Um gato arranha várias vezes por dia, com muitos fins: libertar stress, marcar o seu território, exercitar os seus músculos, etc. As unhas são o coração da atividade de arranhar.

A American Association of Feline Practitioners (AAFP) reviu a sua posição em relação à remoção cirúrgica de garras em felinos, denominada de onicectomia, procedimento ao qual diz agora opor-se. De acordo com a associação “arranhar é um comportamento normal dos felinos” e os donos destes animais devem ser “educados” neste sentido.

Segundo a AAFP a remoção das garras é um procedimento eticamente controverso e, na maioria dos casos, não é medicamente necessária, razão pela qual os médicos veterinários devem consciencializar os donos dos animais para as razões por detrás do comportamento felino de arranhar.

Para isso a associação vai disponibilizar aos seus associados um kit com informações para que os veterinários possam explicar aos donos de gatos domésticos as melhores práticas para viver com um gato com garras, nomeadamente como ensinar os animais a arranhar – um comportamento felino natural –, de forma apropriada.

E esta não foi a primeira associação médico-veterinária a opor-se à onicectomia. Em 2014, também a American Veterinary Medical Association (AVMA) reconhecera tratar-se de um procedimento que deveria apenas ser realizado depois de todas as alternativas terem sido testadas.

Não obstante, a associação afirma que podem existir situações em que a amputação seja necessária para manter os animais junto das suas famílias ou para prevenir eutanásia. Os gatos com garras podem representar um risco de lesão ou de doença para pessoas cuja integridade possa estar comprometida (idosos, diabéticos) ou imuno-comprometidos (pessoas com HIV).