No final de Março e início de Abril de 2009 foram notificados no Sul da Califórnia e em Santo António, Texas, nos EUA, casos de gripe em seres humanos, cujo vírus é originário de suínos. Este surto foi posteriormente confirmado no México e, mais recentemente, no Canadá e na Europa. Esta gripe nada tem a ver com o consumo de carne de porco, tratando-se de um tipo de inluenza semelhante à que é provocada por outras estirpes de vírus de gripe sazonal.

Face à presente situação, o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas esclareceu que:

– Nas últimas décadas, não foi detetada em Portugal qualquer infeção em suínos causada por esta estirpe de vírus, nem quaisquer situações de gripe suína.

– O vírus em causa não se transmite através do consumo de carne de porco, mas sim pelo contacto das pessoas doentes com as saudáveis.

– Nos últimos seis meses não foi importado para Portugal qualquer material obtido de suínos originários do México ou dos Estados Unidos.

Desta forma, a eventual possibilidade de introdução do vírus no território nacional só se coloca pela via dos humanos que viajem ou contactem com viajantes.

No entanto, por precaução, a Direção-Geral de Veterinária manterá em funcionamento um dispositivo de acompanhamento da evolução da situação, na medida em que o atual surto de gripe causada por esta estirpe de vírus é, estritamente, um problema do foro da saúde pública.

Os humanos doentes com gripe que estejam em contacto com suínos podem contagiar os animais e eventualmente desencadear alterações genéticas no vírus, razão pela qual se justifica um acompanhamento atento por parte dos serviços veterinários portugueses.

Esta estirpe particular de vírus de origem suína influenza A (H1N1) é contagiosa e propaga-se a partir de humanos para outros humanos. No entanto, neste momento, desconhece-se ainda com que facilidade o vírus se propaga entre as pessoas.

Convém salientar que esta situação não tem muitas semelhanças com o caso da gripe aviária causada pelo vírus Influenza A H5N1, de alta patogenicidade, até porque até agora não surgiu qualquer mortalidade anormal em suínos na América do Norte, para além de que, o vírus H1N1 já circula entre os humanos há várias décadas (pelo menos desde 1917).

No caso presente, pensa-se que a propagação deste vírus influenza A (H1N1) de origem suína está a ocorrer de forma idêntica à do vírus da gripe sazonal. Ou seja, são as pessoas com gripe que, através da sua tosse, de espirros, ou das mãos que contataram com corrimentos nasais, passam o vírus a outras.

Por vezes as pessoas também podem ficar infetadas pelo vírus da gripe se tocarem nalgum objeto ou superfície que tenha sido contaminada por uma pessoa doente e se, em seguida, levarem as mãos à boca ou ao nariz.

A Gripe Suína é uma doença respiratória que atinge porcos, causada pelo vírus influenza tipo A, que tem diversas variantes. Algumas das mais conhecidas são a H1N1, a H2N2 e a H3N2. Os surtos da enfermidade são comuns, mas raramente causam morte nos animais. A gripe tende a propagar-se mais durante o Outono e o Inverno, embora haja casos registados durante o ano inteiro. Existem vários tipos de gripe suína e, assim como acontece no caso da gripe humana, o vírus causador da doença modifica-se constantemente.

Normalmente os humanos não contraem a gripe suína, mas no passado foram registados casos em pessoas que tiveram contato próximo com porcos. Mais raros ainda são os casos documentados de contágio de pessoa para pessoa. A contaminação ocorre da mesma forma que a gripe comum, por meio de salpicos de saliva lançados na tosse e espirros.

No que respeita à doença, no México, a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registados são formas não conhecidas da variedade H1N1 do vírus Influenza A. Ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que tem infetado humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviárias, suína e humana, incluindo elementos de viroses europeias e asiáticas.

De acordo com a OMS ainda é muito cedo para lidar com a situação como se ela fosse o início de uma pandemia. Entretanto, o risco existe e a evolução dos casos está a ser acompanhada de perto por especialistas.

No que diz respeito ao consumo de carne suína os especialistas informam que não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 71 graus Celsius mata o vírus da gripe suína, assim como outros vírus e bactérias.