ALIMENTAÇÃO

Contacto com natureza leva a escolhas alimentares mais saudáveis

A exposição à natureza normalmente evoca emoções positivas e uma sensação de bem-estar na maioria dos indivíduos. Mas um novo estudo realizado no INSEAD revela que observar a natureza também pode levar as pessoas a escolher alimentos mais saudáveis.

Contacto com natureza leva a escolhas alimentares mais saudáveis

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A investigação, publicada na revista Communications Psychology, sugere que passar tempo num ambiente natural, como fazer uma caminhada num parque (em vez de nas ruas da cidade), ou simplesmente contemplar a natureza através da janela (em vez de uma vista urbana) contribui para que as pessoas façam escolhas alimentares mais saudáveis depois.

Segundo Pierre Chandon, um dos coautores, os estudos sugerem que não foi a visão urbana que levou a escolhas alimentares pouco saudáveis, mas a natureza que influenciou as pessoas a alimentarem-se de maneira mais saudável.

Num estudo, os participantes foram selecionados aleatoriamente para fazer uma caminhada de 20 minutos num parque ou nas ruas movimentadas de Paris. Posteriormente, ofereceu-se a todos os participantes um buffet com uma mistura de lanches saudáveis e menos saudáveis.

Embora os participantes de ambos os grupos ingerissem quantidades aproximadamente iguais, aqueles que caminharam no parque demonstraram uma clara preferência por escolhas mais saudáveis: 70% das suas seleções eram lanches mais saudáveis, em comparação com apenas 39% para os que caminharam nas ruas da cidade.

Noutra experiência, mais controlada, os participantes foram colocados em “quartos de hotel” simulados com diferentes vistas das janelas: um pasto verde, uma rua da cidade, ou uma condição de controlo – uma parede vazia com cortinas fechadas. Os indivíduos foram convidados a escolher um almoço num menu de serviço de quarto com pratos principais, bebidas e sobremesas saudáveis e não saudáveis.

Os resultados desta experiência refletiram a anterior, ou seja, aqueles com visão da natureza optaram por opções mais saudáveis, enquanto aqueles com visão urbana ou obscura revelaram preferências menos saudáveis.

Curiosamente, a investigação sugere que nem todos os ambientes naturais têm o mesmo efeito. A vivacidade e o nível de vegetação do cenário podem desempenhar um papel importante. Por exemplo, quando a neve cobre as vistas naturais ou urbanas, o cenário não influencia as escolhas alimentares.

Os investigadores realizaram ainda outra experiência para descobrir se a exposição à natureza aumenta as preferências por alimentos verdadeiramente saudáveis e naturais, ou por qualquer alimento processado que afirme ser saudável. Assim, ofereceram aos participantes três tipos de lanches: diet e light, saudáveis e naturais ou saborosos e agradáveis.

A exposição ao cenário natural diminuiu a preferência por ambos os lanches dietéticos, ao mesmo tempo que mudou significativamente as preferências de escolhas agradáveis para opções mais saudáveis e naturais.

No que diz respeito à promoção de hábitos alimentares mais saudáveis, estas descobertas são promissoras. Escolas, empresas e outras organizações poderiam utilizar imagens da natureza nos refeitórios para incentivar estudantes e funcionários a optarem por opções mais saudáveis.

Além disso, este estudo vem recordar o papel crucial do planeamento urbano. Em 2050, espera-se que dois terços da população mundial viva em cidades. A incorporação de espaços verdes nas futuras paisagens urbanas tornar-se-á ainda mais essencial.

Fonte: Tupam Editores

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