O DESCONFINAMENTO

O DESCONFINAMENTO

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Ao analisarmos os dados divulgados diariamente pela Direção-Geral de Saúde (DGS) relativos ao período de confinamento a que fomos obrigados pela pandemia da covid-19, concluímos que, em Portugal, ao atingirmos em breve 3 meses de isolamento social, foram até hoje infetadas pelo vírus 29 660 pessoas, recuperadas 6 452 doentes e confirmadas 1 263 mortes.

Mantêm-se ainda em observação 298 501 suspeitos de infeção, há 609 internados em unidades de saúde, dos quais 93 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), estão em estado de vigilância pelas autoridades 25 281 e 2405 aguardam os resultados laboratoriais entretanto levados a cabo por indícios

Saliente-se por fim, que os profissionais de saúde portugueses já efetuaram 662 375 amostras para testes de diagnóstico o que permite colocar o País entre os que maior número de colheitas faz em todo o mundo, por milhão de habitantes, posicionando-se assim entre os dez primeiros países do mundo neste ranking, segundo o site Worldometers, que atualiza diariamente estes dados referentes a todos os países e regiões do mundo.

A maioria destes testes são realizados segundo o modelo drive thru em que as pessoas entram e saem dos postos de colheita no seu automóvel, sendo que a operação custa em média 87,95 euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Recorde-se que Portugal entrou em situação de calamidade pública a partir da meia noite do dia 3 de maio, após ter passado por três períodos consecutivos de estado de emergência que se mantiveram em vigor desde 18 de março.

Com a declaração de calamidade pública, passou a vigorar o “dever cívico de recolhimento domiciliário” para a totalidade da população, independentemente da idade ou dos eventuais fatores de risco existentes, em vez do “dever geral de recolhimento” e do “dever especial de proteção” para grupos específicos da população, como acontecia no anterior estado de emergência.

O período de desconfinamento

É a meio deste panorama, que o Governo Português toma a decisão de ordenar a 2ª fase de desconfinamento a partir do dia 18 de maio, tendo o Secretário de Estado da Saúde na altura lembrado que o desconfinamento - termo novo e um tanto estranho a entrar no léxico quotidiano de nossas vidas – “será um processo gradual para que todo o esforço coletivo feito não tenha sido em vão”, tendo aproveitado a oportunidade para destacar o importante contributo dos portugueses no cumprimento das determinações das autoridades, esperando que igual atitude seja tomada na hora do desconfinamento.

Usar máscara na rua

O estado de emergência alterou muito significativamente as nossas vidas e a obrigatoriedade de nos protegermos e ao nosso semelhante, além de ter colocado em suspenso toda a nossa forma de vida em sociedade, que provavelmente jamais voltará a ser como antes.

É por isso particularmente urgente acudir às populações dos sectores mais vulneráveis da sociedade, nomeadamente aos sem abrigo e com problemas de dependência, que devido a tais circunstâncias têm problemas acrescidos. É nosso dever protegê-las através da solidariedade e apoiá-las no cumprimento de algumas das medidas sanitárias e de higiene pessoal, papel que cabe essencialmente às autarquias e cada vez mais às Instituições de Solidariedade Social (IPSS) e às Organizações Não Governamentais (ONG).

Com vista a ajudar as pessoas na adaptação à nova realidade, nesta fase transitória de desconfinamento, a DGS publicou o manual “Saúde e Atividades Diárias”, para controlo e prevenção da covid-19, que pode ser descarregado em formato pdf ou impresso, a partir do portal do SNS, com um conjunto de recomendações para a área crítica dos estabelecimentos de ensino, nomeadamente durante o regresso às aulas presenciais dos alunos dos dois últimos anos do ensino secundário, das creches e das amas.

Este primeiro volume do manual, além de disponibilizar um conjunto de cartazes para impressão, com indicações para Lavagem das mãos, Utilização de máscaras, Cuidados a ter com os resíduos se estiver em isolamento, inclui um conjunto de medidas de caráter preventivo, como Medidas de distanciamento, Equipamento de proteção, Medidas de higiene pessoal e ambiental, além de tecer considerações e identificar as caraterísticas da doença.

Trata-se de um manual de leitura obrigatória para todos quantos se preocupam com a saúde de sua família, dos amigos e seus concidadãos e que em muito contribui para melhorar a nossa conduta como Agente de Saúde Pública que tomos devemos ser nesta crise sem precedentes. Além disso, a apresentação gráfica do manual em muito facilita a aquisição da informação tornando a leitura quase intuitiva.

Em traços gerais, é aconselhado que os alunos uma vez na escola, devem ser organizados em grupos tanto quanto possível homogéneos, em termos de horários, intervalos e refeições, por forma a evitar contactos com outros grupos e o cruzamento de pessoas, definindo tanto quanto possível os circuitos de entrada e de saída de cada aula por grupo, bem como os espaços não necessários à atividade letiva que deverão ser encerrados.

Já no interior das salas de aula, deve ser garantida a maximização do espaçamento dos alunos entre si, bem como entre docentes e alunos, mantendo uma distância mínima de 2 metros e além disso as secretárias deverão estar todas voltadas na mesma direção. É também recomendado que toda a comunidade escolar deve cumprir as medidas de distanciamento, higiene pessoal e ambiental referenciadas nos documentos oficiais, bem como usar máscara durante toda a atividade letiva e proceder à higienização das mãos à entrada e saída dos recintos, cujas portas de acesso deverão ser mantidas abertas.

No caso das creches, embora com algumas adaptações, são replicados os procedimentos recomendados para as escolas, nomeadamente no que respeita à maximização do espaçamento entre as crianças e organização de educadores e crianças em salas fixas, bem como a entrega das crianças à entrada das instituições. São ainda abordadas muitas outras medidas de segurança a adotar nos berçários e na partilha de objetos tão frequente entre as crianças.

Para todos poderem dar cumprimento às regras estabelecidas, todas as unidades (escolas, infantários, lares ou similares), devem assegurar as estruturas e meios necessários para o efeito, nomeadamente: estruturas para lavagem e desinfeção das mãos, toalhetes de papel, dispensadores de solução à base de álcool colocados em locais estratégicos, contentores próprios para a deposição de resíduos, cartazes informativos e de alertas preventivos, casas de banho limpas e higienizadas com frequência, com horários regulares de limpeza e descontaminação.

Quase diariamente, a DGS tem vindo a publicar orientações de caráter geral e setoriais designadamente quanto aos procedimentos a adotar nos transportes públicos, em contexto de covid-19, que continua a matar todos os dias. Distanciamento físico, desinfeção e mãos longe do rosto são os principais aspetos a reter entre a população em geral.

desconfinamento-barbeiro

De entre as medidas recomendadas mais recentemente, é expressamente indicado que “os trabalhadores que estejam expostos ao público ou que partilhem o mesmo espaço com outras pessoas, devem utilizar máscara facial, de preferência cirúrgica”, o que significa praticamente sempre em todos os locais fechados e mantendo o distanciamento social.

Nesta designada segunda fase do desconfinamento, foram também aprovadas pelo Governo, novas medidas de descompressão social, de entre as quais se destacam a reabertura de algumas lojas de rua, cafés e restaurantes, museus, monumentos e palácios, bem como a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, grupo que tão violentamente tem sido fustigado pela pandemia da covid-19.
Vamos todos ficar bem, no pós-desconfinamento!

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