O envelhecimento da população emergiu como uma realidade irrefutável nas sociedades ocidentais e globais, desencadeando uma série de novos desafios e oportunidades e passa atualmente por uma transformação profunda nas estruturas sociais, levando à necessidade de repensar estratégias e políticas públicas, no sentido de promover uma abordagem mais inclusiva, equitativa e sustentável para lidar com esta nova realidade.
O desafio agora passa por construir novos modelos de sociedades que reconheçam e valorizem a contribuição dos idosos, garantindo um envelhecimento digno e participativo para todos, numa altura em que a omissão perante o problema do desamparo e dos maus-tratos na velhice se torna mais gritante e se mantêm sob os holofotes dos media.
O papel da família no apoio aos mais velhos é absolutamente vital. O suporte emocional, cuidados práticos, promoção da saúde e a partilha de experiências, contribuem para uma terceira idade mais rica e satisfatória. À medida que a sociedade enfrenta o desafio do envelhecimento da população, reconhecer e valorizar o papel da família nos cuidados ao idoso é essencial para criar comunidades mais inclusivas e para garantir que cada membro da família, independentemente da idade, seja respeitado, amado e integralmente apoiado.
A velhice é uma fase da vida marcada por diversas transformações físicas, psicológicas e sociais. Nesse contexto, os vínculos afetivos desempenham um papel crucial no bem-estar e na qualidade de vida dos idosos, contribuindo para a sua boa saúde mental, emocional e física, sendo comum nessa fase da vida que o idoso enfrente desafios como a perda de entes queridos, inatividade devido à reforma e limitações físicas, cenário em que a existência de uma rede de apoio emocional fortalecida por laços familiares, amizades e relacionamentos amorosos pode ajudar na superação de adversidades, prevenindo potenciais quadros de solidão e depressão.
Na realidade, vários estudos demonstram que a interação social e os vínculos afetivos estão associados a uma melhor saúde mental na velhice, tendo-se constatado que os idosos que mantêm relações sociais ativas, apresentam menor incidência de doenças mentais, como demência e depressão, mostrando que a troca de experiências, o compartilhamento de histórias e a participação em atividades sociais estimulam o cérebro e contribuem para a manutenção da saúde cognitiva.
Além disso, a qualidade dos vínculos afetivos também influenciam o bem-estar físico dos idosos, uma vez que a presença de uma rede de apoio familiar pode facilitar o acesso a cuidados médicos, incentivar a prática de atividades físicas e garantir uma alimentação adequada. Por outro lado, a sensação de pertença e o apoio emocional provenientes dos laços afetivos contribuem igualmente para a redução da ansiedade, stresse e consequente fortalecimento do sistema imunitário.
De entre os vários desafios que se colocam na velhice, a solidão é um dos mais significativos e que pode ter impacto negativo na saúde em geral. Todavia, os vínculos afetivos funcionam como uma barreira contra a solidão, proporcionando companhia, afeto e interações relevantes, daí que iniciativas que promovam a interação social, como grupos de convivência e programas intergeracionais, podem ser eficazes na construção de uma rede social robusta para os idosos.
Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de idosos que se encontra em situação de desamparo e maus-tratos, seja pela ausência de suporte familiar, falta de acesso aos cuidados adequados ou negligência institucional, um número crescente de idosos enfrenta um cenário de vulnerabilidade que requer atenção imediata, uma vez que a omissão face a esse desamparo é inaceitável, constitui uma afronta à dignidade humana e exige uma enérgica resposta coletiva.
É da responsabilidade da sociedade, das instituições governamentais e da comunidade em geral, unir esforços para criar um ambiente seguro e acolhedor para os idosos, assegurando que essa fase de sua vida seja digna, respeitada, livre de abusos e sevícias.
Nada substitui o apoio familiar, no entanto, considerando a desfragmentação que se verifica atualmente na estrutura familiar tradicional e a deficiência ou mesmo ausência de apoios sociais, estas vêm-se muitas vezes forçadas a entregar os seus idosos a instituições geralmente designadas por lares, palavra que sugere um ambiente acolhedor, onde os idosos recebem cuidados personalizados, atenção individualizada e uma qualidade de vida que leva em consideração suas necessidades emocionais, sociais e de saúde.
Contudo, nem sempre essas instituições seguem as regras mais elementares de humanismo ou possuem os meios materiais e humanos necessários e adequados para o cumprimento cabal da missão para as quais foram criadas, levando não raras vezes ao seu encerramento e a merecerem a conotação negativa e desumanizada de “depósito de idosos”, terminologia que indubitavelmente sugere um local onde os idosos são simplesmente “depositados”, sem consideração adequada às suas necessidades emocionais e individuais, podendo antes refletir uma visão mais impessoal e pragmática dos cuidados para os idosos, negligenciando a importância de um ambientes acolhedor e dos cuidados personalizados.
Etimologicamente, a palavra iatrogenia deriva do grego e refere-se a qualquer alteração patológica provocada no doente por ação dos profissionais de saúde.
Embora os termos senescência e senilidade estejam ambos relacionados com o processo de envelhecimento, são realidades com impactos diferentes sobre a saúde.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.