Este princípio ativo é extraído da planta Ardisia crenata, e difere das substâncias ativas utilizadas anteriormente porque tem como alvo um ponto diferente na via de sinalização que leva à hipertensão pulmonar. Como resultado, inibe simultaneamente vários fatores que levam à vasoconstrição nos pulmões.

Os medicamentos atuais para a hipertensão pulmonar baseiam-se no bloqueio de recetores individuais ou vias de sinalização que transmitem o sinal para contrair os vasos pulmonares. No entanto, existem muitos vasoconstritores, e cada um tem o seu próprio recetor, portanto, um único bloqueio não é muito eficaz.

No estudo, cujos resultados foram publicados na revista EMBO Molecular Medicine, os especialistas optaram por uma abordagem diferente: em vez de se visar o transmissor do sinal, a intervenção acontece numa fase posterior da transmissão do sinal.

Segundo o Dr. Alexander Seidinger, dentro das células existem apenas algumas vias pelas quais o sinal de vasoconstrição é transmitido. As proteínas Gq estão envolvidas em muitas dessas vias, o que as torna um bom alvo para a intervenção.

Investigações anteriores haviam mostrado que a substância FR tem efeito nas proteínas Gq, pelo que os especialistas esperavam usá-la para inibir igualmente muitos vasoconstritores diferentes.

Primeiro, testaram a substância em vasos pulmonares isolados de ratinhos e demonstraram a sua eficácia. A FR resultou rapidamente em relaxamento vascular significativo.
Testes subsequentes em tecidos de porcos e amostras humanas confirmaram este efeito. Em experiências com ratinhos que sofriam de hipertensão pulmonar, a equipa demonstrou que o tratamento com FR aliviou os sintomas e melhorou muito o estado de saúde dos animais.

A espessura da camada muscular ao redor dos vasos pulmonares diminuiu, ou nem sequer aumentou. Os efeitos colaterais foram menores – a pressão arterial desceu ligeiramente em todo o corpo, o que até poderia ser benéfico no tratamento da hipertensão pulmonar.

Para Seidinger, a FR poderia ser um candidato a medicamento promissor para o tratamento da doença, no entanto, serão necessários muitos anos de investigação intensiva para que possa ser utilizada na prática clínica.