TERAPÊUTICA

Investigação portuguesa em leucemia mieloide aguda premiada nos EUA

O investigador Delfim Duarte, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguido pela Sociedade Americana de Hematologia (ASH) com o “Prémio Global de Investigação”, no valor de 150 mil dólares/cerca de 127 mil euros, e pela Fundação Pablove com uma bolsa no valor de 52 500 dólares/cerca de 45 mil euros.

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Os dois projetos premiados focam-se no estudo da leucemia mieloide aguda (LMA) e em encontrar novas estratégias terapêuticas, destaca a instituição de ensino no seu portal de notícias.

No âmbito do projeto distinguido pela ASH, a equipa liderada por Delfim Duarte vai “caracterizar células imunes (monócitos/macrófagos) ao longo da progressão e resposta ao tratamento da leucemia mieloide aguda”. O objetivo, explica o investigador, “é identificar novos alvos terapêuticos de forma a eliminar mais eficazmente células malignas quimioresistentes e promover a manutenção da hematopoiese não-maligna”.

O Prémio Global de Investigação ASH 2021 distinguiu este ano 12 cientistas de dez países, entre os quais Delfim Duarte, líder de um grupo de investigação no i3S, interno de hematologia no IPO-Porto e professor auxiliar convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). O objetivo desta Sociedade Americana é facilitar a continuação do trabalho de jovens investigadores fora dos Estados Unidos e do Canadá.

“Os beneficiários do Prémio Global de Investigação da ASH vão desenvolver uma investigação valiosa que ajudará a aumentar a capacidade hematológica nos seus países de origem”, disse, em comunicado, o presidente da ASH, Martin S. Tallman. “Através do ASH Global Research Award, conseguimos apoiar o crescimento da carreira destes futuros líderes e fomentar a colaboração além-fronteiras, fomentando uma mão-de-obra diversificada e global de investigação em hematologia”, acrescentou o responsável.

Quanto ao projeto financiado pela Fundação Pablove, o objetivo de Delfim Duarte passa por “desenvolver uma nova estratégia para eliminar células de leucemia mieloide aguda (LMA) que sobrevivem à quimioterapia (células quimioresistentes) e que são responsáveis pela recidiva da doença”.

A ideia, explica o investigador, “baseia-se no princípio da utilização da ‘competição celular’ para promover a eliminação de clones quimioresistentes do seu nicho ou microambiente na medula óssea”. Para o efeito, a equipa vai utilizar modelos pré-clínicos (em murganho/ratinho) de LMA para testar esta ideia.

Este projeto, de acordo com a Fundação Pablove, “foi escolhido com base no mérito científico, qualidade geral da proposta escrita, provas de produtividade anterior ou de mentoria, e coerência com os objetivos da Fundação”.

A leucemia é um tipo de tumor que afeta a medula óssea, responsável pela produção das células sanguíneas, como os leucócitos, plaquetas e eritrócitos. As células progenitoras hematopoiéticas são produzidas na medula óssea. Num organismo saudável, essas células passam por um processo de maturação e diferenciação para dar origem aos componentes do sangue.

Na leucemia mieloide aguda, as células progenitoras mieloides, que originam as células sanguíneas (leucócitos, eritrócitos e plaquetas), sofrem alterações genéticas. Esse processo forma os blastos, que são células malignas que não conseguem amadurecer e que se multiplicam descontroladamente, o que interfere com o desenvolvimento das células saudáveis. A leucemia mieloide aguda (LMA) é um dos tipos mais comuns de leucemia.


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