Osteoporose: nova técnica de imagem óssea ajuda no tratamento
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, desenvolveu uma nova abordagem de imagem que deteta alterações no tecido ósseo muito mais rapidamente do que as imagens da densitometria óssea, o método atualmente usado na área da saúde.
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Embora o estudo, recentemente publicado no Journal of Bone and Mineral Research, tenha sido realizado num modelo de coelho, os resultados podem levar a um melhor tratamento medicamentoso em humanos com osteoporose, uma doença que afeta mais de 2,3 milhões de canadenses.
Utilizando a linha de luz BMIT da Canadian Light Source da Universidade de Saskatchewan, os especialistas conseguiram observar os poros incrivelmente minúsculos dentro do osso cortical – a densa superfície externa do osso que corresponde à maior parte da massa óssea. Esses poros vão mudando com o tempo, mostrando como o tecido ósseo é continuamente removido e substituído.
Os investigadores estimularam essa renovação óssea usando a hormona da paratiroide, e depois acompanharam as mudanças nos poros do osso cortical durante apenas 14 dias.
Segundo o Dr. David Cooper, nos humanos os poros que estavam a ser analisados têm a largura de alguns pelos – um quarto de milímetro – e nos coelhos têm cerca de metade desse tamanho. Utilizando a microtomografia computadorizada (micro-CT) os investigadores conseguiram, pela primeira vez, ver as formas desses poros e realmente observá-los ao longo do tempo.
Para a Dra. Kim Harrison, líder da investigação, o estudo não teria sido possível utilizando as técnicas convencionais de raios-X. Esta abordagem usa qualidades de refração entre tecidos moles e duros, o que destaca esses poros dentro do osso e facilita a imagem e a visualização das mudanças.
Este é o estabelecimento de uma maneira fundamentalmente nova de observar a renovação óssea. Até ao momento, no que diz respeito à identificação dos poros, ninguém havia sido capaz de o fazer.
Os atuais testes de diagnóstico de osteoporose, conseguidos através de imagens da densidade óssea, são considerados “um instrumento muito ténue”. Pode demorar anos até que as mudanças sejam detetáveis. Os investigadores estão a detetar esses problemas em algumas semanas nos animais.
Isto pode ter um impacto rápido na forma como os medicamentos atuais utilizados no tratamento da osteoporose são implementados.