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Aumento da sonolência em idosos ligado a maior risco de demência

As interrupções do sono estão associadas ao envelhecimento cognitivo nos idosos, no entanto, pouco se sabe sobre as alterações longitudinais do sono entre os idosos mais velhos e se essas alterações estão relacionadas com o comprometimento cognitivo.

Aumento da sonolência em idosos ligado a maior risco de demência

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Para colmatar essa lacuna do conhecimento, um estudo liderado por Yue Leng e Sasha Milton acompanhou os padrões de sono de 733 participantes do sexo feminino mais velhas (idade média de 82,5 ± 2,9 anos) para descobrir se padrões específicos de mudança estavam associados a um maior risco de demência.
As participantes foram monitorizadas através de dispositivos de pulso para avaliar o movimento e o tempo gasto a dormir. Todas tinham cognição normal no início do estudo.

Foram identificados três perfis de mudança do sono-vigília: o sono estável (n = 321 [43,8%]) foi caracterizado por estabilidade ou pequenas melhorias; o sono noturno em declínio (n = 256 [34,9%]) mostrou reduções na qualidade e duração do sono noturno, aumentos moderados de sonecas e piora dos ritmos circadianos de repouso-atividade; e a sonolência crescente (n = 156 [21,3%]) exibiu grandes aumentos na duração e qualidade do sono diurno e noturno e piora dos ritmos circadianos de repouso-atividade.

No fim do estudo, cinco anos depois, os investigadores verificaram que 13% das participantes desenvolveu demência. Isso incluiu 25 participantes (8%) com padrões de sono estáveis, 39 (15%) com padrões de sono noturno em declínio e 29 (19%) com sonolência crescente.
Após ajuste para fatores como idade, educação, raça, índice de massa corporal, diabetes, hipertensão, enfarte do miocárdio, uso de antidepressivos e cognição basal, as mulheres com sonolência crescente tiveram aproximadamente o dobro do risco de demência em comparação com aquelas com um sono estável. A eficiência do sono, o despertar após o início do sono, a duração da soneca e a frequência da soneca foram individualmente associados à demência.

Este estudo, publicado na revista Neurology, é um dos primeiros a analisar como os padrões de sono mudam ao longo do tempo e se relacionam com o risco de demência. Passa a fazer parte de um conjunto de investigações recentes lideradas pela Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) que mostram que a má qualidade do sono na meia-idade, a fase tardia do sonho e a soneca prolongada estão ligados a um risco maior de demência.

Desconhece-se, porém, se a piora do sono aumenta o risco de demência ou se é a demência que leva à piora do sono, embora alguns cientistas acreditem que ambas as teorias podem estar corretas.

Fonte: Tupam Editores

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