COVID-19: PORTUGAL EM CONTRACICLO
SOCIEDADE E SAÚDE
Tupam Editores
Embora sem consequências tão graves como em vagas anteriores, Portugal volta a ser o País da Europa com maior número de novos casos de infeção por Covid-19 e o segundo com mais casos a nível Global, logo a seguir a Taiwan, em claro contraciclo com os restantes países europeus.
Investigadores e outros especialistas portugueses em saúde, receiam que a sexta vaga da pandemia continue em crescimento no nosso País, particularmente numa altura em que se prevêem grandes movimentações populares devido às tradicionais festas de verão, aos festivais de música e ao período de férias, eventos muito condicionados ou inexistentes nos últimos 2 anos.
O último relatório do Indicador de Avaliação da Pandemia (IAP), desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico em parceria com Ordem dos Médicos (OM), antecipa um crescimento substancial no número de contágios diretos pelo SARS-CoV-2 devido principalmente às festas populares e aos festivais de música e reforça a recomendação de uso de máscara nesses eventos, bem como em ambientes fechados, transportes públicos e em contexto laboral.
O documento também refere que a mortalidade continua a apresentar uma tendência de subida, prevendo-se que o pico seja atingido até ao final de junho, em função dos contágios que eventualmente possam ocorrer devido aos eventos previstos, até que as vagas pandémicas se vão atenuando ao longo da repetição dos ciclos e o vírus se torne endémico, como historicamente tem acontecido.
Desdramatizando a situação, alguns epidemiologistas têm vindo a explicar que os números atualmente registados no País são semelhantes aos que verificaram no resto da Europa no final do primeiro trimestre do ano e que o desfasamento agora verificado se fica a dever, entre outros fatores, ao levantamento tardio da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados, relativamente à maioria dos países da UE.
A nível Global, de acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a situação pandémica por Covid-19 é caraterizada por uma diminuição semanal crescente e consistente desde o pico que ocorreu em janeiro de 2022, mas ainda assim, mais de 3 milhões de casos foram reportados na primeira semana de junho. Também o número de novas fatalidades continua a diminuir de forma muito acentuada, embora ainda tenha atingido um acréscimo de cerca de sete mil vítimas relativamente à semana anterior.
De entre os cenários prováveis de evolução da pandemia para o ano de 2022, antecipados pela OMS, o surgimento de uma variante mais transmissível, porém menos letal, devido principalmente à imunização induzida pela vacinação ou por infeção natural, veio a confirmar-se. Já antes o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), havia previsto a situação, recomendando que seria necessário equacionar um reforço periódico de vacinação na população mais vulnerável.
Relatórios anteriores de várias entidades da Saúde nacionais já vinham alertando para a possibilidade das novas linhagens das variantes Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, em conjugação com o fim abrupto da obrigatoriedade do uso generalizado de máscara protetora, poderem contribuir para o agravamento da situação que agora se verifica em particular no nosso País.
A pandemia de Covid-19 já contribuiu para a emergência de novas linhas de fratura geopolíticas, sociais e mediáticas de grandes proporções, com impacto indelével nos sistemas de estabilidade sociopolítica em todo o mundo. Enquanto agente promotor de novas configurações sociais e políticas, transformou aquilo que inicialmente se assumia como uma crise de saúde pública, num dispositivo gerador de novas formas de controle social, desigualdades entre povos e regiões, de que a distribuição das vacinas é um cabal exemplo, bem como de novas configurações da economia Global.
Se a situação já antes era complexa, a eclosão da guerra na Europa a 24 de fevereiro e que se mantém sem solução à vista, veio contribuir para que a pandemia passasse para segundo plano nas preocupações de praticamente todo o mundo, ficando esquecida pelos meios de comunicação, mas na realidade não só não desapareceu como continua a matar, contribuindo para manter a instabilidade e preocupação das pessoas no seu dia-a-dia.
Na história da humanidade, sempre existiu um vínculo muito forte e complexo entre guerras e epidemias, sendo que estas tanto podem contribuir para modificar o desfecho de conflitos como antecedê-los ou tornar-se sua consequência. Uma guerra que parecia improvável na Europa no século 21, já está a tornar-se num marco de um novo mundo de transformação global, com as pessoas a interrogarem-se sobre se a segurança individual e coletiva estará num leito de hospital ou na punição de uma fronteira.
