SÍNDROME VISUAL DO COMPUTADOR, SABE O QUE É?

SÍNDROME VISUAL DO COMPUTADOR, SABE O QUE É?

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Passamos cada vez mais tempo a olhar para ecrãs, seja do computador, do tablet ou do telemóvel. Esse hábito tem provocado em muitos o que os oftalmologistas chamam de Síndrome Visual do Computador. Sabe de que se trata?

A Síndrome Visual do Computador (SVC) é responsável por um conjunto de sintomas oculares associados ao uso de computadores ou outros dispositivos eletrónicos, durante um longo período, habitualmente superior a duas horas.

Estima-se que existam cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo com problemas de visão associados ao uso regular de computadores, tablets ou smartphones, uma situação que, de acordo com os especialistas da Cleveland Clinic, apresentará uma tendência crescente nas próximas décadas, levando à ocorrência de milhões de novos casos todos os anos.

Em Portugal, o problema também está muito presente. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, atinge, em média, 20-25% das pessoas que diariamente passam mais de três horas seguidas a olhar para um monitor, um hábito cada vez mais enraizado uma vez que 75% das atividades quotidianas e laborais implicam o recurso a um computador.

Os sintomas associados ao uso prolongado do computador incluem fadiga visual, vermelhidão ocular, fotofobia, visão enevoada ou desfocada, ardor e/ou prurido ocular, lacrimejamento, mas também dores de cabeça ou na coluna cervical. A maioria é de curta duração e costuma desaparecer ou diminuir quando a carga de trabalho é menor e ao fim de semana, onde o tempo ao computador é reduzido ou mesmo nulo.

Embora a síndrome não apresente sempre os mesmos sintomas, podendo variar de pessoa para pessoa, o ponto em comum é que quanto maior o tempo de exposição em frente ao ecrã, mais intensos os sintomas se mostram. A condição é, por isso, considerada um tipo de lesão provocada por esforço repetitivo.

Alguns dos sintomas devem-se ao facto de haver um problema visual (erro refrativo não compensado, problemas de visão binocular, problemas acomodativos, olho seco), em que a solução passa pelo uso de óculos ou lentes de contacto mas, em grande parte, são resultado de uma deficiência ergonómica no trabalho.

Não descansar os olhos é um dos principais motivos para o surgimento desta síndrome. Longos períodos em frente de um monitor fazem-nos focar os olhos e não pestanejar tanto, o que causa ressecamento da retina e origina a sensação de olhos secos.

Recomenda-se, portanto, seguir a regra “20-20-20”. Esta regra consiste em fazer pausas durante 20 segundos, depois de passar 20 minutos em frente a um monitor, para se concentrar em qualquer objeto fixo que esteja a 20 pés/6 metros. Para ajudar a lembrar de fazer estas pausas, pode usar um temporizador que o alertará quando passarem os 20 minutos de trabalho.

Os monitores devem ser colocados perpendicularmente às janelas de forma a reduzir o encandeamento.


O topo do monitor deve estar à altura dos olhos. A distância a que este se deve colocar depende do utilizador e do tamanho do ecrã, mas em termos médios a distância deve ser de 50 a 70 cm. É aconselhável uma pequena inclinação do monitor, de 12º. A configuração do ecrã do computador também deve ser ajustada: brilho, contraste e tamanho do texto.

A cadeira deve ser confortável. Uma cadeira confortável com suporte para o pescoço e as costas ajudará a evitar a tensão no pescoço e nos ombros frequentemente associada à síndrome.

A altura desta deve ser ajustada de forma a que, quando se usa o teclado os antebraços e mãos estejam na horizontal, e que estes façam um ângulo de 90º. As costas devem estar bem encostadas ao apoio da cadeira.

Evite trabalhar no escuro, aposte numa iluminação ambiente adequada. Isto aplica-se quando os smartphones ou tablets são utilizados na cama sem luz. Esta causa também afeta a iluminação no ecrã do dispositivo, pois não pode ser demasiado alta se não houver iluminação.

Perante qualquer dos sintomas referidos, deve procurar-se um especialista em Oftalmologia, que fará o devido diagnóstico após um exame de visão e a avaliação das queixas, dos hábitos e do histórico de cada pessoa.

O tratamento varia de acordo com os sintomas apresentados, no entanto, os mais comuns são: Aplicação de colírios lubrificantes, para melhorar a sensação de olho seco e ardor; Fazer terapia ocular, que inclui vários exercícios que ajudam os olhos a focar melhor; Uso de óculos, para corrigir problemas de visão que se poderiam agravar.


Se for possível, aconselha-se ainda, uma mudança no ritmo de trabalho.


Qualquer pessoa que tenha passado algumas horas à frente de um ecrã de computador, ou de outras tecnologias digitais, provavelmente já sentiu os efeitos desse uso prolongado. Não menospreze os sintomas e cuide dos seus olhos. Se não puder evitar o uso deste tipo de dispositivos consulte um oftalmologista com regularidade para que este o ajude a manter a sua saúde visual.

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