COVID-19: OMS PEDE PRUDÊNCIA!

COVID-19: OMS PEDE PRUDÊNCIA!

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Como já se esperava, o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) após a última reunião semanal do Conselho de Ministros indica que a situação na Área Metropolitana de Lisboa (AML) se mantém algo indefinida, verificando-se que a curva das ocorrências de novos casos continua a subir, o que levou o Governo a prorrogar o atual estado de contingência na região pelo menos até 31 de agosto, mantendo-se o resto do país em estado de alerta.

O último relatório apresentado reporta duas vítimas mortais nas últimas 24 horas e mais 291 casos de infeção pela COVID-19, o que eleva para 1788 o número de óbitos e para 54 992 o número de infetados – o total acumulado desde o início da pandemia. Dos novos diagnósticos de COVID-19, 170 foram reportados em Lisboa e Vale do Tejo – o que representa 58,4% do total nacional de novas infeções –, e 93 no Norte do país (a maior subida em três meses).

Apesar de se manter o estado de contingência em Lisboa e Vale do Tejo foram introduzidas algumas pequenas alterações com vista a flexibilizar as regras, designadamente nos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais da AML, que a partir de agora poderão ser alterados por decisão dos presidentes dos municípios envolvidos, depois de ouvidos os pareceres das forças de segurança e das autoridades locais de saúde, deixando assim de vigorar a obrigatoriedade de abertura às 10h00 e de encerramento às 20h00.

A nível internacional, e após o inesperado anúncio pela Rússia de que os seus cientistas envolvidos na pesquisa de uma vacina eficaz contra a doença, tinham conseguido desenvolver a primeira vacina e que esta iria ficar disponível para todo o mundo a partir de janeiro de 2021, a Organização Mundial de Saúde (OMS) veio a público refrear os ânimos, reagindo com prudência à notícia e recordando que a pré-qualificação e a homologação de uma vacina para a COVID-19 passam por procedimentos muito rigorosos, não deixando de referir que a organização se mantém em contacto estreito com os russos para clarificar a situação.

Muita coisa se passou desde que a OMS anunciou o estado de pandemia a 11 de março e se deu início desde logo a uma corrida global, cheia de atropelos e mal-entendidos. Com epicentro inicialmente na China, rapidamente se deslocou para a Europa e América, tendo contribuído decisivamente para o agravamento das tensões já existentes entre os dois maiores gigantes económicos da atualidade.

Na corrida pela procura de uma vacina, perfilaram-se desde logo mais de cem candidatas algumas das quais já em ensaio clínico, mas até ao momento só a Farmacêutica Pfizer e a Biotecnológica alemã assumiram manter-se à frente da corrida, referindo que estariam oficialmente prontas a avançar para a fase de testes.

O comunicado de 11 de agosto do líder russo Vladimir Putin, de que havia registado a primeira vacina contra a COVID-19, a que foi atribuído o nome de Sputnik V, levou o Canadá, Reino Unido e Estados Unidos a acusarem a Rússia de estar a tentar roubar informação aos seus cientistas, envolvidos na pesquisa de uma vacina contra a pandemia.

Informações posteriores referem que um grupo de 50 soldados voluntários, e a própria filha de Putin, foram inoculados com a anunciada Sputnik V e que 20 países já terão encomendado cerca de um milhão de doses. A produção industrial, no entanto, só terá início em setembro a fim de estar disponível em janeiro de 2021. As autoridades de saúde russas garantem que a vacina superou todas as provas necessárias e permitem uma imunidade estável durante dois anos, através de uma dupla inoculação.

O facto de, por norma, a fase de testes demorar vários meses e envolver milhares de pessoas – por ser a única forma de se provar que uma vacina é eficaz e segura –, leva a que a comunidade científica internacional e mesmo do próprio país, se mantenha reservada.

A maioria da população mundial afetada pela doença, esteja ou não confinada, está carente de uma qualquer solução que seja segura e fique acessível no mais curto espaço de tempo possível, quer seja um fármaco ou uma vacina com capacidade para curar ou imunizar massivamente as populações, isto é, precisa de ter esperança.

Com esperanças no futuro, o Conselho de Ministros, através de uma reunião eletrónica, autorizou recentemente o investimento de 20 milhões de euros em contratos a celebrar para a aquisição de vacinas contra a doença.

O Estado Português associa-se assim à aquisição de vacinas contra a COVID-19 no âmbito do procedimento europeu centralizado, sendo que a Resolução do Conselho de Ministros agora aprovada corresponde à primeira fase dos procedimentos aquisitivos, a realizar em 2020, assegurando a aquisição de 6,9 milhões de doses (que cobrem cerca de dois terços da população portuguesa).

Estas doses correspondem à quota que cabe a Portugal do lote de 300 milhões de vacinas acordadas entre a Comissão e o laboratório francês Sanofi-GSK. A UE tem também acordo com a AstraZeneca para mais 300 milhões de doses, e com a Johnson e Johnson para mais 400 milhões de doses. A encomenda dessas vacinas será acionada logo que exista uma segura e eficaz contra a COVID-19, não havendo ainda qualquer referência a preços.

