PANDEMIA

Covid-19: adolescentes estão mais em risco do que adultos

No início da pandemia havia uma perceção geral de que as crianças e os adolescentes tinham muito menos propensão para contrair Covid-19 do que os adultos. Esta versão foi alimentada por dados iniciais de todo o mundo que encontraram taxas muito baixas de Covid em adolescentes (definidos como idades dos 10 aos 19) e jovens (dos 15 aos 24). Mas os dados sofreram alterações tendo a sua validade sido questionada.

Covid-19: adolescentes estão mais em risco do que adultos

SOCIEDADE E SAÚDE

COVID-19: AINDA UMA INCÓGNITA


Uma investigação realizada por investigadores da Universidade Touro e pela sua afiliada New York Medical College, veio revelar que os adolescentes e jovens nos EUA tinham na verdade um risco relativo maior de contrair Covid do que adultos mais velhos no outono de 2020, antes de as vacinas estarem disponíveis.

O estudo, recentemente publicado no JAMA, permitiu descobrir que em 16 dos 19 estados examinados, a taxa de infeção foi significativamente maior em adolescentes e jovens do que em adultos mais velhos, com mais de 65 anos e, em alguns casos, era duas vezes mais alto.

Um dos objetivos dos investigadores era abordar algumas das deficiências dos estudos mais antigos, por exemplo, alguns foram conduzidos enquanto as escolas ainda estavam fechadas, quando os adolescentes e os jovens provavelmente tiveram exposição reduzida ao vírus em comparação com os adultos. Além disso, os jovens no início da pandemia não eram tão testados, logo, os dados podem ter taxas de infeção pouco exatas.

O estudo analisou dados de pessoas que viviam em estados que tiveram um aumento de casos da estirpe original do SARS-CoV-2 (um aumento de 75% nos casos) no outono de 2020, antes de as vacinas estarem disponíveis. Para os investigadores é importante destacar este facto porque significa que as descobertas não podem ser atribuídas aos efeitos da vacinação.

As taxas mais altas provavelmente ficam a dever-se a diferenças sociocomportamentais, como a ausência de máscaras e falta de distanciamento social entre os adolescentes e adultos jovens. Por outro lado, os idosos provavelmente sentiam-se vulneráveis e aderiram às diretrizes de uso de máscaras e de distanciamento social.

Segundo a Dra Barbara Rumain, autora do estudo, o risco em jovens pode ser ainda maior, isto porque os adolescentes e os jovens têm menos propensão para apresentar sintomas e serem testados, o que pode influenciar a quantidade de casos que é registado diariamente.
A 19 de maio de 2020, a Academia Americana de Pediatria revelou que havia 13.253.639 casos de Covid em crianças menores de 18 anos e pelo menos 1.032 mortes.

A investigadora salienta que, ao contrário da perceção popular, os adolescentes são mais propensos do que os adultos mais velhos a contrair Covid. E mesmo que as infeções possam ser mais leves nos adolescentes, o Covid é uma possibilidade real.

Fonte: Tupam Editores

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