Investigadores do Hospital Bicêtre, em Paris, França, verificaram transferências placentárias mínimas ou inexistentes do fármaco anti-inflamatório certolizumab pegol da mãe para a criança, durante o terceiro trimestre da gravidez.

O estudo, cujos resultados foram apresentados no Congresso Anual da Liga Europeia Contra o Reumatismo 2017 realizado em Madrid no passado mês de junho, utilizou um imunoensaio sensível que foi desenvolvido para detetar o certolizumab pegol.

A investigação incluiu 16 mulheres grávidas com mais de 30 semanas de gestação que estavam a receber certolizumab pegol numa dose de manutenção para qualquer tipo de indicações aprovadas, incluindo artrite reumatoide, artrite psoriática e doença de Crohn.

Os investigadores não encontraram níveis mensuráveis em 13 das 14 amostras de sangue infantil obtidas no nascimento e em todas as amostras infantis nas semanas quatro e oito após o nascimento.

No estudo, as amostras de sangue foram recolhidas das mães, cordões umbilicais e bebés no parto, e das crianças novamente nas semanas quatro e oito pós-parto.

A concentração do fármaco foi medida com um imunoensaio específico, que é mais sensível do que os imunoensaios anteriores de certolizumab pegol.

O estudo revelou que os níveis de certolizumab pegol eram inferiores aos níveis mais baixos de quantificação em 13 amostras de sangue de 14 no nascimento e em todas as amostras nas semanas quatro e oito. Não foram detetados anticorpos anti-certolizumab pegol em mães, cordões umbilicais ou latentes.

Segundo os especialistas, os dados sugerem uma falta de exposição in utero durante os segundo e terceiro trimestres, justificando assim o apoio ao tratamento com certolizumab pegol em curso durante a gravidez.