A vacinação, garantiu António Costa, será “progressiva, universal e gratuita” para a população portuguesa assegurar a imunização, mas o primeiro ministro referiu que caberá à DGS determinar os seus critérios, definindo a estratégia nacional e as correspondentes populações-alvo numa fase inicial.

Apesar de se vislumbrar alguma luz ao fundo do longo túnel, a OMS continua a pedir ao mundo prudência, admitindo que “não há nenhuma panaceia, e talvez não exista nunca, contra a COVID-19” o que em nada contribui para tranquilizar as pessoas já cansadas de restrições e confinamento.

Para piorar a situação, o número de casos continua a aumentar. Segundo dados oficiais, o novo coronavírus já infetou mais de 22,6 milhões de pessoas no mundo inteiro e provocou 791 402 mortes, existindo agora 15,3 milhões de recuperados.

No total, os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos e de mortes. Em termos de número de infetados acumulados no mundo, seguem-se o Brasil, a Índia e a Rússia. Portugal surge em 47.º lugar nesta tabela. No que diz respeito aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas, depois o México e a Índia.

covid 19, mapa mundo

Na Europa, segundo o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), o risco de contágio é atualmente avaliado em baixo (nas áreas onde estão a ser feitos extensos testes que mostram taxas de deteção muito baixas) a moderadas (onde ainda há substancial transmissão contínua da comunidade e nas quais não foram implementadas adequadas medidas de distanciamento físico).

A tendência decrescente na incidência da pandemia é observada e sustentada em quase todos os Estados-Membros da UE, todavia nas últimas semanas alguns têm vindo a relatar focos de transmissão contínua nas suas comunidades, temendo-se que algum retrocesso venha a verificar-se na situação, depois das bem conhecidas medidas de excecional robustez que foram implementadas com carater temporário.

No cômpito geral a situação na Europa tem vindo a mostrar-se mais instável nas últimas semanas, com os indicadores de novos casos a revelarem subidas relevantes e a média na União Europeia a subir para 33,2 casos por 100 000 habitantes, quando antes se situava a abaixo dos 20 casos, resultado da implementação de rigorosas medidas de resposta à pandemia, sazonalidade, autoconsciência da população na prevenção de doenças e adesão às medidas implementadas pelos governos. Neste momento em Portugal regista-se uma taxa de incidência de 26,4 o que nos coloca abaixo da média da EU e em 12º lugar do ranking.

Entre nós, ainda em período de desconfinamento de geometria variável, em grande parte devido aos focos de contágio na área de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), onde se tem concentrado a maioria dos novos casos, a última quinzena revelou uma tendência para uma redução gradual com a média diária a situar-se ao nível mais baixo desde a última semana de maio, muito embora com alguns "picos" ligeiros, suficientes porém para manter alguma prudência nas previsões.

Até 13 de agosto, altura em que será feita nova avaliação, os horários de funcionamento dos centros comerciais mantêm-se, com o encerramento previsto para as 20h00, mas voltam a ser permitidos os ajuntamentos até dez assoas em vez das cinco anteriores. À semelhança do que acontecia antes, os supermercados fecham às 22h00 e os restaurantes ou similares podem receber pessoas até às 24h00 e manter-se abertos até à 01h00. Mantém-se a proibição do consumo de bebidas alcoólicas na via pública e a venda de álcool está interdita a partir das 20 horas em qualquer espaço comercial.

Devido ao facto de Lisboa ter sido escolhida para acolher a realização da final da Liga dos Campeões de Futebol, evento que inevitavelmente irá originar maior circulação de pessoas, na capital e fora dela é relevante observarmos o que irá acontecer.

As experiências de outras pandemias que alastraram no passado recomendam precaução. A COVID-19 não dá tréguas! Todos os cuidados são poucos! A incerteza quanto ao evoluir da doença mantém-se, designadamente quanto à possibilidade de eclosão de uma segunda vaga no outono, não se podendo fazer quaisquer previsões sobre datas para início das atividades “ditas normais” da sociedade, que se adivinha jamais voltarão a ser como antes, pelo menos até que se descubra uma “vacina milagrosa” que nos liberte do medo e da desconfiança.

Quanto à “vacina milagrosa”, anuncia-se que os cientistas têm feito grandes progressos no desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19, não sendo no entanto espectável a sua utilização até ao início de 2021. A OMS está a trabalhar para expandir o acesso a possíveis vacinas e ajudar a aumentar a capacidade de produção, mas enquanto isso não acontece é fundamental suprimir a disseminação do vírus – uma responsabilidade que é de todos nós.

Caraterização do novo vírus covid-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como o síndrome respiratório do Médio Oriente (MERS) e o síndrome respiratório agudo severo (SARS-CoV-2).

Um novo coronavírus (COVID-19) foi identificado em Wuhan, China, em final de dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo originado a atual pandemia.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada diariamente pela OMS, ECDC, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuídos ao COVID-19. Não obstante estes números estarem a mudar a cada minuto que passa, o quadro abaixo reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto nos é possível.

 

Situação Mundial da pandemia a 21 de Agosto, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus inalando pequenas gotículas infectadas ao tossirem ou espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A maioria das pessoas infetadas experimenta uma doença leve e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular
– Cansaço anormal

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pelo COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com o COVID-19 e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

- Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
- Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1 metro de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

Linha de apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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