PSORÍASE

Hormona que regula o ferro pode ser a causa inicial da psoríase

A psoríase é uma das doenças que tradicionalmente suscita mais rejeição social, apesar de não ser contagiosa. Existem tratamentos para reduzir os sintomas, mas não há cura para esta doença crónica e dolorosa. Contudo, uma abordagem inovadora lançada por investigadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, pode ter encontrado a chave.

Hormona que regula o ferro pode ser a causa inicial da psoríase

DOENÇAS E TRATAMENTOS

PSORÍASE CONHECER PARA DESMISTIFICAR


A psoríase está relacionada com o sistema imunológico. A causa final é uma proliferação excessiva de células da pele à qual se acrescenta uma concentração anormalmente elevada de neutrófilos (um tipo de células defensivas), responsáveis pela inflamação celular. Não se sabe por que isso acontece.

A doença é hereditária, embora os especialistas também acreditem que o excesso de peso, o tabagismo, o stress e algumas infeções a possam promover. Constatou-se ainda que os pacientes apresentavam níveis elevados de ferro na pele, mas não foram descobertas as causas desse excesso e a relação com a doença.

Recentemente, os investigadores de Bath descobriram que uma hormona responsável pela regulação dos níveis de ferro, a hepcidina, pode ser o gatilho para o processo.
Em pessoas saudáveis, a hormona hepcidina é produzida apenas no fígado, no entanto, a equipa descobriu que em pessoas com psoríase esta hormona também é gerada na pele.

A descoberta aconteceu devido a estudos em ratinhos de laboratório, que apresentam semelhanças genéticas e fisiológicas com os humanos. O excesso da hormona hepcidina na pele fez com que retivessem mais ferro do que o necessário, o que originou a psoríase.

De acordo com o Dr. Charareh Purzand, co-autor do estudo, um novo tratamento que tenha como objetivo equilibrar os níveis hormonais de ferro na pele é uma abordagem inovadora e uma esperança para os pacientes.

O ferro é um mineral essencial para o corpo. É fundamental para o transporte de oxigénio pelo sangue e também para manter a pele saudável: auxilia na cicatrização, na produção de colagénio e também colabora no sistema imunológico. No entanto, muito ferro pode ser prejudicial. Amplifica os efeitos negativos dos raios ultravioleta do sol e estimula essa superprodução celular, que causa a psoríase.

O objetivo agora é descobrir o melhor mecanismo para controlar o excesso dessa hormona. Existem vários medicamentos que o conseguem, logo, já existe um caminho a seguir. Trata-se de ajustar o excesso de ferro e identificar em que proporção.

Há que ter em mente que a investigação está numa primeira fase. É preciso verificar se as observações dos investigadores de Bath se confirmam em humanos e depois se o tratamento é eficaz. Mas são necessários ainda vários anos para comercializar um medicamento, se tudo correr bem.

Fonte: Tupam Editores

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