O estado de Nova Iorque, nos EUA, foi o primeiro do país a proibir a remoção cirúrgica das unhas de gatos, no final do mês de julho.

A lei, que entrou imediatamente em vigor, foi assinada pelo governador Andrew Cuomo, que afirmou, em comunicado, que a remoção das unhas é um procedimento desumano, cruel e doloroso que pode criar problemas físicos e comportamentais em animais indefesos.

A onicotomia é proibida em Portugal e em muitos outros países europeus, assim como no Brasil, e até em algumas localidades dos EUA, como certas províncias da Califórnia e as cidades de Denver, São Francisco e Los Angeles.

O procedimento consiste na remoção da última falange dos dedos dos animais, da base do tendão retrátil e de nervos e ligamentos. Após a operação, os felídeos alteram muitas vezes a sua marcha, o que coloca pressão noutras zonas do corpo, como a coluna ou articulações dos membros, sem esquecer a dor a que os animais estão sujeitos no pós-operatório.

Ainda assim, muitos donos pedem aos veterinários que realizem o procedimento, porque os seus animais arranham tudo em casa ou têm problemas comportamentais de agressividade. Felizmente, também são muitos os que optam por alternativas como treinar os felídeos ou colocar capas de silicone nas unhas dos animais, o que evita que estes os arranhem e aos seus pertences.

A nova lei proíbe a remoção das unhas dos animais exceto em casos em que exista uma condição associada, como lesões, tumores ou infeção persistente.

Nos EUA, os médicos veterinários que executarem o procedimento sem ser por razões médicas vão enfrentar multas até mil dólares (cerca de 900 euros).

Apesar de a proibição ser por muitos considerada uma vitória contra a crueldade animal, a New York State Veterinary Medical Society opôs-se à nova lei. Segundo a organização, a remoção das unhas deveria ser permitida quando a alternativa é o abandono ou a eutanásia, como em casos de donos mais velhos que se mudam para residências assistidas e em que os seus gatos são alvo de onicotomia por razões de segurança. Para a organização, esta medida pode desencorajar a adoção de gatos.