Mulheres citadinas registam menos probabilidades de ter filhos
As mulheres são menos propensas a ter filhos em áreas urbanas que têm uma maior percentagem de mulheres do que de homens. A conclusão é de um estudo de cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O estudo foi publicado na revista Behavioral Ecology.
A investigação analisou um evento de migração interna que ocorreu na Finlândia durante a Segunda Guerra Mundial, quando dez por cento do território finlandês foi cedido à União Soviética e mais de 400 000 cidadãos foram evacuados. O governo finlandês implementou uma lei de colonização para fornecer terras aos agricultores para substituir as terras que estes perderam.
Os autores do estudo seguiram os dados anuais de reprodução e dispersão de 8 296 mulheres evacuadas entre 1945 e 1955 que tinham entre 19 e 42 anos de idade durante este período, eram solteiras quando a guerra terminou em 1945 e cujo estatuto reprodutivo e local de residência anual eram conhecidos.
Foram medidos os rácios de sexo nos locais onde estas mulheres viveram durante este período e estimaram a probabilidade de as mulheres iniciarem uma família ou se dispersarem e verificaram que a probabilidade de reprodução era fortemente influenciada pelo rácio sexual local, mas que esta relação diferia entre o meio rural e o meio urbano.
Apesar de uma maior prevalência de mulheres na população diminuir a probabilidade de as mulheres terem filhos nas áreas urbanas, isto não se verificou nas zonas rurais.
O estudo mostrou que as mulheres tinham 15 por cento menos probabilidades de se reproduzir nas zonas urbanas do que nas zonas rurais. Nas cidades, cada percentagem de aumento de homens na população aumentou em 2,7 por cento a probabilidade de as mulheres terem o primeiro filho, enquanto nas zonas rurais o aumento foi de apenas 0,4 por cento.
Verificou-se também que, embora estes dados sejam antigos, os resultados podem ser aplicáveis aos ambientes urbanos atuais, tendo em conta que as mulheres superam em número os homens em muitas cidades do mundo e podem encontrar-se na mesma situação vivida pelas mulheres finlandesas há muitas décadas atrás.