AGORAFOBIA VS SÍNDROME DE PÂNICO

AGORAFOBIA VS SÍNDROME DE PÂNICO

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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De entre os muitos tipos de fobias conhecidos, alguns causam impacto direto grave na qualidade de vida das pessoas, como é o caso da agorafobia, caraterizada por sintomas de medo e ansiedade incontroláveis ao viverem situações que escapam por completo ao seu controle, provocando constrangimento quando no meio de multidões, em locais abertos ou muito fechados.

A agorafobia é assim um tipo de transtorno de ansiedade em que o paciente tem medo de situações das quais pensa não conseguir escapar, evitando lugares que o fazem sentir-se preso, desamparado ou profundamente envergonhado. Habitualmente o paciente teme uma situação real ou previsível, como estar em espaços abertos, ter de usar um transporte público, manter-se numa fila ou no meio de uma multidão, sendo que  em casos limite nem sequer consegue sair de casa.

Ao recearem passar mal ou terem ataques de pânico em ambientes desconhecidos, geralmente as pessoas acabam por não desfrutar o que o presente lhes oferece, situação que tende a ocorrer no final da adolescência ou depois dos 40 anos de idade, havendo estudos que indicam haver maior susceptibilidade para o problema, entre as pessoas que já tenham sido atingidas por ataques de pânico anteriormente.

Os ataques de pânico são episódios espontâneos e súbitos de medo intenso, que habitualmente começam de forma abrupta e que podem durar desde breves minutos até cerca de uma hora, sintomas que podem vir a revelar a presença de uma perturbação de pânico, essa sim considerada uma doença do foro psiquiátrico.

Tanto a síndrome do pânico como a agorafobia, são patologias que se enquadram na área das doenças psiquiátricas, embora muitas vezes seja algo ténue a diferença entre elas. Em ambas ocorrem crises de ansiedade exagerada como principal caraterística, sendo classificadas como transtornos de ansiedade, porém disciplinas separadas, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-5), uma obra da Associação Americana de Psiquiatria (APA), uma referência em todo o mundo.

A síndrome do pânico é uma doença marcada pelos ataques de pânico com sintomas físicos intensos, como tremores, sudorese, sensação de asfixia, dor no peito e medo de perder o controle ou enlouquecer, levando algumas pessoas a acreditar que estão a sofrer um AVC, devido à sintomatologia.

Por outro lado, a agorafobia apresenta-se como um medo de ter crises de ansiedade, com sintomas semelhantes aos de um ataque de pânico, mas em locais públicos ou em lugares em que o atendimento médico esteja dificultado, como em túneis ou elevadores, ou ainda em zonas com grandes aglomerados de pessoas, viagens de avião, navios ou mesmo em transportes coletivos.

Muito embora se trate de patologias com diferente classificação, o tratamento da agorafobia e do transtorno do pânico são objeto de tratamento semelhante, dado que a separação estabelecida pelo DSM-5 ocorreu porque se observava que muitas pessoas sofriam de agorafobia sem nunca terem apresentado ataques de pânico. No entanto, alguns pacientes com transtorno de pânico podem também desenvolver a agorafobia, a partir do momento em que passam a ter um medo obsessivo de ter novas crises de pânico.

Por outro lado, o tratamento da síndrome do pânico e da agorafobia, é baseado nas mesmas medidas, isto é, o tratamento farmacológico é feito através do uso de antidepressivos e em geral, no início, pode ser necessária a utilização de medicamentos específicos para minorar as crises. Além disso, outras classes de fármacos podem também ser usadas para potencializar o tratamento ou atuar em comorbilidades que possam surgir, bem como a terapia cognitivo-comportamental, a prática de exercício físico e a abstinência de cafeína e tabaco, que também podem ser medidas importantes.

Perante um quadro de perturbação de pânico, as pessoas experimentam ataques de pânico recorrentes e, pelo menos alguns destes episódios, revelam-se de forma inesperada e sem terem aparentemente qualquer fator desencadeante associado.

O intervalo entre eventuais novos episódios pode ser longo e durante esse lapso de tempo a pessoa permanece dominada pela preocupação sobre futuros ataques ou suas consequências, o que leva muitas vezes a alterações de comportamento relacionadas com os ataques anteriores e procurando, por isso, evitar as circunstâncias ou as situações em que a possibilidade de escapar ou obter ajuda em caso de ataque de pânico seja difícil.

De acordo com especialistas, após um diagnóstico de perturbação de pânico ou agorafobia, o passo seguinte passa por determinar o grau de gravidade e o impacto dos sintomas na vida da pessoa. Nos casos de doença ligeira, em que se verifique haver pouco impacto na sua vida, a pessoa pode ser sujeita a tratamento específico além da educação em relação ao caráter psicológico dos sintomas, com progressiva redução dos ataques. Em todas as restantes formas, com sintomas mais ou menos frequentes e com impacto na quotidiano da pessoa, é recomendável a elaboração de um plano específico de tratamento.

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