COVID-19: Imunidade de Grupo é o Objectivo

COVID-19: Imunidade de Grupo é o Objectivo

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Após largos meses de isolamento, incertezas, medo e até alguma angústia, devido à pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2, parece ter sido encontrado, embora de forma tímida, o caminho e os meios adequados para que finalmente a população mundial possa retomar a sua atividade normal, o que em boa parte se fica a dever à eficácia das vacinas.

Desde que a epidemia por COVID-19 foi declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, que aquela Organização envidou grandes esforços no sentido de entregar vacinas de forma equitativa a todos os países sem, no entanto, o ter conseguido, devido principalmente à falta de recursos económicos de muitos países. Daí que os níveis de vacinação hoje atingidos em cada país variem muito, não sendo possível senão estabelecer uma média de imunização.

Segundo ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 27,8% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19 e 14,2% está completamente vacinada, tendo já sido administradas 4,01 mil milhões de doses a nível global e 35,42 milhões são atualmente aplicadas por dia. Todavia, apenas 1,1% das pessoas de países com baixos recursos económicos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com Malta, o país que já vacinou 85% da sua população completamente e 5,5% receberam pelo menos uma primeira dose.

Segundo a OMS, proporcionar o acesso equitativo global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias.
As vacinas são agora a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminharmos cada vez com mais segurança para o objetivo de imunizar a população, mas segundo os especialistas, tudo parece indicar que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como já acontece com a gripe.

A dúvida é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida. A avaliar pelo exemplo que nos é dado pelo Reino Unido, as pessoas estão finalmente a regressar ao modo de vida anterior, sem qualquer restrição que não seja a manutenção de regras salutares de boa convivência cívica.

Entre nós, apesar de o fim da COVID-19 parecer continuar a ser uma realidade ainda distante, com mortes registadas diariamente e uma média de novos casos de infeção superior a três mil casos por dia durante a última semana, além das regras restritivas se manterem na grande maioria dos concelhos do País, a vida parece estar a normalizar.

Com mais de metade da população portuguesa já vacinada, poderemos em breve seguir o exemplo do Reino Unido e de outros países europeus, podendo ao mesmo tempo atingir em breve a imunidade de grupo, anunciada pela Direção-Geral de Saúde (DGS), para o finais de agosto, caso não surjam contratempos com as entregas de vacinas ou não surjam novas variantes do vírus.

Recordemos que a variante Delta do SARS-CoV-2, dominante em Portugal e em grande parte dos países da UE, nos fez retroceder no já longo percurso para debelar a doença. Notícias recentes de uma nova variante Lambda, detetada no Peru em dezembro de 2020 e disseminada pela região da América do Sul, vêm baralhar mais uma vez todas as previsões e constitui uma nova preocupação para os especialistas e governos, com a OMS a classificá-la como “variante de interesse” para a realização de mais estudos.

No que concerne à eficácia das vacinas em uso para esta nova variante, os estudos estão ainda em fase preliminar, mas já dividem os cientistas, com algumas universidades dos Estados Unidos a defenderem que as principais vacinas em uso permanecerão protetoras contra a variante Lambda, enquanto os investigadores da Universidade do Chile, consideram que as mutações desta variante conseguem escapar dos anticorpos de algumas das vacinas utilizadas.

A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades financeiras e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, está longe de poder ser feita.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar o acesso aos cuidados neste setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores de primeira linha no combate à pandemia.

Para o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, trata-se de uma componente-chave da saúde humana que requer uma ação imediata dos governos e Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, deixou uma mensagem importante: “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema. O cuidado com o bem-estar psíquico deve ser levado a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente as novas variantes Delta e Lambda do SARS-CoV-2, já identificadas na maioria dos países, e outras que ainda possam vir a surgir, pois a sociedade não pode estagnar.

Com cada vez mais países a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, já em uso na maioria dos países da UE/EEE, torna-se mais importante haver maior equidade na distribuição das vacinas pelos países mais carenciados, como forma mais eficaz de proteger as fronteiras e impedir a propagação da COVID-19, tal como é reiteradamente recomendado pela OMS.

O Certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar o verão de 2021 especialmente a nível da economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram para o estabelecimento de critérios de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz recentemente modificado, mas de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, do qual já foram emitidos até agora cerca de 4 milhões no nosso país, está disponível em formato digital e em papel e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19.

Entre nós, este certificado está também a ser utilizado para a deslocação interna entre regiões com diferentes níveis de contaminação e outras atividades sociais. É uma ferramenta, de emissão gratuita, não constitui um documento de viagem e não proporciona direitos de livre circulação a quem o utiliza, cabendo aos governos nacionais decidir se os viajantes portadores deste documento têm de ser testados ou sujeitos a quarentena.

Desde o primeiro alerta de COVID-19 em 31 de dezembro de 2019, mais de 197,4 milhões de casos de infeção foram confirmados em todo o mundo e mais de 4,2 milhões de pessoas morreram. A maioria dos países em todo o mundo fecharam as suas fronteiras, os serviços foram encerrados e restrições foram impostas com o objetivo de minorar o número de transmissões da doença e para aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde, situação que apesar de tudo se mantém.

