COVID-19: O FIM DA PANDEMIA PODE ESTAR PRÓXIMO
SOCIEDADE E SAÚDE
Tupam Editores
Segundo Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), em recente conferência de imprensa, o número de mortes por Covid-19 na última semana foi o mais baixo desde março de 2020, tendo admitido que o mundo nunca esteve numa posição tão boa para acabar com a pandemia que matou milhões de pessoas desde finais de 2019, alertando, no entanto, que “ainda não estamos lá, mas o fim está próximo.
Para reforçar a ideia, adiantou que "Alguém que corre uma maratona não para quando vê a linha de chegada, antes corre mais depressa, com toda a energia que lhe restar e nós, também", afirmou. "Todos conseguimos ver a linha de chegada, estamos prestes a vencer. Este seria realmente o pior momento para deixar de correr", insistiu. “Se não aproveitarmos esta oportunidade, corremos o risco de ter mais variantes, mais mortes, mais problemas e incertezas”.
De acordo com o último boletim epidemiológico da OMS, o número de contágios declarados a nível mundial caiu 28% na última semana em relação à semana anterior e as mortes diminuíram 22% no mesmo período. Contudo, deve ter-se em atenção que o número real de infeções é sem dúvida muito maior, não só devido aos casos de sintomas ligeiros não declarados, mas também porque muitos países deixaram de efetuar testes.
Em consequência da pandemia por Covid-19, o Comitê da OMS para a Europa estima que cerca de 17 milhões de pessoas da região europeia da Organização, que inclui 53 estados-membros, sofreram de Covid longa em 2020 e 2021, com uma duração de pelo menos 3 meses, nos dois primeiros anos da pandemia e que mais de 145 milhões em todo o mundo sofreram com pelo menos um dos sintomas caraterísticos da patologia, no mesmo período, incluindo fadiga, alterações de humor, problemas cognitivos e dificuldades respiratórias.
Esta realidade levou a OMS a anunciar a criação de uma parceria oficial com a Long COVID Europe (LCE), uma rede de 19 entidades de pacientes de países da região europeia com problemas comuns, que tem por objetivo partilhar recursos relevantes, know-how e contactos entre os seus membros, por forma a criar uma economia de escala.
Ainda no contexto europeu, em termos de transmissibilidade do SARS-CoV-2 e taxa de notificação acumulada a 14 dias, Portugal regista valores de R(t) em média inferiores a 1 e uma taxa de notificação acumulada entre 240 e 479,9 casos por 100 mil habitantes, ou seja, uma taxa de notificação elevada, embora com tendência geral decrescente, situação em que somos atualmente acompanhados por mais oito países da UE.
Segundo os últimos dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), a tendência geral na europa é de declínio nos indicadores de gravidade, mesmo entre a população com mais de 65 anos, nada sugerindo uma mudança preocupante na epidemiologia geral nesta fase, o que corrobora o otimismo prudente revelado pelo diretor-geral OMS e apesar de ainda se verificarem diferentes taxas de cobertura vacinal entre regiões.
Estima-se que a administração massiva da vacina Covid-19, tenha levado a grandes reduções nas doenças graves, hospitalizações e mortes, tendo permitido que as sociedades reabrissem e se tenham evitado cerca de 20 milhões de mortes em 2021.
O acordo recentemente firmado entre a Comissão Europeia e a farmacêutica Moderna para ajustar o calendário de entregas de novas vacinas adaptadas às novas variantes, para o final do próximo outono e inverno, vem reforçar a esperança de que poderemos estar perante o início do fim da pandemia.
Em 2020 quando era crucial ter vacinas o mais cedo possível e na escala necessária, a UE investiu fortemente na produção global de uma série de vacinas para a Covid-19, antes de se saber se alguma delas seria bem-sucedida. Essas ações de risco foram claramente compensadas pois o desenvolvimento de vacinas foi muito bem-sucedido, o que permitiu a todos os Estados-Membros terem acesso igual a vacinas seguras e eficazes na primeira oportunidade e na escala necessária, oferecendo a todos os cidadãos da UE vacinação primária e de reforço, salvando vidas e mitigando o impacto da pandemia na vida económica e social.
