Existe ligação entre componentes do sangue e distúrbios cerebrais
Um estudo da Mater Research identificou uma ligação genética anteriormente desconhecida entre as plaquetas e a doença de Parkinson. Na investigação foram analisados dados de estudos genéticos em grande escala para melhorar a compreensão das relações de causa e efeito entre valores do sangue e distúrbios neurológicos e psiquiátricos comuns.
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PARKINSON, O DESCONTROLE MOTOR
As causas da doença são ainda desconhecidas, mas os actuais estudos centram-se na genética, nas toxinas ambientais e endógenas e ainda nas infecções virais. LER MAIS
Segundo Yuanhao Yang, da Universidade de Queensland, a investigação teve início após relatos de associações entre uma série de diferentes valores do sangue e o risco de derrame, esclerose múltipla e depressão.
Esses resultados despertaram interesse no desenvolvimento de biomarcadores baseados no sangue para distúrbios cerebrais comuns, no entanto, não estava claro se havia uma base genética para essas relações.
Mas o estudo, publicado na revista Cell Genomics, identificou um amplo quadro de sobreposição genética entre valores de células sanguíneas e 11 distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
Uma descoberta notável foi a existência de uma relação de causa e efeito entre o aumento da largura de distribuição de plaquetas e o risco de doença de Parkinson, o que sugere que os parâmetros das plaquetas podem ser biomarcadores potenciais para a deteção precoce da doença de Parkinson.
Foram ainda identificados numerosos genes partilhados por medidas específicas de células sanguíneas e distúrbios cerebrais, alguns dos quais são alvos de medicamentos aprovados para outras condições – o que representa potencial para reaproveitar esses medicamentos para distúrbios cerebrais comuns.
Para Jake Gratten, autor sénior do estudo, estas descobertas formam uma base para que trabalhos futuros possam melhorar a prevenção e o prognóstico de doenças neurológicas comuns e transtornos psiquiátricos.