Abordagem terapêutica promissora para fecho da fístula broncopleural
Resultados de vários casos revelam o sucesso da aplicação de células estaminais mesenquimais (MSCs) no fecho de fístulas broncopleurais. Pensa-se que isso se deva ao facto destas células serem capazes de libertar substâncias com capacidade regenerativa, o que poderá promover o fecho desta comunicação.
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Um artigo científico recente refere o caso de uma mulher de 33 anos que, seis meses após a remoção de um lobo do pulmão, devido à presença de quistos pulmonares, apresentava uma fístula broncopleural de 5 mm.
Apesar de, durante mais de dois anos, a doente ter sido submetida a vários procedimentos, a fístula não fechou. Após esse período, a equipa médica que a acompanhou decidiu recorrer à terapia com MSCs do tecido do cordão umbilical e um mês após a injeção das células, a fístula broncopleural tinha fechado.
Nenhum evento adverso grave ocorreu durante o tratamento. Seis meses após injeção das MSCs não havia qualquer evidência de recorrência da fístula e durante o acompanhamento médico de dois anos não houve recaída.
“O fecho de fístulas broncopleurais continua a ser um grande desafio clínico e, embora várias abordagens terapêuticas tenham sido utilizadas, os resultados são comumente insatisfatórios, pelo que há necessidade urgente de novas estratégias para solucionar este problema.”, menciona Carla Cardoso, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.
Acrescenta ainda que, “a utilização de MSCs parece ser uma abordagem terapêutica promissora para o fecho da fístula broncopleural. No entanto são necessários ensaios clínicos, randomizados e controlados e com um maior número de doentes, para demonstrar a eficácia desta abordagem relativamente a outros métodos.”.
A fístula broncopleural consiste numa comunicação anormal entre a árvore brônquica e o espaço interno da pleura (a membrana dupla que reveste os pulmões e o interior da cavidade torácica), através da qual o ar inspirado entra nesse espaço. É uma complicação grave que pode ocorrer após cirurgia pulmonar e está associada a uma taxa de mortalidade de 12.5% a 71.2%.