COVID-19: ENTRE A PANDEMIA E A GUERRA
SOCIEDADE E SAÚDE
Tupam Editores
Quando tudo parecia indiciar que finalmente se aproximava o fim da pandemia por COVID-19 e a passagem da doença para uma endemia, eis que no velho continente deflagra um conflito militar de grande dimensão que poderá vir a defraudar todas as expectativas dos europeus, que agora se vêm confrontados com um elevado número de refugiados de guerra a atravessar as fronteiras sem qualquer proteção sanitária, o que levou a que a pandemia tenha passado para segundo plano.
Coincidindo com um certo agravamento dos casos de infeção por COVID-19 que já se vinha a verificar devido à subvariante BA.2 da Ómicron (Deltacron), a deslocação massiva de pessoas que fogem da guerra, na sua grande maioria mulheres e crianças, em condições precárias e ainda sem o esquema vacinal completo, poderá vir a agravar ainda mais a situação por todo o espaço europeu e daí alastrar para outras regiões.
Na história da humanidade, sempre existiu um vínculo muito forte e complexo entre guerras e epidemias, sendo que estas tanto podem contribuir para modificar o desfecho de conflitos como antecedê-los ou tornar-se sua consequência. Uma guerra na Europa no século 21 que parecia impossível, vai por certo tornar-se num marco de um novo mundo de transformação global, com as pessoas a interrogar-se sobre se a segurança individual e coletiva estará num leito de hospital ou na punição de uma fronteira.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a curva global de contágios semanais voltou a subir, devido sobretudo aos casos de infeção relatados pela China e outros países asiáticos, mas também da Europa, embora este crescimento não se verifique no número de mortes, que tem vindo a decrescer de forma consistente em todas as Regiões, como resultado do conjunto de medidas de prevenção adotadas, incluindo a vacinação.
Apesar disso, nos principais países da Europa central, as autoridades de saúde ainda esperam que se atinja um pico de novos casos até final de março, em resultado do levantamento de restrições e da guerra. Os dados recolhidos até agora na maioria desses países mostram que a nova vaga não é acompanhada por um aumento de hospitalizações o que leva os governos a manter os calendários de levantamento das medidas preventivas alertando, contudo, as populações para que a pandemia não seja esquecida ou banalizada, pois ainda não terminou.
Em cenários de guerra, as pessoas lutam instintivamente pela sua sobrevivência e dos seus, descurando tudo o resto. A impossibilidade de cumprimento das mais elementares regras sanitárias no decurso das deslocações massivas e desordenadas para locais seguros, aliados à destruição de infraestruturas de saúde, vacinação inexistente ou incompleta, ausência de rastreio de doenças e falta de profissionais de saúde, torna os deslocados de guerra mais vulneráveis e frágeis, ficando facilmente expostos a doenças infeciosas e outras.
Por todas estas razões, é de crer que a situação pandémica na Europa e em particular em Portugal, se mantenha num certo clima de incerteza nas próximas semanas o que leva o governo a prolongar a situação de alerta até 30 de março e a manter as regras em vigor inalteradas até essa data.
Passados mais de dois anos após o alerta dos primeiros dois casos de COVID-19 a 2 de março de 2020 em Portugal e, após uma corrida sem paragens ou hesitações na procura de uma vacina salvadora a nível mundial, eis que parece termos chegado de novo a um ponto de paragem para reflexão, devido à nova variante Deltacron (fusão da variante Delta e Ómicron), que os especialistas indicam ser quase tão infeciosa como o sarampo, uma das doenças mais contagiosas que a humanidade já enfrentou, já espalhada por pelo menos 77 países e que a guerra na Europa veio agravar.
Desde então, o país enfrentou cinco vagas pandémicas, vários estados de emergência e dois confinamentos, não se sabendo ainda se deveremos começar a levantar, gradualmente e em segurança as restrições existentes, e criar as condições para acomodar a doença no sistema de proteção vacinal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), além de preparar os serviços de apoio à saúde mental das pessoas mais afetadas pela pandemia, desde profissionais de saúde a pacientes.
