PÂNCREAS

Cientistas identificam novo alvo para o tratamento da pancreatite

A pancreatite aguda e crónica, esta última associada à fibrose, são distúrbios inflamatórios multifatoriais e principais causas de hospitalização por doenças gastrointestinais. Atualmente, não existem agentes terapêuticos eficazes para esta doença que está associada a morbidade, mortalidade e carga económica substanciais em todo o mundo.

Cientistas identificam novo alvo para o tratamento da pancreatite

DOENÇAS E TRATAMENTOS

PÂNCREAS, ESSE DESCONHECIDO


Recentemente, uma equipa de cientistas do Instituto Hudson, em Washington, identificou um novo alvo para o tratamento da doença dando esperança a todos os pacientes.

A pancreatite é um distúrbio gastrointestinal inflamatório sério que pode levar a condições graves, sendo que até 20% dos pacientes apresentam falência múltipla de órgãos. Apesar de sua prevalência e impacto, não existem terapias específicas e eficazes para tratar ou prevenir a doença.

No estudo, os cientistas identificaram uma enzima chave denominada protease Desintegrina e Metaloproteínase 17 (ADAM17), que atua como um interruptor molecular central que leva à inflamação pancreática – o que fornece um ponto de partida para o desenvolvimento de novos medicamentos para, potencialmente, tratar a pancreatite.

A ADAM17 medeia as respostas inflamatórias por meio da libertação de citocinas e mediadores inflamatórios bioativos, incluindo o fator de necrose tumoral α (TNFα) e o receptor solúvel da interleucina 6 (sIL-6R), o último dos quais impulsiona a sinalização pró-inflamatória de IL-6.

Segundo o Dr. Mohamed Saad, do Instituto Hudson, a ADAM17 atua como uma “tesoura” para cortar determinadas proteínas inflamatórias nas membranas celulares. Essas proteínas libertadas ativam processos inflamatórios que levam ao desenvolvimento de pancreatite.

A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos inibidores que visam a atividade da ADAM17 para potencialmente tratar a pancreatite.

A investigação, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), foi a primeira a implicar a ADAM17 na patogénese da pancreatite e a demonstrar as atividades anti-inflamatórias de um inibidor da ADAM17 – o facto dá esperança de que se descubra a chave para novos tratamentos eficazes para a condição.

Fonte: Tupam Editores

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