Os alimentos sazonais ou alimentos da época são produzidos, comprados e consumidos na época em que são colhidos. Estes alimentos são mais frescos, saborosos e nutritivos do que os que são consumidos fora da estação. Embora a maioria das pessoas goste de comer morangos todo o ano, a melhor época para os comer é quando eles podem ser adquiridos diretamente a um produtor local, imediatamente após a colheita.
Frutas e legumes produzidos em pequenas quintas e herdades locais tendem a ser mais frescos, pois não precisam de ser transportados por longas distâncias durante as quais perdem ou alteram as suas qualidades originais. Além disso, contrariamente aos produtos fora da estação, que são colhidos mais cedo a fim de serem enviados e distribuídos nos mercados próximos dos maiores aglomerados populacionais, as colheitas são realizadas mais tarde, no pico da maturação, o que permite aprimorar e manter as suas caraterísticas orgânicas e o sabor original. Além disso, estudos mostraram que as frutas e vegetais contêm maior quantidade de nutrientes quando amadurecem de acordo com o seu ciclo natural, na planta de origem.
A opção de comprar alimentos cultivados localmente tem, do ponto de vista social, uma enorme importância, pois ajuda a apoiar os pequenos e médios agricultores a manterem as suas terras agrícolas e o espaço aberto na sua comunidade. Os alimentos locais apoiam a economia local, na medida em que o dinheiro gasto na aquisição de produtos de agricultores locais, é normalmente reinvestido em outras empresas locais ou na melhoria das condições nas áreas de produção.
Por outro lado, os alimentos cultivados, processados e distribuídos localmente, por exemplo em restaurantes, hotéis e similares, são geradores de empregos, o que consequentemente ajuda a estimular e a melhorar as economias locais e a tornar muitas vezes distintivos os serviços prestados na área da restauração. Os produtores locais podem dar a conhecer aos consumidores como os alimentos foram cultivados e quais as práticas que foram usadas para obterem e colherem os seus produtos, ficando assim a saber mais sobre aquilo que estão a comer.
A maioria dos alimentos da época pode ser encontrada nos mercados municipais locais e hoje, cada vez mais, através de pequenas empresas de comércio, comprometidas com a sustentabilidade e o meio ambiente. O consumo e a produção sustentável implicam consumir menos e melhor, com particular atenção aos impactos ambientais, sociais e económicos, um processo que inclui a utilização dos recursos naturais e da energia de forma mais eficiente, por forma a reduzir as emissões poluentes e outros tipos de poluição ambiental. Esta nova forma de consumir e produzir alimentos, visa satisfazer as crescentes preocupações e necessidades da população, desfrutando ao mesmo tempo de uma melhor qualidade de vida e assegurando às gerações vindouras os recursos de que irão precisar.
Produzir localmente, é fornecer alimentos frescos e de qualidade e autênticos ao consumidor, com o devido respeito pelos ciclos naturais de crescimento, conceito que se prende com o compromisso de melhorar a qualidade de vida das gerações atuais e vindouras, permitindo que as comunidades se tronem sustentáveis, socialmente justas e inclusivas, numa economia local mais forte e viável.
Para os portugueses, o preço é atualmente o maior obstáculo para o consumo sustentável, pois os mercados ainda não estão preparados para fazer a mudança completa uma vez que esse tipo de produto, apesar de transmitir mais confiança ao consumidor, é mais caro. Segundo estudos de mercado a nível europeu, dois em cada três europeus estão dispostos a pagar mais 5% a 10%, fazendo um esforço financeiro suplementar, para adquirir produtos locais.
Apesar de tudo, há nichos de consumidores portugueses que estão a mudar de hábitos, consumindo cada vez mais produtos locais e biológicos, motivados não pelo preço ou disponibilidade de rendimento, mas pela qualidade, para além de estarem também mais atentos às questões sociais e ambientais.
Para os últimos meses do ano, coincidentes com a transição do outono para o inverno, a tradição manda que se consumam, entre outros, alguns alimentos que são colhidos nesse período, dos quais destacamos a castanha, a abóbora, romã e dióspiro, todos eles muito apreciados entre a maioria dos portugueses.
A época da castanha vai de outubro a dezembro, podendo ser consumida assada, cozida com erva-doce e como acompanhamento de pratos, podem substituir o arroz, massas e batata. Nutricionalmente, além de ter na sua composição diversos minerais e fitoquímicos, apresenta quantidades significativas de carboidratos como a amilose e amilopectinas, compostos não digeríveis, que contribuem para o desenvolvimento da flora intestina e a produção de ácidos gordos de cadeia curta, conhecidos pelos seus benefícios para o intestino.
A época da abóbora, vai também de outubro a dezembro e na cozinha pode ser utilizada em entradas, sopas, pratos e sobremesas. Em termos nutricionais, contém bioflavonoides com propriedades antioxidantes, minerais como ferro, cálcio, potássio, magnésio e vitaminas do complexo B e C.
Ainda no mesmo período de outubro a dezembro, acontece a colheita do dióspiro, considerado fonte de vitamina A e de potássio. Em termos nutricionais é composto por fibras solúveis como mucilagens e pectinas, importantes elementos para regular o funcionamento do intestino e promover a saciedade.
Desde final de setembro a até dezembro, dá-se a colheita da romã, que apenas deverá ser feita quando a fruta atingir o nível adequado de amadurecimento, pois uma vez colhida, não amadurece mais. A romã apresenta uma elevada concentração de nutrientes com propriedades antioxidantes e polifenóis, elementos que podem desempenhar um importante papel na proteção celular e no sistema cardiovascular, sendo considerada como fonte de fibra, vitaminas e minerais como o caroteno, ferro, vitamina C e potássio.
Os carboidratos, também conhecidos como açúcares, glícidos ou hidratos de carbono, são macronutrientes, responsáveis por fornecer energia ao corpo humano.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.