras, hepatoprotetoras, hipoglicémicas, hipotensivas e anticancerígenas, contudo mais estudos em humanos são necessários para confirmar esses efeitos.

As folhas de moringa oleífera são fontes ricas de betacaroteno, proteína, vitamina C, cálcio e potássio, atuando como uma boa fonte de antioxidantes, apresentando vários tipos de compostos como ácido ascórbico, flavonoides, fenólicos e carotenóides. A casca do caule possui dois alcaloides chamados moringina e moringinina e o caule contém vanilina, B-sitosterol, B-sitostenone, 4-hydroximellin e ácido octacosanóico. O exsudato total da goma purificada contém L-arabinose, L-galactose, ácido glicorónico e L-ramnose, L-manose e L-xilose. As flores contêm 9 aminoácidos, sucrose, D-glucose, traços de alcaloides, cera, quercetina, kaempferol e alguns pigmentos flavonoides e as cinzas são ricas em potássio e cálcio. Das vagens, os frutos da moringa, foram isolados os glicosídeos tiocarbamato e isotiocianato, que tem propriedades anti-hipertensivas e citoquininas. Do extrato etanólico das sementes, foram isolados 8 compostos bioativos, de entre os quais, pela primeira vez, o O-ethyl-4-(A-L-rhamnosyloxy) benzyl carbamate, um potencial anticancerígeno.

Ao longo dos séculos, a moringa oleífera tem vindo a ser utilizada como remédio para a tuberculose, diabetes, dores crónicas, epilepsia, bronquite, anemia e hipertensão arterial, além de outras condições como tosse, asma, menopausa, fibromialgia e artrite, entre várias outras. Nos últimos tempos, tem sido recomendada como antibiótico, anticancerígeno e anti-inflamatório, além de ser muito eficaz para as doenças dos rins, pâncreas, coração e dos olhos, provando-se ser realmente uma planta única.

Pelas suas reconhecidas propriedades terapêuticas, é tradicionalmente usada para estimular as defesas do corpo humano; aumentar a imunidade; desintoxicar o organismo; reduzir os inchaços; aumentar os níveis de energia; controlar o peso e reduzir o apetite; facilitar a digestão; manter a diabetes controlada; promover uma pele saudável; aliviar as dores de cabeça e os sintomas da menopausa além de prevenir a perda de cabelo.

A moringa oleífera é considerada a planta mais completa da natureza em valores nutricionais, sendo usada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no combate à desnutrição e ao défice de atenção e para o tratamento e prevenção de mais de 300 doenças, sendo igualmente recomendada pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
03 de Dezembro de 2024

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