Um resumo científico divulgado pela OMS, indica que a prevalência Global de ansiedade e depressão terá aumentado 25% no primeiro ano de pandemia, destacando quem foi mais afetado e resumindo os seus efeitos na disponibilidade de serviços de saúde mental. São também reveladas preocupações que já levaram 90% dos países envolvidos na pesquisa a incluir a saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à COVID-19, embora ainda com grandes lacunas.
Apesar das perspetivas otimistas anunciadas e de, a nível Global, os números indicarem uma tendência consistente de descida nos casos de infeção e mortes, várias medidas continuam a ser implementadas, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de melhorar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, dada a prevalência da variante Deltacron.
Não obstante a maioria dos especialistas começarem a acreditar que a pandemia já atingiu o seu pico e caminhamos para a transição para uma endemia, a breve trecho, os cientistas ainda pesquisam as causas da designada Covid longa, ou seja, sintomas que persistem depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas esses que até recentemente pacientes com sinais persistentes de COVID-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que após 2 anos de observações rapidamente os levou a mudar de opinião.
Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo, desde dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para um completo regresso à normalidade.
Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo em mais de 50 países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração. Essas pesquisas têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para poder prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem.
Tendo em conta o ainda elevado número de contágios e fatalidades a nível global, é necessário manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, até que possamos atingir a ainda distante meta estabelecida pelos peritos de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, a partir da qual se possa finalmente iniciar uma vida normal.
O papel da OMS
Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses que foram administradas em todo o mundo.
A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde, da maioria dos países, têm vindo a reportar uma certa estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.
Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 63,8% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 11,4 mil milhões de doses a nível Global e 17,51 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 14,1% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 95,72% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.
Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Parece, contudo, cada vez mais evidente, que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.
Os efeitos na saúde mental
Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e agora uma guerra com efeitos devastadores, com todas com consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma ainda estão longe de poder ser feitas, mas já parecem eternizar-se.
A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.
A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados a respeito dos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.
Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.
Novas variantes e a imunidade vacinal
Atualmente no segundo lugar do ranking mundial de vacinação COVID-19, segundo o site ourworldindata.org, há já alguns meses que Portugal ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado, em boa parte devido às transmutações do vírus.
Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e posteriormente para as suas subvariantes BA.1 e principalmente a BA.2 (agora designada por Deltacron), vieram de novo baralhar os dados.
Embora inicialmente os peritos tenham indicado que esta última, apesar de ser mais contagiosa era menos letal, ao tornar-se agora prevalente, mostrou ser tão perigosa quanto as anteriores, o que constitui uma nova preocupação para especialistas, governantes e para todos nós.
Um novo receio de aparecimento de novas mutações do vírus ainda se mantém presente, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta e outras batalhas que eventualmente seja necessário travar. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente estas novas variantes do SARS-CoV-2, e outras que possam vir a surgir.
Certificado Digital COVID-19 da UE
Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular através de viagens. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.
Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.
Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).
O Certificado Digital COVID-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19. Foi agora proposta pela Comissão Europeia (CE) a sua extensão até 30 de junho de 2023.
Perspetivas
Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 1,3 mil milhões de vacinas a países mais desfavorecidos, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.
Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.
Entre nós, segundo relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 27,6 milhões de doses e administradas 22,9 milhões. Destas, pelo menos 9,7 milhões de pessoas receberam uma primeira dose, 9,4 milhões receberam a vacinação completa e cerca de 6,2 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde respetivamente a 93,8%; 91,3% e 60,2% da população, números que colocam Portugal atualmente no segundo lugar do ranking mundial da vacinação contra a COVID-19. Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 40 milhões de testes (PCR+ Antigénio).
