A naturopatia ou medicina natural, enquadra-se na área das Terapias Complementares e assenta na ideia de que a maior parte das doenças podem ser evitadas ou tratadas pela dietética, através de regimes vegetarianos com produtos naturais e por meios naturais como repouso, massagem, termalismo, fitoterapia e outros métodos similares.

É também classificada como uma especialidade da Medicina Tradicional, tendo por objetivo a recuperação da saúde através de produtos, técnicas e métodos naturais, cuja prática envolve o uso de alimentos naturais, suplementos, plantas medicinais e outras terapias como os florais e a homeopatia.

Trata-se de uma terapia complementar em que se observa uma considerável dinâmica e que tende cada vez mais a fundir-se, em boa parte devido à crescente procura por parte das pessoas que não encontram resposta para algumas de suas doenças, na atual medicina tradicional.

O conceito de naturopatia parte do pressuposto de que a cura de um distúrbio de saúde, seja orgânico ou emocional, não ocorre apenas devido a fenómenos fisiológicos, defendendo antes, que a sua origem pode estar associada a algo para além disso, isto é, uma certa força vital com o poder de restaurar o bom funcionamento do corpo, já que quanto mais fortalecido estiver o corpo, melhor será a resistência às enfermidades.

Paulatinamente, desde o início do século XIX que a naturopatia tem vindo a conquistar um lugar próprio dentro da área da medicina, estando associada a terapias naturais, tradicionais e modernas, com a medicina científica, dentro de uma perspetiva holística do ser humano, baseando-se em alguns princípios fundamentais como: tratamento não invasivo, por forma a evitar efeitos colaterais que prejudiquem ou controlem os sintomas negativamente; promoção do autocuidado para identificar e eliminar os obstáculos que impedem a recuperação de forma natural; em vez de agir diretamente sobre os sintomas, a naturopatia pode resolver problemas subjacentes, físicos ou mentais, tratando o corpo, a mente e o espírito; no tratamento holístico, o naturopata indica o tratamento considerando a individualidade do paciente e capacitando-o para se autocuidar no restabelecimento da saúde de forma eficaz; eliminação de substâncias e hábitos tóxicos do estilo de vida, como forma de prevenir problemas maiores.

Com o aproximar do início da primavera, caraterizada pelos dias mais quentes, chuva, pólen no ar e muitos espirros, tosse e congestão nasal, as alergias, constipações e outras patologias respiratórias muito semelhantes tendem a instalar-se, sendo por vezes difícil distingui-las, mas para as quais a naturopatia pode dar uma ajuda.

As alergias sazonais desenvolvem-se geralmente durante as estações da primavera, mas também no verão e outono, quando o sistema imunitário reage exageradamente a fatores ambientais que normalmente não causariam incómodos de maior na maioria das pessoas, mas que em pessoas imunodeprimidas pode tornar-se num sério problema.

Estima-se que a doença afete atualmente entre 10% a 30% da população adulta e até 40% das crianças, tendo vindo a verificar-se um agravamento e frequência de ocorrências nas últimas décadas, cujas caraterísticas em alguns casos se assemelham a uma simples constipação, porém diferenciadoras no tocante à sua duração mais prolongada e à comichão nos olhos.

Dependendo das caraterísticas de cada indivíduo, dos problemas que o atormentam e da situação por si vivenciada, o naturopata, profissional que alia o uso de uma ou várias terapias no tratamento, numa abordagem holística, pode oferecer uma resposta adequada e efetiva ao paciente que em muito vai depender de sua qualificação e experiência.

Os métodos a aplicar no tratamento vão depender em muito da especialização e do âmbito da prática do naturopata, mas regra geral passam por terapias baseadas na exposição aos elementos naturais como a radiação solar, ar puro, calor ou frio; aconselhamento sobre nutrição e regimes de desintoxicação, como por exemplo a adoção de dieta vegetariana ou integral sem lactose e glúten; uso de suplementos alimentares, hidroterapia, jejum ou abstenção de bebidas alcoólicas e açúcar; aconselhamento psicológico que pode passar pela inclusão de sessões de meditação, yoga, técnicas de relaxamento e outras, com o objetivo de diminuir o stresse e a ansiedade.

Em função das queixas apresentadas pelos pacientes, o naturopata pode recomendar outros tipos de terapia como a fitoterapia, homeopatia, acupuntura, terapia floral, massoterapia e aromaterapia, que em conjunto com a medicina tradicional, podem contribuir para que o corpo ative os mecanismos de autorreparação, além de poderem minimizar potenciais efeitos nocivos para o paciente.

A prevenção da doença e o alcance da saúde em sua plenitude no paciente, são os objetivos principais da naturopatia, quer se aplique às doenças típicas da primavera ou quaisquer outras, que, todavia, só poderão ser atingidos através da educação e promoção de hábitos de vida saudáveis em ambientes saudáveis.

A naturopatia é um tipo de tratamento que pode ser praticado por qualquer pessoa, seja um adulto, adolescente ou criança e pode contribuir para a prevenção e tratamento de doenças autoimunes, diabetes, infertilidade, doenças cardiovasculares e outras. Seguir os princípios da naturopatia, ajuda a melhorar o autoconhecimento e a eliminar hábitos nocivos, adquirindo novos hábitos mais saudáveis em nossas vidas.