EFICÁCIA E SEGURANÇA DOS FITOTERÁPICOS

EFICÁCIA E SEGURANÇA DOS FITOTERÁPICOS

TRATAMENTOS NATURAIS

  Tupam Editores

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A fitoterapia parece ter acompanhado a evolução humana sendo, portanto, tão antiga quanto a história da humanidade. Esta prática milenar está em constante evolução, uma vez que assenta no conhecimento empírico da etnobotânica, transmitido entre as gerações e, mais recentemente, na experiência científica.

Etnobotânica é a designação dada a uma área científica multidisciplinar que abrange diversas áreas que vão desde a Botânica à Antropologia, História e Sociologia, através do estudo da relação existente entre o homem e as plantas e o modo como as populações usam esses recursos vegetais.

Embora se creia que o uso de plantas com finalidade terapêutica datem de há mais de 8 500 anos a.C., os primeiros registos escritos do estudo medicinal das plantas remonta a cerca de 5 mil anos, com os sumérios a anotarem os seus conhecimentos em placas de argila sobre centenas de espécimes, entre eles a mirra e o ópio. Na China, o imperador Cho-Chi-Kei descreveu as propriedades observadas no ginseng e na cânfora por volta de 3 mil anos a.C., mas foi apenas no ano 100 a.C. que a prática foi documentada pelo grego Pedanius Dioscorides, autor do tratado “Materia Medica”, obra que se tornou na principal fonte de informação sobre drogas medicinais desde o século I até ao século XVIII.

De acordo com uma pesquisa científica levada a cabo pela Fiocruz, a mais importante instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, estima-se que atualmente cerca de 70 a 95% das pessoas nos países em desenvolvimento usem a medicina tradicional, incluindo fitoterápicos e mais de 70% do mercado mundial de medicamentos está relacionado, direta ou indiretamente, com os produtos naturais.

Impulsionado por uma procura por opções de tratamento mais seguras e menos invasivas, temos vindo a assistir nos últimos anos, a um aumento significativo no interesse por terapias naturais. No entanto, a eficácia e a segurança dos fitoterápicos ainda são assunto de intenso debate na comunidade médica e científica.

A eficácia dos fitoterápicos depende de diversos fatores, incluindo a espécie da planta, a parte utilizada, o método de extração e a dose administrada, já que diversos estudos têm demonstrado que alguns, como por exemplo o ginkgo biloba, hypericum perforatum e panax ginseng, possuem compostos bioativos com propriedades terapêuticas sumamente comprovadas. Apesar das evidências, algumas limitações dos estudos, como o reduzido tamanho das amostras, falta de controle placebo adequado e variabilidade na qualidade dos produtos testados, bem como a heterogeneidade dos compostos presentes nos extratos vegetais pode dificultar a padronização dos tratamentos.

Em termos de segurança, embora a maioria dos fitoterápicos sejam considerados seguros, quando utilizados corretamente, eles não estão isentos de efeitos adversos designadamente no que se refere a interações medicamentosas, toxicidade e reações alérgicas, podendo interagir com medicamentos convencionais e alterar a sua eficácia ou aumentando o risco de efeitos colaterais.

A interação medicamentosa pode observar-se por exemplo com o uso concomitante da erva-de-são-joão (hypericum perforatum), e antidepressivos, que pode levar à síndrome serotoninérgica, uma reação a medicamento potencialmente fatal que tende a provocar temperatura alta, espasmos musculares e ansiedade ou delírio. Por outro lado, algumas plantas contêm compostos tóxicos que podem causar danos ao fígado, rins ou outros órgãos, se inseridos em doses elevadas ou por períodos prolongados.

A toxicidade de fitoterápicos ou qualquer substância, incluindo plantas medicinais e até alguns alimentos, depende muito da quantidade ou dose utilizada, sabendo-se que uma substância atóxica pode ser tóxica se utilizada em doses altas, e uma substância muito tóxica pode ser considerada segura se a dose for muito baixa.

Pessoas sensíveis podem desenvolver reações alérgicas a determinados fitoterápicos, manifestando-se através de reações cutâneas, dificuldades respiratórias, entre outros sintomas desagradáveis.

A regulamentação dos fitoterápicos varia amplamente entre os vários países. Em alguns, eles são regulamentados de forma semelhante aos medicamentos convencionais, exigindo testes rigorosos de segurança e eficácia, enquanto outros são comercializados como suplementos alimentares, com menos controle sobre a sua qualidade e pureza.

Em Portugal, o Infarmed, Autoridade de Medicamento e Produtos de Saúde, classifica os fitoterapêuticos como “medicamentos tradicionais à base de plantas”, após a transposição da legislação comunitária e de acordo com o Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de agosto. Contudo, só uma dúzia deles têm registo e informação disponível, equiparada aos medicamentos convencionais, sendo que os restantes são comercializados como suplementos dietéticos ou alimentares, sob registo e controle da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), enquanto organismo responsável pela definição, execução e avaliação das políticas de segurança alimentar.

Os fitoterapêuticos oferecem um potencial significativo como terapia alternativa, especialmente nos casos em que os tratamentos convencionais são ineficazes ou apresentam efeitos colaterais indesejados. Todavia, a eficácia e segurança desses produtos deverão ser rigorosamente avaliadas através de estudos científicos bem conduzidos. Além disso, é crucial que os consumidores sejam informados sobre os possíveis riscos e benefícios, e que haja regulamentação adequada e mais abrangente, que garanta a qualidade dos produtos comercializados.

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