A propósito da atual pandemia em curso, muito se tem falado do SARS-CoV-2, o vírus que esteve na origem da Covid-19, doença que se enquadra na designação genérica de Doenças Respiratórias Agudas com grau mais ou menos elevado de gravidade. Convirá, por isso, distinguir os vários tipos de vírus que provocam a doença, uma vez que se apresentam com sintomatologias algo diferentes, apesar de pertencerem à mesma família.
O conhecimento mais aprofundado sobre as caraterísticas básicas da sua linhagem é fundamental para uma melhor compreensão e entendimento dos aspetos epidemiológicos, clínicos e fisiopatológicos bem como para o tratamento eficaz da doença que provocam.
Coronavírus, é a designação atribuída a uma alargada família de vírus, tendo como material genético o Ácido Ribonucleico (ARN), e cuja forma se assemelha a uma coroa, daí derivando o seu nome, que causam infeções respiratórias leves a moderadas, mas nalguns casos pneumonia atípica grave e muitas vezes fatal, nas pessoas com o sistema imunitário mais débil.
Dos muitos e diferentes coronavírus que existem, a sua grande maioria causa doenças em animais, porém, somente sete deles são conhecidos por também causarem doença em seres humanos. Dessas sete infeções por coronavírus em humanos, quatro delas envolvem doença do trato respiratório superior leve, causando os mesmos sintomas de uma gripe comum, isto é, infeção do revestimento interno do nariz, seios paranasais e garganta acompanhada de uma ligeira dor de cabeça.
Porém, três dessas sete infeções por coronavírus em humanos podem ser muito mais graves e recentemente causaram grandes surtos de pneumonia mortal. Referimo-nos ao SARS-CoV-2, um coronavírus novo, identificado pela primeira vez na cidade de Wuhan, China, no final de 2019 e que esteve na origem da atual pandemia COVID-19, ao MERS-CoV, identificado em 2012 como causa da então designada por Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS) e também ao SARS-CoV original, que foi identificado em 2003 como sendo a causa de um surto pandémico designado por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que teve início na China no final de 2002.
Sabe-se hoje, que todos estes coronavírus, que causam infeções respiratórias graves, são transmitidos por animais para os seres humanos através de patógenos zoonóticos. O vírus que causa a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, é igualmente um coronavírus, sendo caraterizado por provocar uma infeção que causa sintomas semelhantes aos de uma gripe comum. Foi detetado pela primeira vez na Jordânia e Arábia Saudita em 2012 e estima-se que até 2021, tenha causado em todo o mundo, mais de 2 500 casos confirmado de MERS, com pelo menos 850 mortes relacionadas, tendo na sua maioria ocorrido na Arábia Saudita, país onde novos casos continuam a surgir. No entanto, o maior surto conhecido de MERS fora daquela região, ocorreu na Coreia do Sul em 2015, tendo sido associado ao retorno de um viajante oriundo da Arábia.
Outros casos também ocorreram em vários países da Europa, Norte de África, Ásia, Médio Oriente e EUA, em pessoas que para lá foram transferidas a fim de receberam tratamento, tendo sido relatados os últimos casos em 2019. No entanto, são até agora desconhecidos os processos através do quais o vírus se dissemina dos animais para as pessoas.
O tratamento da MERS passa por medicação para alívio da febre e dores musculares, a par de isolamento, para prevenir a disseminação do vírus, devendo os contactos com a pessoa infetada ser reduzidos ao mínimo indispensável e sempre com a utilização de máscaras protetoras.
Relativamente à Síndrome Respiratória Aguda (SARS), ela é também uma infeção por coronavírus que causa sintomas semelhantes aos da gripe, sendo que, desde 2004 nenhum caso foi reportado a nível mundial. Mais uma vez, os sintomas de SARS fazem-nos lembrar os de outras infeções virais respiratórias mais comuns, como febre, dores de cabeça, calafrios e dores musculares, todavia bastante mais graves. Nos meios clínicos, suspeita-se de SARS, somente nos casos em que as pessoas relatam terem estado expostas a uma pessoa infetada, sendo que nestes casos a pessoa deve ser isolada de imediato.
A SARS foi detetada pela primeira vez na China no final de 2002 e provocou um surto mundial de que resultaram mais de 8 mil casos em todo o mundo e cerca de oitocentas mortes até meados de 2003 e, embora nenhum caso tenha sido relatado desde 2004, a SARS ainda não foi considerada extinta porque o vírus tem um reservatório animal do qual pode ressurgir a qualquer momento.
O diagnóstico da SARS passa pela avaliação clínica e exames para identificação do vírus, sendo por vezes necessário o uso de um ventilador para ajudar na respiração. No entanto, as pessoas com sintomas leves não precisam de tratamento específico.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.
Segundo a OMS, a obesidade consiste numa acumulação excessiva de gordura que surge quando há um desequilíbrio entre o volume de calorias consumidas e as calorias gastas.