AZOOSPERMIA, QUANDO OS ESPERMATOZOIDES ESTÃO AUSENTES...

AZOOSPERMIA, QUANDO OS ESPERMATOZOIDES ESTÃO AUSENTES...

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Desde o passado mais distante, sempre coube à mulher a responsabilidade pela conceção. A ela caberia receber a semente do homem e procriar. Quando o casal não conseguia ter filhos, a mulher era sempre responsabilizada pelo problema.

A infertilidade era vista como um defeito biológico, que as levava a alimentar o sentimento de inferioridade e de culpa e, durante séculos, a infertilidade masculina não foi admitida.


Hoje, sabe-se que o homem é responsável por cerca de 40% dos casos em que o casal enfrenta problemas para engravidar.


As causas são várias, no entanto, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR), as anomalias no sémen são a principal causa de infertilidade masculina. Um dos problemas relacionados com as anomalias no sémen é a ausência de espermatozoides – uma condição que se designa por azoospermia.

Na azoospermia não existe uma quantidade de espermatozoides mensurável no sémen.


Uma contagem de 15 milhões/mL ou mais de espermatozoides é considerada normal. Homens com baixa contagem de espermatozoides (oligospermia) têm uma concentração de espermatozoides inferior a este valor. Cerca de 1% de todos os homens e 10% a 15% dos homens inférteis têm azoospermia.

A condição não apresenta sintomas aparentes, e mesmo causando infertilidade, não tem relação com impotência sexual. Ou seja, o desempenho sexual destes homens é normal, com ereção e ejaculação. Em muitos casos só é descoberta quando o casal está com dificuldades para engravidar e passa a investigar as possíveis causas.

Para diagnosticar a condição, o médico deve analisar o histórico médico do paciente, incluindo questões sobre o sucesso ou fracasso de fertilidade no passado (capacidade de ter filhos), doenças da infância, lesões ou cirurgias na região pélvica.

Também é importante ficar a par de quaisquer infeções do trato urinário ou reprodutivo, de doenças sexualmente transmissíveis, exposição à radiação ou quimioterapia, medicação atual e anterior, qualquer abuso de álcool ou outras drogas, febres recentes ou exposição ao calor, incluindo saunas ou banhos de vapor frequentes (pois o calor mata os espermatozoides).

Como parte do diagnóstico deve ser realizado um exame físico para identificar sinais de falta de maturação do corpo e dos órgãos reprodutivos.

 

O médico pode ainda solicitar testes complementares como a medição dos níveis de testosterona e da hormona folículo-estimulante (FSH), testes genéticos e raio-X ou ecografia dos órgãos reprodutivos para verificar se existe algum problema com a forma e o tamanho, e para verificar se existem tumores, bloqueios ou fluxo sanguíneo inadequado. A realização de um espermograma também vai quantificar os espermatozoides no semen ejaculado.

Diagnosticada a azoospermia, basicamente, o líquido ejaculado pode não conter espermatozoides por dois motivos: bloqueio mecânico na passagem dos espermatozoides – Azoospermia obstrutiva; ou problemas na produção dos espermatozoides – Azoospermia não obstrutiva.

Como o próprio nome indica, na azoospermia obstrutiva existe um bloqueio ou uma ligação ausente no epidídimo (estrutura na parte de trás de cada testículo na qual os espermatozoides maduros são movidos e armazenados), no ducto deferente, ou noutro lugar ao longo do trato reprodutivo. Neste caso, o homem produz esperma, mas existe um bloqueio à saída, pelo que não há quantidade mensurável de espermatozoides no sémen.

Em geral, a causa mais comum de azoospermia obstrutiva é a vasectomia, cirurgia em que se bloqueiam os canais por onde passam os espermatozoides. Esse bloqueio pode ainda ser causado por ausência de canais por problemas congénitos, por sequelas de cirurgias e infeções ou grandes traumas pélvicos.

Trata-se de casos em que existe produção de espermatozoides, pelo que o tratamento terá como objetivo reconstruir o caminho natural (através de microcirurgias como a reversão da vasectomia, ou desobstruções urológicas) ou capturar espermatozoides, a partir de microcirurgia, para fazê-los chegar artificialmente aos óvulos, através de métodos de reprodução assistida.

Já a azoospermia não obstrutiva significa que o homem tem uma produção muito baixa ou inexistente de esperma devido a defeitos na estrutura, ou função dos testículos, ou devido a outras causas.

Nestes casos há problemas na formação dos espermatozoides. Importa referir que para haver espermatozoides no ejaculado, precisa de ser produzido um grande número de espermatozoides. Em determinadas circunstâncias, a produção é tão pequena que os poucos e frágeis espermatozoides não toleram a “viagem” até às regiões mais distantes do organismo masculino, onde se processa a ejaculação.

Assim, quando se analisam casos de homens com este tipo de azoospermia pode-se estar diante de ausência completa, ou de produção de quantidades mínimas de espermatozoides, sem que seja possível diferenciá-los.

 

De todos os casos de azoospérmicos não obstrutivos, cerca de 50% podem ser capazes de produzir mínimas quantidades de espermatozoides, que não chegam ao ejaculado. O facto torna possível conseguir uma gravidez num grande número desses homens que, até há poucos anos, eram considerados estéreis. Esses espermatozoides podem ser capturados a partir de uma microcirurgia em que se navega pelo interior do testículo, explorando-o, em busca de pequenas regiões produtoras de espermatozoides.

Hoje em dia muitas causas de azoospermia podem ser revertidas. É importante consultar um médico especialista para determinar a causa do problema e conhecer as opções de tratamento disponíveis. Não desista de constituir família à primeira dificuldade!

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