Face à evolução da pandemia, o ECDC forneceu algumas orientações para estratégias de vacinação que passam pelo uso de doses de reforço adicional de vacinas mRNA adaptadas, no segundo semestre de 2022, através de campanhas de vacinação, com o objetivo de prevenir a hospitalização, doenças graves e mortes, bem como proteger os sistemas de saúde; melhorar a aceitação da vacina no curso primário e da primeira dose de reforço em indivíduos elegíveis e de maior risco; lançamento de um segundo reforço precoce em adultos entre os 60 e 80 anos e com comorbilidades subjacentes; os segundos reforços podem ser lançados quatro meses após o anterior, focados nos que receberam um reforço há mais de seis meses.
Além disso, em antecipação a novas vagas de infeção que possam chegar no outono/inverno, os países devem considerar a necessidade de lançar mais doses adicionais de reforço de vacinas mRNA para os grupos populacionais em risco de doença grave no final do ano, se possível combinando-as com as habituais campanhas de vacinação da gripe. De acentuar que as novas vacinas adaptadas às variantes Ómicron, foram autorizadas para uso na UE em setembro.
A nível mundial, a pandemia de Covid-19 contribuiu para a emergência de novas linhas de fratura geopolíticas, sociais e mediáticas de grandes proporções, com impacto indelével nos sistemas de estabilidade sociopolítica em todo o mundo. Enquanto agente promotor de novas configurações sociais e políticas, transformou aquilo que inicialmente se assumia como uma crise de saúde pública, num dispositivo gerador de novas formas de controle social, desigualdades entre povos e regiões, de que a distribuição das vacinas é um cabal exemplo, bem como de novas configurações da economia Global.
Se a situação já antes era complexa, a eclosão da guerra na Europa a 24 de fevereiro e que se mantém sem solução à vista, as graves alterações climáticas e outros eventos preocupantes, vieram contribuir para que a pandemia passasse para segundo plano das preocupações de praticamente todo o mundo, ficando esquecida pelos meios de comunicação, mas na realidade ainda não desapareceu e continua a gerar instabilidade e preocupação no dia-a-dia das pessoas.
Na história da humanidade, sempre existiu um vínculo muito forte e complexo entre guerras e epidemias, sendo que estas tanto podem contribuir para modificar o desfecho de conflitos como antecedê-los ou tornar-se sua consequência. Uma guerra que parecia improvável na Europa no século 21, já se tornou num marco de um novo mundo de transformação global, com as pessoas a interrogarem-se sobre se a segurança individual e coletiva estará num leito de hospital ou na punição de uma fronteira.
Ainda não há evidência sobre se a pandemia por Covid-19 veio ou não para ficar. As perspetivas de curto prazo revelam-se otimistas, mas algumas medidas preventivas continuam a ser implementadas nesta que parece ser a reta final, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta mais fragilizada na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento em ambulatório de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de reforçar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, que previnam o surgimento de novas variantes.
Transição para uma endemia
A maioria dos especialistas tem vindo a referir que o trajeto descendente de transição da pandemia para uma endemia, ou mesmo para o seu fim, já teve início. Contudo, ainda se pesquisam as causas da designada Covid longa, uma sintomatologia que persiste depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas que até recentemente pacientes com sinais persistentes de Covid-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que observações levadas a cabo durante mais de dois anos, os levou a mudar de opinião rapidamente.
Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a nova condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo e que se caraterizam por dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para um completo regresso à normalidade.
Estudos sobre a Covid longa, que a OMS classifica de “imprevisível e debilitante”, levados a cabo por cientistas de um conjunto alargado de Universidades de vários países, já identificaram mais de duas centenas de sintomas disseminados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e de concentração.
Essas pesquisas têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para poder prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não contraem a doença. Estudos recentes, revelam que os pacientes com Covid longa têm também mais hipóteses de desenvolver doenças mais graves como por exemplo a miocardite.