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível global. Nesse sentido a UE e o conjunto dos seus Estados-Membros lideraram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, tendo definido uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo próprio, com o fim de ajudar os países parceiros a superar a atual pandemia.

Devido ao agravamento da situação pandémica em Portugal nas últimas semanas, o Governo tem vindo a prorrogar sucessivamente a situação de calamidade, que atualmente se mantém em vigor até ao dia 8 de agosto, no âmbito do combate à pandemia de COVID-19, até que novas medidas sejam tomadas pelo Conselho de Ministros.

Focados na massificação da testagem e vacinação, segundo o último relatório da Direção-Geral de Saúde (DGS), foram recebidas até agora no País, 12 886 770 doses e administradas 12 043 017. Destas, pelo menos 6 865 047 pessoas receberam uma primeira dose e 5 389 935 a vacinação completa, o que corresponde a cerca de 67% e 52% da população, respetivamente, números que colocam Portugal nos valores médios do ranking de vacinação da UE.

Segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 15 130 405 milhões de testes (PCR+ Antigénio). A título excecional e temporário os testes rápidos de antigénio (TRAg), são comparticipados a 100% desde o dia 1 de julho de 2021, sendo limitados a quatro por mês e por utente que ainda não possua o certificado de vacinação.

Não obstante os esforços desenvolvidos, no nosso país mantém-se a tendência de subida nas taxas de contágio da pandemia, com o índice de transmissibilidade (Rt) a recuar ligeiramente para um valor médio atual de 1,01 na globalidade do território nacional e com uma incidência de infeção nos últimos 14 dias a subir para 428, 3 casos por 100 mil habitantes.

Atualidade na Europa

Na grande maioria dos países europeus continuou a observar-se nas últimas semanas um muito ligeiro crescimento nas taxas de mortalidade por COVID-19, porém, o número de casos de infeção voltou a crescer, em muito devido à nova variante Delta do SARS-Cov-2, em circulação no espaço europeu.

No espaço da UE, o número acumulado de fatalidades por 100 000 habitantes (14 dias), mantém uma tendência acentuada de descida na última semana. Chipre (25.9); Portugal (13,31); Grécia (9,89); Bulgária (7,77); Letónia (6,81); Espanha (5,24); Croácia (4,44); França (4,31); Irlanda (4,03), Lituânia (3,58).

O número acumulado de infeções por 100 000 habitantes (14 dias), mantém-se elevado em alguns países e tem vindo a agravar-se nas últimas semanas, em muito devido às novas variantes Delta do vírus SARS-Cov-2, predominante no espaço europeu. Chipre (1514,18); Espanha (783,67); Países Baixos (634,17); Malta (490,12); Portugal (436,22); Grécia (346,22); Irlanda (304,24); França (269,31); Luxemburgo (223,92); Dinamarca (209,88).

Em Portugal, o número diário de óbitos mantém-se em crescimento moderado, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 10 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 3 009 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março último, de 963 446 infetados, 891 687 recuperados e 17 330 vítimas mortais. Há ainda a registar 51 561 casos ativos da doença, 954 internamentos hospitalares e 208 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Apesar de na Europa já se ter dado início ao processo de desconfinamento gradual, devido à predominância das novas variantes Delta e Lambda, mantém-se ainda alguma imprevisibilidade na evolução de outras potenciais estirpes da COVID-19, sendo por isso necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar, além de se tornarem imprescindíveis as demais regras de prevenção como o uso de máscaras, a higienização e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, mesmo após a vacinação completa.

A COVID-19 a nível Global

De acordo com o site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 30 de julho de 2021, foram notificados em todo o mundo 197 399 681 casos de doença, incluindo 4 215 125 mortes e mais de 178 543 479 recuperados, números que continuam em crescimento, em particular a nível dos contágios, mas também a nível de mortes, apesar dos esforços de vacinação que têm vindo a ser feitos a nível global.

Com exceção de um pequeno grupo de países europeus mais atingidos pela variante Delta, na generalidade dos Estados-Membros da UE a situação tem vindo a melhorar consideravelmente, com tendência a estabilizar para níveis suscetíveis de controlo epidémico.

O continente americano continua a ser o mais fustigado pela pandemia, com o número de infetados a ultrapassar 77 763 670, seguido da Ásia, com um total de 61 576 251 infetados, da Europa com 51 269 661 reportados e de África também com um aumento significativo para 6 686 944 pessoas. A Oceânia com 102 434 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora com um pequeno crescimento.

covid 19, mapa mundo

Independentemente de podermos ou não prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas permanece em aberto. A nova COVID-19 transmuta-se e não dá tréguas! Decorridos mais de dezanove meses após a primeira infeção detetada em humanos, ainda persiste alguma incerteza quanto ao evoluir da doença. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde e a de nossas famílias. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Novo Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, em final de Dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia, sabendo-se que também possui capacidade de mutação em animais, como sucedeu no início entre as populações de martas nos Países Baixos, Dinamarca e Espanha, em julho de 2020.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada permanentemente pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números evoluírem a cada instante, o quadro a seguir reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 30 de Julho, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre;
– Tosse seca;
– Dores de garganta;
– Dificuldade para respirar;
– Dor muscular e tensão;
– Diarreia;
– Cansaço anormal;
– Perda de olfato ou paladar.

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com aquela doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:
– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.
– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
– Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1-2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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