O País também tem um dos indicadores mais favoráveis de vacinação. Porém, com ligeiras oscilações, as taxas de contágio da pandemia têm vindo a crescer desde a segunda semana de fevereiro, prevendo-se que venha a baixar consistentemete e o índice de transmissibilidade (Rt) tem-se mantido abaixo de um (0,99), na generalidade do território nacional. A incidência de infeção nos últimos 14 dias ainda se mantém elevada, situando-se em 770 casos de infeção por 100 mil habitantes, um crescimento acentuado em relação ao período anterior.
Situação atual na Europa
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), a situação epidemiológica geral no espaço da EU / EEE na última quinzena, caraterizou-se por uma quebra na tendência de diminuição observada nas semanas anteriores, com uma taxa geral de notificações de casos em 14 dias que aumentou cerca de 4,6%, mas de 9,1% entre as pessoas com mais de 65 anos.
A taxa de mortalidade observada de 32,1 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes, tem vindo a diminuir de forma sustentada desde há 4 semanas, mas as taxas de ocupação em UCI aumentaram ligeiramente no mesmo período, o que leva o Centro Europeu de Previsões COVID-19 e de Internamentos Hospitalares e UCI a indicar que a tendência dominante é ainda de aumento de casos, embora com estabilização no número de internamentos hospitalares e de normalização nas admissões em UCI.
Em Portugal, o número diário de óbitos continua em curva descendente acentuada, não se tendo registado fatalidades nas últimas 24 horas. Foram ainda confirmados mais 1 827 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 3 413 013 infetados, 2 799 531 recuperados e 21 342 vítimas mortais. Há ainda a registar 474 019 casos ativos da doença, 1 145 internamentos hospitalares e 71 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.
Anunciado para breve o abrandamento ou mesmo o fim das restrições e a abertura plena à sociedade com o livre regresso à atividade económica, é necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar. Para além da vacinação completa, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, devem continuar a ser seguidas preventivamente.
A COVID-19 a nível Global
Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 18 de março de 2022, foram notificados em todo o mundo 466 681 450 casos de doença, incluindo 6 089 210 mortes e mais de 398 386 992 recuperados.
A nível Global, o número de casos de infeção e o número de mortes por covid-19 tem vindo a baixar acentuadamente, com exceção da Europa e Ásia onde as taxas de infeção têm vindo a crescer na última quinzena, embora os casos de morte também continuem a cair de forma significativa.
Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, pelas piores razões, com o número de infetados a ultrapassar 168 506 585 casos reportados, seguido das Américas com 151 434 897, da Ásia com um total de 130 559 597 infetados e de África também com um aumento para 11 652 434 pessoas. A Oceânia com 4 527 216 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora se tenha verificado um incremento no número de infeções particularmente na Austrália, mas não de mortes que continuam a baixar.
Independentemente da evolução, apesar de tudo ainda incerta da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário ponderar novas medidas, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos e instáveis permanece em aberto. A nova COVID-19 mantém-se latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas!
Caracterização do Vírus COVID-19
Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).
O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.
Epidemia vs pandemia
A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.
Metodologia de atualização de dados
A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números sejam alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, e tem por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.
Situação Mundial da Pandemia a 18 de março de 2022, segundo a OMS:
RECOMENDAÇÕES DA ECDC
Como se dissemina a COVID-19?
As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.
Quais são os principais sintomas da doença?
A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave.
Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça, nariz entupido.
A mais recente variante Ómicron e suas subvariantes BA.1 e BA.2 (Deltacron) em circulação, provocam sintomas ligeiramente diferentes das anteriores, mais leves, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de COVID-19 e não deixa de ser preocupante pois além de ser mais contagiosa, pode igualmente causar doença grave.
Surto de doença, O que precisa saber?
Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:
– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.
– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.
Como pode proteger-se e aos outros da infeção
– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.
– Mantenha os espaços arejados.
Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24
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Autor:
Tupam Editores
Última revisão:
28 de Novembro de 2024
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