A cada dia aumenta a evidência de que a pandemia por Covid-19 veio para ficar. Apesar das perspetivas de curto prazo se revelarem otimistas e de os números indicarem uma tendência consistente de descida nos casos de infeção e mortes a nível Global, várias medidas continuam a ser implementadas, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta mais fragilizada na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de reforçar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, que previnam o surgimento de novas variantes.
Transição para uma endemia
A maioria dos especialistas tem vindo a referir que o trajeto descendente de transição da pandemia para uma endemia, ou mesmo para o seu fim, já teve início. Contudo, ainda se pesquisam as causas da designada Covid longa, uma sintomatologia que persiste depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas que até recentemente pacientes com sinais persistentes de Covid-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que observações levadas a cabo durante mais de dois anos, os levou a mudar de opinião rapidamente.
Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a nova condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo e que se caraterizam por dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para um completo regresso à normalidade.
Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo por cientistas de um conjunto alargado de países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração.
Essas pesquisas têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para poder prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem. Mais recentemente, a revista médica Nature Medicine, publicou um estudo levado a cabo por grupo de cientistas da Universidade de Glasgow, revelando que as pessoas com Covid longa têm também mais hipóteses de desenvolver doenças mais graves como a miocardite.
Considerando o ainda relativamente elevado número de contágios e fatalidades a nível Global, mesmo num cenário otimista, é preciso manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, até que possamos atingir a meta de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes estabelecida pelos peritos, a partir da qual possamos finalmente experimentar uma nova vida normal.
Vacinação
Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, ainda não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização. A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde da maioria dos países, têm vindo a reportar uma crescente redução no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.
Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 65,9% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a Covid-19, tendo já sido administradas 11,9 mil milhões de doses a nível Global e 5,5 milhões ainda são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 16,2% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 97,1% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.
Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única via para mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a Covid-19 e seguir progressivamente com maior segurança para o objetivo de incrementar a imunização de toda a população. Todavia, é por demais evidente que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida, o que parece já estar a acontecer.
Saúde mental
Não existem hoje dúvidas de que, numa tentativa de controlar a infeção, a resposta à Covid-19, já impôs algumas formas de vida novas, quer no plano individual quer em sociedade, que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e agora uma guerra com efeitos devastadores, com todas as suas consequências “invisíveis”, porém percetíveis, na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma ainda estão longe de poder ser feitas, mas já parecem eternizar-se.
A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS nesta área, estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores que estiveram ou ainda se mantêm na primeira linha do combate à pandemia.
A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados no que respeita aos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.
Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão, quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.
Imunidade vacinal e as novas variantes
Nos lugares cimeiros do ranking mundial de vacinação Covid-19, segundo o site ourworldindata.org, Portugal desde cedo ultrapassou o objetivo inicialmente traçado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado, em boa parte devido às transmutações do vírus. Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e posteriormente para as subvariantes BA.2 e BA.5, vieram de novo baralhar os dados.
Apesar da tendência geral otimista, o ressurgimento de novas mutações do vírus mantém-se presente, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta e outras batalhas que eventualmente seja necessário vir a travar. Entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de travar definitivamente esta nova subvariante do SARS-CoV-2, e outras que possam eventualmente surgir.
Certificado Digital Covid-19 da UE
Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular entre quem viaja entre países ou regiões. Com a quase totalidade dos países a desconfinar e a renunciarem à quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, continua a ser indispensável continuar a proteger as fronteiras e impedir a propagação do SARS-CoV-2.
O certificado Digital Covid-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação, que se mantém em vigor.
Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).
O Certificado Digital Covid-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a Covid-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção Covid-19. Por proposta da Comissão Europeia (CE) a sua extensão foi prorrogada até 30 de junho de 2023.
Perspetivas
Uma saída sustentável da pandemia na UE ou em qualquer outra região do mundo, depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região estarão seguros em relação à Covid-19 enquanto persistirem focos de infeção e a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 2 mil milhões de vacinas em 165 países de baixo e médio rendimento, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.
Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a Covid-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, continua longe de se conseguir.