Mesmo considerando um cenário otimista, continua a ser necessário manter uma permanente vigilância e manutenção de cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, até que possamos vencer a maratona e regressar a uma vida normal.
Vacinação
Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, ainda não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, daí a heterogeneidade da situação epidemiológica que ainda se verifica entre países e regiões.
A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução significativa no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, mas não chegou a todos de igual forma. Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 67,9% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a Covid-19, tendo já sido administradas 12,66 mil milhões de doses a nível Global e 4,09 milhões ainda são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 22,5% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto.
Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única via para mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a Covid-19 e seguir progressivamente com maior segurança para o objetivo de incrementar a imunização de toda a população. Todavia, parece tornar-se evidente que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida, o que de certa forma já estar a acontecer.
Saúde mental
Não existem hoje dúvidas de que a resposta à Covid-19 já impôs novos formatos de vida, quer no plano individual quer em sociedade, que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu-se rapidamente uma crise económica, a perspetiva de uma segunda pandemia e uma guerra com efeitos imprevisíveis, com todas as suas consequências “invisíveis”, porém percetíveis, na saúde mental das populações.
A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma ainda estão longe de poder ser feitas, mas já parecem eternizar-se.
A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS para esta área, estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os profissionais que estiveram ou ainda se mantêm na primeira linha do combate à pandemia.
A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados no que respeita aos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de tentar atenuar os seus efeitos.
Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão, quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.
Imunidade vacinal e as novas variantes
Nos lugares cimeiros do ranking mundial de vacinação Covid-19, segundo o site ourworldindata.org, Portugal desde cedo ultrapassou o objetivo inicialmente traçado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado, em boa parte devido às transmutações do vírus. Na realidade, a variante Delta do SARS-CoV-2 que em Portugal e na maioria dos países da UE chegou a atingir uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e posteriormente para as subvariantes BA.2 BA.4 e BA.5, vieram de novo baralhar os dados.
O ressurgimento de novas mutações do vírus, apesar de cada vez mais distante, mantém-se presente. Entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, mais um derradeiro esforço para travar definitivamente esta nova subvariante BA.5 do SARS-CoV-2, e outras que possam surgir, particularmente na época mais fria que se aproxima.
Certificado Digital Covid-19 da UE
Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular entre quem viaja entre países ou regiões. Com a quase totalidade dos países a desconfinar e a renunciarem à quarentena para os cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, continua a ser indispensável continuar a proteger as fronteiras e impedir a propagação do SARS-CoV-2.
O certificado Digital Covid-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de facilitar a livre circulação dos cidadãos entre os Estados-Membros da UE, para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação, que se mantém em vigor.
Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).
O Certificado Digital Covid-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a Covid-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção Covid-19. Por proposta da Comissão Europeia (CE) a sua extensão foi prorrogada até 30 de junho de 2023.
Perspetivas
Uma saída sustentável da pandemia na UE ou em qualquer outra região do mundo, depende dos progressos realizados a nível mundial, já que nenhum país ou região estarão seguros em relação à Covid-19 ou a outra qualquer pandemia, enquanto persistirem focos de infeção e a sua propagação não for contida a nível Global.
A UE e o conjunto dos seus Estados-Membros liderararam desde a primeira hora a participação no investimento do Mecanismo Mundial COVAX, com mais de 3 mil milhões de euros, tendo proporcionado a entrega de vacinas a 168 países de baixo e médio rendimento, através de um mecanismo autónomo coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, que em parceria com a UNICEF, teve desde o seu início por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a Covid-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, o que apesar de tudo não foi conseguido.
Em resposta à predominância da Ómicron na UE/EEE, a ECDC recomenda que se mantenha a adesão geral à vacinação com as novas vacinas adaptadas, incluindo a administração de doses de reforço, especialmente entre a população mais idosa e em risco, como forma de obter proteção contra o risco de hospitalização e mortes. Além de proteção, as vacinas proporcionam benefícios adicionais de longo prazo para o indivíduo e sociedade, prevenindo o absentismo no trabalho ou educação, bem como a síndrome pós-Covid-19 aguda.
