PARKINSON

Identificado mecanismo molecular associado ao Parkinson juvenil

A doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa, de evolução lenta e crónica, que afeta o controlo dos movimentos. A patologia afeta 3% da população acima dos 65 anos, sendo a idade média de início aos 60 anos. No Parkinson juvenil, que representa 5-10% dos casos de Parkinson, a doença começa antes dos 40 anos. É muito rara em crianças e adolescentes.

Identificado mecanismo molecular associado ao Parkinson juvenil

DOENÇAS E TRATAMENTOS

PARKINSON, O DESCONTROLE MOTOR


Investigadores da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde, do Instituto de Neurociências da UB (UBNeuro) e do Instituto de Investigação Biomédica Bellvitge (IDIBELL), decifraram, pela primeira vez, o mecanismo molecular pelo qual uma mutação do gene recetor de adenosina tipo 1 está associado ao Parkinson juvenil.

A equipa, liderada pelo professor Francisco Ciruela, concentrou-se no estudo do campo mecanicista da mutação do recetor cerebral, anteriormente definido como potencial causador da doença inicial.

Os resultados, apresentados na revista Biomedicine and Pharmacotherapy, revelam que a mutação reduziu a capacidade desse recetor de interagir com outros recetores de adenosina – com o recetor tipo 2 – o que causaria um aumento na excitabilidade dos circuitos neuronais na região do cérebro denominada estriado.

Os investigadores sugerem que a incapacidade de interação de ambos os recetores de adenosina geraria hiperexcitabilidade glutamatérgica nos circuitos neuronais do corpo estriado, mecanismo chave na patogénese do Parkinson juvenil.

Os recetores de adenosina são recetores cerebrais agregados em proteínas G e envolvidos em funções motoras. O seu envolvimento em patologias neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, já havia sido sugerido anteriormente.

A mutação estudada afeta o recetor de adenosina tipo 1, que tem efeito inibitório sobre o seu homólogo – o recetor de adenosina tipo 2 – por meio do qual facilita a libertação de glutamato e a excitabilidade do circuito.

De acordo com as conclusões do estudo, a mutação impediria a interação molecular e funcional de ambos os recetores de adenosina e, como resultado, facilitaria a libertação de glutamato, o que causaria hiperexcitabilidade nos circuitos neuronais do corpo estriado.

Fonte: Tupam Editores

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