DEPENDÊNCIA EMOCIONAL: O APEGO EXCESSIVO

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL: O APEGO EXCESSIVO

MENTE E RELACIONAMENTOS

  Tupam Editores

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A dependência emocional, também conhecida como codependência, é um quadro emocional ou comportamental que compromete a habilidade da pessoa de manter uma relação saudável e satisfatória.

Por outras palavras, a dependência emocional ocorre quando há um apego excessivo a outra pessoa, que pode ser o cônjuge, um parceiro, amigo ou um familiar. É mais comum, porém, que esse tipo de dependência surja em relacionamentos amorosos, devido a toda a carga emocional e sentimental envolvidas.

O indivíduo dependente projeta as suas expectativas no parceiro amoroso ou noutras pessoas. À medida que o tempo passa, a sensação de que depende desse alguém para se sentir feliz, amado e capaz de fazer escolhas em diferentes esferas da vida torna-se cada vez mais forte.

É comum que uma pessoa com este quadro apresente um grande receio de tomar decisões erradas, de sofrer rejeições e de ficar sozinho.

Casal a conversar

As causas da dependência emocional são várias e podem ter origem numa infância superprotegida ou ser consequência de alguma situação traumática.


Isso é projetado na vida adulta, e a pessoa depende dos outros para reconhecer as suas virtudes.

Os principais sinais de dependência emocional podem ser observados em padrões de comportamento que se repetem, nos mais diversos tipos de relação: exigência de atenção; ciúme exagerado; incapacidade de se sentir bem sozinha/o; dificuldade para tomar decisões sozinha/o; insegurança no relacionamento; inexistência de planos que não envolvam a outra pessoa; tendência para dizer sim a tudo por medo de rejeição; tendência para se colocar em segundo plano, porque precisa ter a outra pessoa sempre por perto para alimentar a dependência.

A dependência emocional pode ser dividida em três tipos, em função de onde se insere o vínculo de afeto excessivo.

Homens

A dependência emocional no casal costuma ser o tipo mais comum de dependência emocional, que evidencia insegurança no casal e parte de uma pessoa que se considera sem méritos ou capacidades, necessitando de apoio para sobreviver e seguir adiante.

Por medo de perder o companheiro e ficar sozinha/o, acaba por viver a vida do outro e por adotar comportamentos nocivos como o ciúme excessivo e a submissão, por exemplo.

A dependência emocional na família costuma estar ligada a estruturas familiares marcadas pela ansiedade, que acabam por ser transferidas para os filhos. Há carinho e afeto, mas são estruturas que não costumam instigar a autoconfiança. O núcleo familiar é um refúgio e tudo o que está fora dele é visto como uma ameaça.

A necessidade de ser valorizado nas relações sociais e de amizade, de ser aceito no grupo, é o que sustenta a dependência emocional no meio social. A pessoa vai perdendo a sua individualidade e passa a reproduzir aquilo que considera que esperam dela, a custo de muito sofrimento emocional e de uma progressiva “invisibilidade”.

A condição é complexa e pode exigir uma abordagem individualizada para o tratamento e recuperação. O apoio de amigos, familiares e entes queridos é importante. Eles podem oferecer apoio emocional, incentivar a procura por ajuda profissional, promover a autonomia, estabelecer limites saudáveis nos relacionamentos, participar de atividades positivas juntos, ser pacientes e compreensivos, e evitar alimentar a dependência emocional.

Geralmente, o dependente não se apercebe do seu próprio comportamento. Para ele todas a suas ações são normais e são apenas uma forma de demonstrar amor.

Mãe e filha

Ora, isto é um problema pois para superar a dependência emocional o primeiro passo é reconhecer que ela existe, que se trata de um problema que há que ultrapassar.

Nunca se será capaz de superar algo que se continua a negar. O primeiro passo é aceitar que se sente dependente emocional e descobrir por que existe esse apego desmesurado.

Não tenha medo da incerteza. Ter consciência de que o futuro não se controla ajuda a encarar o que está para vir com mente mais aberta e com menos medo, até porque o incerto não tem de ser, necessariamente, negativo.

Centre-se mais em si mesmo. Não é ser egoísta, mas ter consciência de que o que realmente importa é a sua opinião, não a dos outros.


Saber dizer Não também faz parte do equilíbrio emocional.


Respeitar o outro não significa abrir mão daquilo que é fundamental para recuperar e manter a sua autonomia emocional. Seja assertiva/o e respeite a sua individualidade.

Assuma a responsabilidade das suas emoções. Os sentimentos pertencem à pessoa, e é contraproducente querer colocar a culpa dessas manifestações em causas externas. É você que tem o controle e, precisamente por isso, é responsável pela forma como manifesta as suas emoções.

Consulta

Outra das estratégias de tratamento é a Terapia Cognitiva Comportamental. Os profissionais de saúde mental, como psicólogos, psiquiatras e terapeutas, possuem conhecimento especializado e experiência em lidar com questões emocionais complexas.

Este tipo de terapia vai ajudar a explorar padrões de pensamento e comportamento prejudiciais, fortalecer a autoestima e desenvolver habilidades para o indivíduo enfrentar o problema.

Se a dependência emocional afetar um relacionamento romântico, a terapia de casal pode ser benéfica para melhorar a comunicação e reconstruir a confiança.

O processo não será fácil, pois o autoconhecimento e a autonomia requerem que a pessoa encare lados obscuros do seu ser, que muitas vezes se prefere ignorar. No entanto, os riscos de não tratar a dependência emocional são significativos.

A pessoa corre o risco de perpetuar padrões de relacionamento disfuncionais, aumentar o stress e a ansiedade, e ver deteriorada a sua saúde mental e emocional. Além disso, pode ficar preso/a em relacionamentos insatisfatórios e prejudiciais. Não permita que isso aconteça!

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