Apesar de termos entrado numa nova fase da pandemia, que nos tem permitido uma gestão mais sustentável dos seus efeitos, é importante observar que o SARS-CoV-2 ainda pode vir a causar, esporadicamente, alguns níveis de tensão nos sistemas de saúde e levar a grandes surtos, sendo por isso essencial implementar e manter estratégias de vigilância e preparação de resposta a vários níveis para lidar com a situação, em particular durante o próximo outono/inverno. Temos a meta à vista e por isso vale a pena um esforço suplementar, para evitarmos correr mais riscos.
A Covid-19 a nível Global e Nacional
Informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 16 de setembro de 2022, foram notificados 616 220 371 casos de doença, incluindo 6 526 107 mortes e mais de 595 369 491 recuperados, sendo de referir que alguns países deixaram de notificar o número de recuperados.
Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, com o número de infetados a ultrapassar 224 256 264 casos reportados, seguido da Ásia com um total de 187 559 459, das Américas com 179 479 845 infetados e de África também com um ligeiro aumento para 12 630 910 pessoas. A Oceânia com 12 293 172 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados.
Em Portugal, de acordo com o site ourworldindata.org, verifica-se uma tendência consistente de descida no número de óbitos devido à Covid-19 nas últimas duas semanas, registando-se atualmente uma média diária de 0,58 mortes por milhão de habitantes em sete dias.
No mesmo período em análise, o número de novos casos diários de infeção por COVID-19 confirmados, por milhão de habitantes, em sete dias foi de 217,27 casos. Cumulativamente, desde que a pandemia foi detetada no país no início de Março de 2020, foram registadas 24 947 vítimas mortais (2 462 por milhão de habitantes) e 5 454 001 de infetados (837,3 por milhão de habitantes).
Apesar de tudo indicar estarmos a aproximar-nos do fim da pandemia, a experiência com outras que ocorreram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão inesperada de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos e instáveis permanece em aberto. A grande diferença, contudo, é que hoje possuímos o conhecimento e vacinas eficazes para o seu combate, ainda que venha a permanecer entre nós como uma nova endemia com a qual teremos de aprender a conviver.
Caracterização do Vírus Covid-19
Os coronavírus são uma família de vírus de RNA (ácido ribonucleico), que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS-CoV-2).
O novo coronavírus (Covid-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora a sua origem continue desconhecida, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.
Epidemia vs pandemia
A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia provocada por uma doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.
Metodologia de obtenção de dados
A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à Covid-19. Não obstante os números poderem serem alterados a todo o momento, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, e tem por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, o mais realista possível.
Situação Mundial da Pandemia a 16 de SETEMBRO de 2022, segundo a OMS:
RECOMENDAÇÕES GERAIS DA ECDC
Como se dissemina a Covid-19?
As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras, portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.
Quais são os principais sintomas da doença?
A Covid-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas mais comuns incluem uma combinação de febre, tosse seca, cansaço inusual e perda de olfato ou paladar; os menos comuns incluem uma combinação de dores de garganta, dor de cabeça, tensão e dores musculares, diarreia, irritações na pele ou descoloração dos dedos das mãos e dos pés e irritação ou vermelhidão ocular.
As mais recentes subvariantes BA.4 e BA.5 da Ómicron em circulação, que já se tornaram prevalentes, provocam sintomas ligeiramente diferentes das linhagens anteriores, mais leves e silenciosos, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de Covid-19 e não deixa de ser preocupante, pois além de serem mais contagiosas, podem igualmente causar doença grave e morte.
Surto de doença, O que precisa saber?
Para quem já esteve em áreas afetadas pela Covid-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada e se, no espaço de 5 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça sem motivo aparente:
- Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
- Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.
- Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.
Como pode proteger-se e aos outros da infeção
- Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
- Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.
- Mantenha os espaços arejados.
Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24
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Autor:
Tupam Editores
Última revisão:
10 de Abril de 2024
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