PRÓTESE

Primeiro paciente do mundo com um olho impresso em 3D

De acordo com um comunicado de imprensa do Hospital Moorfields Eye, Reino Unido, o paciente do Serviço Nacional de Saúde Britânico Steve Verze, um engenheiro de 47 anos, foi a primeira pessoa do mundo a receber um novo olho protético criado para um paciente, totalmente impresso em 3D.

Primeiro paciente do mundo com um olho impresso em 3D

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Em relatório tornado público, o paciente recebeu a primeira prótese de um novo olho esquerdo impresso com recurso exclusivo a tecnologias 3D no final de novembro, tendo-o experimentado pela primeira vez no início de dezembro.

O novo olho foi impresso pelo Instituto Fraunhofer de Pesquisa em Computação Gráfica (IGD), um Instituto Internacional para Investigação em Computação Visual Aplicada, sediado em Darmstadt, Alemanha, e segundo responsáveis do Hospital Moorfields, o olho é mais realista do que as alternativas disponíveis e está projetado para ter “definição clara e profundidade real para a pupila”.

Outros olhos protéticos consistem em uma íris pintada à mão num disco, que é posteriormente embutido na cavidade ocular. No entanto o design da nova prótese evita que a luz atravesse toda a profundidade do olho, conforme é referido no comunicado do hospital que procedeu ao implante.

Além de ter um aspeto mais realista, o procedimento é considerado também menos invasivo uma vez que, enquanto o ajuste das próteses tradicionais requer um molde da cavidade ocular, no desenvolvimento da nova prótese em 3D, a cavidade é digitalizada, dando origem a uma imagem extremamente detalhada e que poderá não levar mais de duas semanas para ser construída.

O olho funcional de Steve Verze foi também examinado em detalhe para certificar de que os dois olhos (natural e prótese) eram parecidos.

A revista Extreme Tech explica que todo o processo de estudo e desenvolvimento da prótese 3D foi acompanhado de perto pela Fraunhofer IGD cobrindo cada passo da experiência do paciente desde tirar as medidas e fazer corresponder o desenho ao olho saudável até à impressão final da prótese propriamente dita.

Para chegar a uma solução mais fiável e menos invasiva, o Instituto Fraunhofer optou por recorrer a uma empresa britânica de sensores, a Occupeye Ltd, que procedeu à modificação de um scanner oftálmico, especificamente para este projeto, evitando-se assim a necessidade de construir um molde de cera e algina da órbita vazia do paciente, um método muito desconfortável e invasivo. Com esta adaptação, a nova ferramenta permitiu fazer a medição da cavidade ocular em cerca de 2,4 segundos.

Obtidas as medidas da órbita vazia, foi capturada uma imagem calibrada por cores do olho saudável do paciente e combinados os dados num sistema denominado “Cuttlefish Eyes”, que produz um modelo de impressão 3D para a prótese, sendo a seguir impresso por meio de uma impressora policromática e multimaterial 3D.

Steve Verze precisava de um olho protético desde os seus 20 anos pois não gostava do que via ao espelho desde essa idade. Este novo look parece fantástico e, sendo baseado numa tecnologia inovadora, só poderá melhorar, acrescentou o paciente.

Também os médicos envolvidos no processo se mostraram confiantes no futuro desta solução, esperando que o próximo ensaio clínico lhes forneça provas sólidas sobre o valor desta nova tecnologia, mostrando a diferença que faz para os pacientes.

Fonte: Tupam Editores

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