Multiplicam-se a cada dia as evidências de uma relação direta entre o uso excessivo das redes sociais, jogos online muito violentos e séries que provocam o surgimento de sintomas de ansiedade patológica, depressão, privação do sono e outros distúrbios psicológicos não menos significativos.
Na fase da juventude em particular, a idade de transição e formação da individualidade, tais condições podem afetar gravemente o desenvolvimento e fazem com que se percam outras experiências sociais importantes. A formação da identidade recebe a influência de fatores ligados às capacidades inatas do indivíduo e às caraterísticas adquiridas da personalidade, de fatores interpessoais e de fatores culturais a que a pessoa está exposta.
As novas tecnologias estão hoje omnipresentes no nosso dia-a-dia com o intuito de nos ajudar e facilitar a realização das mais variadas tarefas, mas será que esse objetivo tem vindo a ser cumprido de forma eficaz? Em geral podemos constatar que houve e continua a haver uma enorme evolução tecnológica na facilidade de comunicação e acesso à informação, aos meios de transporte, incremento de eficiência nos exames médicos e acesso ao medicamento, bem como a uma infinidade de serviços online.
Devido ao facto de estar presente a todo o momento em nossas vidas, a tecnologia tem grande impacto na forma como percepcionamos o mundo. Podemos perceber esse efeito nas redes sociais, no nosso ambiente de trabalho e em praticamente qualquer atividade que desempenhamos, mas qual o impacto que isso causa na nossa saúde mental?
Com o acesso à informação tão facilitado e a sua rápida difusão através da internet, conseguimos observar as mudanças na sociedade em tempo real e com isso, além de ficarmos com uma ilusória impressão sobre as pessoas, observamos entradas e saídas de moda em inúmeras áreas com uma velocidade absurda, a ponto de não sabermos até quando seremos úteis e requeridos no mercado de trabalho ou quando perderemos a nossa utilidade, o que nos obriga a permanentes atualizações para não corrermos riscos.
O constante sentimento de desatualização constitui um importante desencadeante de crises de ansiedade, um transtorno mental muito comum nos dias de hoje e que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), constitui um dos principais motivos de afastamento temporário ou mesmo definitivo do trabalho.
Por outro lado, com a evolução das tecnologias, o smartphone tornou-se numa ferramenta simbiótica, que ao permitir a interligação e acesso a tudo, torna possível manter as pessoas ligadas em permanência, dispensando a necessidade de se sujeitarem aos horários de entrada e saída do trabalho, mas que contribui para aumentar o nível de stresse, já que as pessoas continuam a receber notificações por email, whatsapp e ligações externas, a qualquer hora ou lugar.
O fenómeno é hoje transversal a todas as empresas e organizações e atinge com maior ou menor intensidade as pessoas em qualquer cargo, aumentando a pressão e o stresse. Uma forma de amenizar os transtornos e problemas de saúde mental que isso pode causar, é a empresa criar mecanismos internos que a tornem mais empática em assuntos relacionados com os seus colaboradores, investindo e incentivando as pessoas a cuidar da saúde mental, independentemente de cada um procurar o equilíbrio emocional e autoconhecimento.
Os jovens que nasceram depois de 1995, provavelmente não se lembram de como era a vida antes do evento da internet. Estar constantemente ligado, seja através de smartphones, tablets ou outros dispositivos é como ter o mundo nas mãos, daí que, nesse contexto, seja importante compreender o impacto da tecnologia na saúde mental dos jovens e adolescentes para encontrar soluções de tratamento que reduzam as influências negativas na vida desse grupo etário.
As pessoas razoavelmente informadas sabem que a maioria das plataformas e aplicações de media social, foram intencionalmente projetadas para prender a atenção dos utilizadores durante o máximo de tempo possível, com o objetivo de explorar elementos como o preconceito e as vulnerabilidades psicológicas típicas da juventude. Além disso, também utilizam técnicas complementares para dominar a mente e influenciar o comportamento de adolescentes e jovens. Nesse universo virtual, como esse grupo ainda está em fase de desenvolvimento, a menor capacidade critica aumenta a vulnerabilidade a essas influências.
Assim, muitos jovens acabam por substituir a vida social pela vida online com naturalidade, pois já cresceram na era da alta tecnologia e sob influência dos smartphones e de tantos outros dispositivos electrónicos. Igualmente preocupante é o vício em jogos electrónicos, um problema que afeta consideravelmente a vida de muitos jovens internautas.
A situação é tão preocupante que levou a OMS a incluir o “vício em jogos electrónicos” na classificação das doenças mentais, além de ter comparado o problema aos casos de dependência química, já que as consequências mentais e físicas são muito semelhantes aos efeitos que as drogas ilícitas causam no organismo de um jovem adolescente.
Um distúrbio de jogo é uma doença que provoca a perda de controle, levando à perda de liberdade, já que o indivíduo não joga apenas porque quer, mas porque se sente coagido a jogar, ainda que esteja consciente das consequências perniciosas que isso causa a nível pessoal, familiar, social e profissional.
Ainda que a utilização de tecnologias represente benefícios, é preciso ter atenção e cuidados especiais para ajudar os jovens e adolescentes a superar os impactos negativos desse problema sobre a saúde mental e física, levando-os a encontrar o caminho para recuperarem o equilíbrio mental e perceberem que há vida para além dos écrans, uma vida real que deve ser valorizada e vivida.
Na área da saúde e bem-estar, recursos como recomendações nutricionais personalizadas, acompanhamento dietético e acesso a receitas saudáveis também podem ser oferecidos por supermercados inteligentes...
De acordo com a OMS, os cuidados de saúde primários, representam um abordagem de toda a sociedade à saúde e bem-estar, centrada nas necessidades e preferências das pessoas, famílias e comunidades.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.