Entre nós, não obstante o País ter atingido inicialmente um dos mais favoráveis indicadores de vacinação a nível mundial, as taxas de contágio da pandemia, segundo o INSA, continuam a crescer desde a segunda semana de março e o índice de transmissibilidade (Rt) tem-se mantido quase invariavelmente no limiar de 1 na generalidade do território nacional e todas as regiões apresentam uma taxa de incidência de cerca de 1 612 casos por 100 mil habitantes em 14 dias, 49 mortes e 107 internamentos, no mesmo período.
Em resposta à elevada incidência de Ómicron, a ECDC recomenda a adesão geral à vacinação, incluindo a administração urgente de doses de reforço, especialmente entre a população mais idosa e em risco, como forma de obter proteção contra o elevado risco de hospitalização e eventuais mortes. Além disso, as vacinas proporcionam benefícios adicionais de longo prazo para o indivíduo e sociedade, prevenindo o absentismo no trabalho ou educação, bem como a síndrome pós-Covid-19 aguda.
Apesar de estarmos a entrar numa nova fase da pandemia, que acreditamos nos vai permitir uma gestão mais sustentável dos seus efeitos, é importante observar que o SARS-CoV-2 ainda pode causar esporadicamente elevados níveis de tensão nos sistemas de saúde e levar a grandes surtos, sendo por isso essencial implementar estratégias de vigilância e preparação de resposta a vários níveis para lidar a Covid-19.
Segundo a OMS, em Portugal, o número diário de óbitos continua em crescimento, havendo registo de 49 fatalidades nas últimas 24 horas. Foram ainda confirmados mais 27 738 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país no início de Março do último ano, de 4 872 945 infetados e 23 446 vítimas mortais.
A Covid-19 a nível Global
Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 9 de junho de 2022, foram notificados em todo o mundo 538 234 268 casos de doença, incluindo 6 326 974 mortes e mais de 511 526 517 recuperados. De referir que alguns países deixaram de notificar o número de recuperados. A nível Global, o número de casos de infeção por Covid-19, embora tenha registado um pequeno aumento em algumas regiões, continua a diminuir de forma sustentada na generalidade dos países e o número de mortes continua em queda acentuada.
Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, com o número de infetados a ultrapassar 198 203 897 casos reportados, seguido das Américas com 160 928 688, da Ásia com um total de 157 832 982 infetados e de África também com um pequeno aumento para 12 187 480 pessoas. A Oceânia com 9 080 500 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados.
Independentemente da evolução da pandemia, ainda com algum nível de imprevisibilidade e de ainda poder vir a ser necessário ponderar novas ações, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos e instáveis permanece em aberto. A nova Covid-19 mantém-se latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas, ainda que venha a permanecer entre nós como uma nova endemia com a qual teremos de aprender a conviver.
Caracterização do Vírus Covid-19
Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).
O novo coronavírus (Covid-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora a sua origem continue desconhecida, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.
Epidemia vs pandemia
A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia provocada por uma doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.
Metodologia de obtenção de dados
A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à Covid-19. Não obstante os números serem alterados a cada momento, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, e tem por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.
Situação Mundial da Pandemia a 09 de JUNHO de 2022, segundo a OMS:
RECOMENDAÇÕES GERAIS DA ECDC
Como se dissemina a Covid-19?
As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras, portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.
Quais são os principais sintomas da doença?
A Covid-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas mais comuns incluem uma combinação de febre, tosse seca, cansaço anormal e perda de olfato ou paladar; os menos comuns incluem uma combinação de dores de garganta, dor de cabeça, tensão e dores musculares, diarreia, irritações na pele ou descoloração dos dedos das mãos e dos pés e irritação ou vermelhidão ocular.
A mais recente subvariante BA.5 da Ómicron em circulação e que já se tornou prevalente, provoca sintomas ligeiramente diferentes das linhagens anteriores, mais leves e silenciosos, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de Covid-19 e não deixa de ser preocupante, pois além de ser mais contagiosa, causa igualmente doença grave.
Surto de doença, O que precisa saber?
Para quem já esteve em áreas afetadas pela Covid-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça sem motivo aparente:
- Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
- Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.
- Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.
Como pode proteger-se e aos outros da infeção
- Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
- Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.
- Mantenha os espaços arejados.
Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24
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Autor:
Tupam Editores
Última revisão:
10 de Abril de 2024
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