O regresso das crianças e adolescentes à escola pode constituir um momento de grande emoção e alegria, quer para eles como para os pais e cuidadores. Em cada ciclo anual, que se repete, muitas coisas novas acontecem, desde livros, mochilas e roupas até novos colegas. Há, no entanto, uma coisa para a qual nem pais nem filhos se preparam para o regresso à escola, que é trazer piolhos e lêndeas (os ovos dos piolhos), para casa, mas a verdade é que se trata de uma situação que pode acontecer a qualquer pessoa, independentemente de sua condição.
Segundo vários meios de comunicação, pais, professores e farmacêuticos relatam um aumento das infestações no final do ano letivo anterior e agora no regresso às aulas, depois de um certo abrandamento devido à pandemia, voltando em força e de forma democrática, isto é, atingindo todos sem discriminação.
Praga muito antiga, a falta de informação sobre os ciclos de tratamento, tabus e custos, constituem entraves ao seu combate eficaz. Infestação conotada com higiene deficiente no passado, sabe-se hoje que não há ligação com a higiene, uma vez que os piolhos e lêndeas convivem bem com o banho e os hábitos comuns de higiene da sociedade atual, designadamente com os champôs.
Trata-se de uma ocorrência sazonal que habitualmente se vem repetindo ao longo de milhares de anos e de que se fala ainda com algum recato e vergonha, porém com custos consideráveis para as famílias que por vezes não têm qualquer apoio ou meios de informação suficientes sobre os cuidados a ter.
Os piolhos são insetos parasitas, não alados, que se alimentam de sangue quente, necessitando por isso de um hospedeiro como o homem ou outro animal com caraterísticas idênticas, para completarem o seu ciclo de vida, e provocam com frequência infestações denominadas pediculoses.
A infestação de piolhos pode atingir diferentes locais do corpo, tais como o couro cabeludo, axilas, pestanas e região púbica sendo, contudo, mais frequente na cabeça e resulta principalmente do contacto próximo entre cabeleiras ou através da partilha de objetos infetados, como gorros, bonés, almofadas, escovas ou pentes.
Habitualmente, o primeiro sinal de aparecimento de piolhos somente se manifesta algumas semanas após a infestação, através de comichão algo intensa na cabeça, pois ao picarem o couro cabeludo para se alimentarem, injetam uma espécie de saliva que provoca prurido, podendo em alguns casos dar origem a pequenas feridas. Além da nuca, podem também ser visíveis atrás das orelhas, onde as condições de temperatura e humidade lhe são favoráveis.
Quem se confronta pela primeira vez com os piolhos, pode não imaginar quão difícil será livrar-se deles, apesar do marketing de alguns produtos pediculicidas - agentes ou substâncias que matam os pilhos -, garantirem uma eficácia de 100%. É frequente encontrar nas letras mais pequenas dos anúncios a indicação de que é preciso repetir o tratamento.
As pessoas que já se confrontaram com piolhos em criança ou já trataram alguma pediculose em seus filhos, tendem com frequência a aconselhar algumas medidas caseiras, como a utilização de vinagre depois de lavar o cabelo e a aplicação de óleos essenciais ao pentear, para acabar com os piolhos e lêndeas de forma natural.
Entretanto, caso as medidas de higiene e os tratamentos caseiros não resultem, deve ser iniciado o tratamento com recurso à aplicação tópica de pediculicidas, que constituem o tratamento de primeira linha nas infestações por este tipo de parasitas. Os pediculicidas de ação química penetram o piolho e desencadeiam um efeito neurotóxico que resulta em paralisia.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), o tratamento para piolhos é recomendado para pessoas diagnosticadas com uma infestação ativa, sendo que nestes casos, todos os membros da família e outros contactos próximos devem ser verificados e tratados ao mesmo tempo caso haja evidência de infestação ativa, segundo alguns especialistas.
Ainda de acordo com o ECDC, alguns pediculicidas têm um efeito ovicida (matam os ovos), enquanto outros são apenas fracamente ovicidas ou mesmo não ovicidas, sendo neste caso recomendada a repetição do tratamento. Caso sejam utilizados pediculicidas fortemente ovicidas, a repetição de tratamento apenas é recomendada se os piolhos vivos (rastejantes) continuarem presentes alguns dias após o primeiro tratamento, sendo por isso necessária a consulta das recomendações para cada um dos medicamentos. Por outro lado, para que a repetição do tratamento seja mais eficaz, deve ocorrer após a eclosão de todos os ovos, todavia antes da produção de novos.
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