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Proteína AP2gama estimula produção de novos neurónios

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) concluiu que a proteína AP2gama consegue "estimular a produção de novos neurónios" no cérebro adulto, sendo que esta descoberta pode "beneficiar" o tratamento de Alzheimer e depressão, anunciou hoje a instituição.

Proteína AP2gama estimula produção de novos neurónios

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Num comunicado, a UMinho adianta que os investigadores do seu Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde concluíram, "ao contrário do que se pensava", que o cérebro adulto tem a capacidade de "produzir continuamente" novos neurónios.

O estudo, publicado quarta-feira como tema de capa da revista internacional Molecular Psychiatry, demonstrou ainda que, em ratinhos sem a proteína AP2gama, a "produção de novos neurónios ficou comprometida", provocando défices na produção e arquivo de novas memórias ou na capacidade de navegação espacial.

"Descobrimos que a AP2gama, inicialmente associada à proliferação de células malignas no cancro da mama, estava também presente no cérebro. Para percebermos a sua função, utilizámos ratinhos geneticamente manipulados para não produzirem esta proteína ou para a produzirem em excesso e estudámos os seus efeitos", explicam Luísa Pinto e Nuno Sousa, que coordenaram a investigação.

Segundo a academia minhota, "esta possibilidade poderá beneficiar terapias para doenças neurológicas e psiquiátricas como a doença de Alzheimer e a depressão".

O texto aponta que "ao contrário do que se pensava, sabe-se agora que o cérebro de um indivíduo adulto tem a capacidade de produzir continuamente novos neurónios", um processo designado por neurogénese e que "é fundamental no controlo de diversas funções cerebrais e tem sido estudado na perspetiva de tratamento de diversas doenças do sistema nervoso central".

A investigação mostra assim como a "falta" da AP2gama "prejudica vários domínios do comportamento".

"Foi ainda surpreendente concluir que a proteína AP2gama comanda a produção de uma população de neurónios decisiva para várias regiões do cérebro comunicarem entre si", acrescentam os coautores da investigação António Mateus-Pinheiro e Nuno Dinis Alves.

A equipa, que envolveu ainda Patrícia Patrício, Ana Machado-Santos, Eduardo Campos, Joana Silva, Vanessa Sardinha, Joana Reis, Hubert Schorle, João Oliveira e Jovica Ninkovic, procura agora perceber se a desregulação desta proteína está também envolvida no desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como a ansiedade ou depressão.

O estudo está disponível na íntegra em www.nature.com.

Fonte: press release

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