Em resultado do longo período da pandemia, a imobilidade e o sedentarismo durante o isolamento a que a maioria da população foi obrigada, levou a que tivessem aumentado as disfunções vasculares, tornando o movimento e fortalecimento das pernas, entre outras, uma questão de saúde.

A pandemia por Covid-19 deixou muitas marcas para a saúde, algumas ainda mal identificadas outras com novos sintomas ou perpetuação de algumas queixas, mesmo depois de aparentemente o vírus ter desaparecido. Por outro lado, verificou-se uma alteração drástica no mercado laboral, devido à imposição do teletrabalho que obrigou à retenção no domicílio e consequente imobilidade de milhões de pessoas e que perdura em boa parte dos setores económicos.

Independentemente de outras considerações de ordem social, psicológica ou outras, no caso particular da saúde, o impacto da perda de massa muscular em decorrência da imobilidade, gerando incapacidades motoras ainda por quantificar, é importante entender as implicações do atrofiamento dos sistemas músculo-esquelético e neuromuscular durante a pandemia, por forma a melhorar as estratégias para o processo de reabilitação.

No caso das pessoas que foram atingidas pela pandemia, o sedentarismo, a deficiente alimentação e as sequelas provocadas pela própria doença, podem ser os fatores que mais contribuem para arruinar a saúde vascular das pernas, originando dor e desconforto frequente ao andar ou mesmo no desempenho de rotinas diárias, devido ao deficiente fornecimento de sangue aos músculos das pernas.

Apesar de alguns dos fatores de risco como a idade e o histórico familiar não poderem ser controlados, o exercício, a par de uma alimentação e estilo de vida saudável, são essenciais para melhorar a circulação de sangue nas pernas, sabendo-se que a panturrilha ou barriga das pernas, tem um papel essencial na circulação sanguínea, atuando como uma bomba muscular que quando se contrai, bombeia o sangue de volta ao coração.

A fim de melhorar a circulação nas pernas, evitando incómodos como o inchaço, dores musculares e comichão, bem como evitar alguns problemas mais sérios de saúde como o aparecimento de varizes, úlcera varicosa ou até trombose venosa e fortalecer os membros inferiores, é fundamental a prática de exercício adequado à idade e a eventuais quadros de saúde pré-existentes, ao mesmo tempo que se deve manter uma alimentação saudável, evitando os alimentos gordurosos e ricos em sódio, evitar o tabaco, evitar permanecer longos períodos de pé ou sentado na mesma posição.

Além desses cuidados, existem outros exercícios que podem contribuir para a manutenção de uma boa circulação do sangue nas pernas, por forma a prevenir problemas de saúde provocados pela má circulação e aliviando os sintomas mais comuns no dia-a-dia.

Sendo a barriga das pernas uma das zonas do corpo mais vascularizadas, é importante estimular movimentos que ativem a circulação das pernas através de alongamentos, exercícios que podem ser efetuados facilmente em casa, através de simulação de uma corrida, simulando pedalar uma bicicleta na posição de deitado de costas, ou fazendo movimentos circulares ainda na posição de deitado com os pés elevados e alternando o movimento dos ponteiros do relógio com o seu sentido inverso.

Outro exercício fácil de praticar e que pode ajudar no controle da elasticidade, passa por trabalhar principalmente os músculos laterais e médios das pernas, através do afastamento lateral das pernas, na posição de deitado de costas, afastando-as e juntando-as sucessivamente e repetindo o movimento durante uns minutos.

Posicionando-se deitado de barriga para cima, próximo e de frente para uma parede, esticar as pernas ao longo da parede, ao mesmo temo tempo que relaxa os braços, mantendo-se nessa posição durante cerca de 5 minutos.

Semelhante ao exercício, a estimulação através de massagens funciona também de forma similar, melhorando a circulação nas pernas e pode ser feita na posição de deitado de barriga para cima, esticando uma perna para cima e segurando a outra colocando a mão atrás do joelho e puxando-a na direção do rosto ao mesmo tempo que a fricciona com uma leve pressão desde o tornozelo até toda a extensão da perna, com alternância do movimento entre ambas.

A caminhada, de forma tão vigorosa e confortável quanto for possível a cada um, continua a ser uma das atividades mais indicadas para melhorar a saúde do sistema circulatório no seu conjunto, não sendo necessário caminhar durante longos e cansativos períodos para ser eficaz, sendo suficientes vinte a trinta minutos diariamente. No caso de permanecer longos períodos de pé ou sentado, deve optar-se por fazer pequenas caminhadas de alguns minutos para melhorar a circulação das pernas.

Por último, refira-se a natação, como um exercício que fortalece particamente toda a musculatura do corpo, sendo excelente para estimular os vasos sanguíneos, além de regular a pressão arterial e tendo como vantagem acrescida, não prejudicar as articulações, sendo por esse motivo o exercício ideal para as pessoas com articulações fragilizadas, como é o caso das pessoas mais idosas.