A vitamina B12, também conhecida por cobalamina ou cianocobalamina na sua formulação sintética, é um nutriente essencial para o corpo humano, sendo uma das formas mais comuns de suplementos de vitamina B12 disponíveis no mercado, frequentemente utilizados para tratar a sua deficiência no organismo.

A deficiência de vitamina B12 no corpo humano é muito comum, em particular entre as pessoas mais idosas, em consequência da desaceleração do metabolismo que normalmente ocorre por volta dos 60 anos de idade, estimando-se que decaia ao ritmo de 1% ao ano nos 20 anos seguintes. Responsável por diversas funções importantes no corpo, a vitamina B12 regula o metabolismo, contribui para a formação dos glóbulos vermelhos e é essencial para o funcionamento do sistema nervoso.

Muitas vezes assintomática, a deficiência de cobalamina, pode conduzir a transtornos hematológicos, neurológicos e cardiovasculares, afetando sobretudo o sistema nervoso e apresentando uma grande variedade de sintomas como parestesias, ataxia, alterações de humor, depressão e por vezes paranoia, provocados pela desmielinização central e periférica.

A presença de mielina no corpo, uma substância lipídica que atua como uma espécie de isolante elétrico que envolve os axónios dos neurónios do sistema nervoso, facilitando a transmissão rápida e eficiente de sinais elétricos ao longo dos neurónios, é fundamental para a adequada função do sistema nervoso, pois ajuda a acelerar a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos, além de fornecer proteção aos próprios neurónios.

A falta de mielina ou a ocorrência de danos na sua estrutura podem resultar em problemas de comunicação entre os neurónios e estão associados a diversas condições neurológicas, como a esclerose múltipla, levando a sintomas como fraqueza muscular, problemas de coordenação e alterações sensoriais.

Segundo a Organização norte-americana Food and Nutrition Board, a dose diária de vitamina B12 necessária ao organismo é de 2,4 mcg para adultos 1,2 mcg para crianças até aos 8 anos e 2,8 mcg para gestantes e mães que amamentam, podendo também ser usada nos casos de intoxicação por cianeto.

Algumas das principais fontes naturais de vitamina B12 são as carnes, fígado, ostras, ovos, manteiga, queijo e peixes como o salmão, a truta e o atum. Também a soja e seus derivados possuem cobalamina em sua constituição, porém como um análogo inativo de vitamina B12 é inapropriado à digestão humana. A vitamina B12 não existe nas plantas, exceto nos vegetais que possuam alguma forma de associação com bactérias que a produzam, o que é mais comum em criações orgânicas, mas ainda assim em quantidades insignificantes para as necessidades humanas.

Uma deficiência de vitamina B12 pode desenvolver anemia, causando palidez, fraqueza, fadiga e em casos mais graves, falta de ar e tonturas, podendo inclusivamente lesionar os nervos, causar perda de sensibilidade ou formigueiro nas mãos e nos pés, fraqueza muscular, perda de reflexos, dificuldade em andar, confusão e demência. Já em crianças, a carência de vitamina B12 pode causar atraso no crescimento e desenvolvimento.

A confirmação da deficiência de vitamina B12 no organismo pode ser feita por um clínico geral ou nutricionista, a partir dos sintomas apresentados, do histórico de saúde e dos hábitos alimentares da pessoa. Uma vez confirmado o diagnóstico, poderão ser feitos exames complementares como hemograma completo, a fim de avaliar a quantidade de glóbulos vermelhos e hemoglobina no sangue, níveis de cobalamina e uma endoscopia para avaliar possíveis causas de má absorção intestinal, como doença de Crohn ou doença celíaca.

Várias podem ser as causas para a falta de vitamina B12, mas as principais podem sintetizar-se na baixa ingestão de alimentos-fonte ou enriquecidos com vitamina B12; doenças digestivas como a doença de Crohn e doença celíaca, que impedem a eficaz absorção da vitamina; cirurgia bariátrica, que pode reduzir o tamanho do estômago ou intestino e consequentemente diminuir a absorção da vitamina B12; anemia perniciosa que diminui a produção da proteína necessária para a produção da vitamina B12; uso continuado de algumas classes de medicamentos como inibidores da bomba de protões, anti-histamínicos H2, metformina ou colestiramina, que podem interferir ou reduzir a absorção da vitamina B12.

Além disso, o consumo excessivo de álcool e o uso de determinados fármacos como antibióticos, metformina, omeprazol, esomeprazol e pantoprazol, podem igualmente contribuir para reduzir a absorção de vitamina B12.

O tratamento para a falta de vitamina B12 varia de acordo com a sua causa, podendo incluir a via injetável, suplementação e o consumo de alimentos ricos ou enriquecidos com essa vitamina. A opção intramuscular é normalmente indicada para os casos de anemia perniciosa, alguns tipos de cirurgia bariátrica ou estilos de alimentação com baixo consumo da vitamina, como no caso das dietas vegetarianas. Em situações normais de deficiência causada por baixa ingestão da vitamina na dieta, o nutricionista ou o médico pode indicar a suplementação oral. Nos casos mais ligeiros, a alimentação deve incluir, ainda assim, alimentos fortificados ou ricos em vitamina B12.

Entre os benefícios conhecidos da vitamina B12 constam, mais energia corporal, o que ajuda a melhorar o condicionamento físico; ajuda na metabolização dos carboidratos, proteínas e gorduras; ajuda na prevenção de doenças como Alzheimer e outras relacionadas com o sistema nervoso, além de estabilizar o humor.