Frutos do mar podem ter quantidades significativas de plástico
O verão é a altura ideal para uns petiscos entre familiares e amigos. O marisco é o rei, mas os gostos dividem-se: uns preferem mexilhão, outros camarão, outros amêijoas, entre muitas outras iguarias. No entanto, um estudo realizado por investigadores da Universidade de Flinders, na Austrália, revelou uma notícia muito preocupante: ao comer mexilhão ou outros pitéus deliciosos que existem no mar pode estar a ingerir quantidades significativas de plástico.
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Publicados na revista Science of the Total Environment, as descobertas indicam que os microplásticos estão agora presentes em peixes e frutos do mar capturados um pouco por toda a parte. Neste caso em específico foram detetados nas águas do Golfo da Austrália do Sul.
Para Karen Burke da Silva, autora da investigação, as descobertas vêem acentuar a urgência de prevenir a poluição por microplásticos. Para proteger estes sistemas marinhos frágeis é necessário trabalhar com as comunidades, indústrias e governo.
Segundo os especialistas há triliões de partículas de microplásticos nos oceanos do mundo. Os tipos de microplásticos encontrados nos mexilhões são provenientes de produtos plásticos de uso único, tecidos e cordas da indústria pesqueira.
Mas para além dos mexilhões e de outros frutos do mar, a coordenadora do estudo salienta que também há que considerar o impacto das partículas de microplásticos que entram noutras partes da cadeia alimentar humana – tudo isto tem um impacto nocivo para a nossa saúde.
O plástico, incluindo os microplásticos, é o tipo de lixo mais abundante no Oceano. As propeções da Unesco não são nada animadoras: em 2050 haverá mais plásticos nos oceanos do que peixes.
Se nada for feito rapidamente, quem mais vai sofrer é a saúde humana. Não existe uma solução mágica para o problema, ou todos colaboram ou nada vai mudar, no entanto, juntar todos com este objetivo parece ser a parte mais difícil do plano.