Geralmente, durante os meses mais frios do ano, coincidentes com o inverno, os diagnósticos mais comuns de doenças, além das tradicionais infeções respiratórias transmissíveis como as constipações e gripes, uma parte significativa da população é confrontada com a asma, rinite alérgica, sinusite, exacerbação de bronquite crónica, doença obstrutiva pulmonar crónica, pneumonias e enfisema pulmonar, que atacam sobretudo as pessoas com o sistema imunológico mais fragilizado.
Essa situação acontece, principalmente, porque as pessoas tendem a permanecer mais tempo em locais fechados e sem ventilação, ou porque as mucosas do sistema respiratório tendem a ficar irritadas com o clima frio e seco, havendo por isso necessidade de as pessoas, particularmente as mais suscetíveis, se prevenirem desse tipo de infeções.
Gripes e constipações são muitas vezes confundidas, todavia são doenças diferentes, facto que é necessário ter em consideração, quando se trata de abordar os sintomas de cada uma delas e o seu tratamento. Embora ambas de origem viral, a sua transmissão é causada por vírus distintos, o que significa que os sintomas que cada uma delas manifesta e a forma como devemos atuar logo que surjam é, também, necessariamente diferente. Porém, se as pessoas continuarem a confundi-las, poderão não conseguir preveni-las ou fazer aquilo que é mais adequado para aliviar os seus sintomas, daí que o primeiro passo é saber o que as distingue.
A gripe é uma doença viral aguda, que afeta especialmente as vias respiratórias, cuja transmissão é feita através de partículas de espirros ou tosse, expelidas a partir de pessoa infetada, podendo também ocorrer por contacto direto com objetos que tenham sido contaminados com as secreções de alguém infetado.
Está definitivamente provado que a melhor “arma” de prevenção contra a gripe é a vacinação anual, que no nosso País deve ocorrer preferencialmente durante os meses de outubro/novembro, já que o “pico” da atividade viral ocorre habitualmente entre novembro e fevereiro. O Serviço Nacional de Saúde (SNS), recomenda-a vivamente para as pessoas com risco elevado de poderem ter complicações associadas à doença. De entre estas, destacam-se as que tenham idade igual ou superior a 65 anos, diabéticos, as que sofram de doenças crónicas dos pulmões, coração, fígado ou rins ou outras patologias que diminuam a resistência a infeções.
Em tempos de forte carga viral, são recomendáveis algumas medidas complementares de prevenção que passam, entre outras, por evitar o contágio através do uso de máscara, pelo isolamento, lavagem frequente das mãos com água e sabão comum e, ao tossir ou espirrar, utilizar um lenço de papel ou o antebraço para evitar a dispersão das partículas, tal como foi recomendado pelas entidades públicas de saúde no decurso da pandemia por covid-19. No caso de pessoas que desenvolveram uma reação alérgica grave a uma vacina, não devem voltar a tomá-la.
De entre os sintomas mais comuns associados à gripe incluem-se mal-estar repentino, dores de cabeça, musculares e articulares, febre elevada e em alguns casos, inflação dos olhos. Para aliviar os seus sintomas, é comummente recomendado pelos especialistas o repouso no domicílio, a toma de paracetamol ou similar terapêutico para baixar a febre, o uso de soro fisiológico para reduzir a congestão nasal e a ingestão abundante de água, sumos, infusões e chás, ao longo do dia. Todavia, a verificar-se persistência dos sintomas, deve recorrer-se ao médico assistente.
Quanto à constipação, trata-se de uma infeção ligeira e sem gravidade das vias respiratórias superiores, provocada igualmente por um vírus e geralmente limitada a cerca de uma semana de duração. Geralmente, a sua transmissão ocorre de pessoa-a-pessoa, através do contacto com as secreções respiratórias de indivíduos infetados ou por contacto direto. Tal como na gripe, a melhor forma de prevenir o contágio é usar as precauções de higienização, idênticas às indicadas para a gripe.
As queixas mais comuns observadas na constipação, surgem de forma gradual e passam geralmente por congestão e corrimento nasal mais ou menos intenso, comichão e vermelhidão do nariz, diminuição ou mesmo perda do olfato e do paladar, espirros frequentes, olhos lacrimejantes, dor de cabeça e garganta e eventualmente febre ligeira.
Os sintomas podem geralmente ser atenuados através de repouso, abundante ingestão de líquidos e evitando a exposição a ambientes frios e poluídos com fumos. Para alívio da obstrução nasal pode ser usado soro fisiológico e para a febre é recomendada a toma de paracetamol.
Outra doença que aflige um elevado número de pessoas e é exacerbada com a chegada do inverno é a rinite alérgica, inflamação da mucosa que reveste o nariz, causada por reação alérgica, provocando sintomas como espirros, corrimento nasal e comichão e que pode durar alguns minutos ou até vários dias, tendo geralmente origem no pólen de plantas, poeiras, ácaros ou pelos de animais. Trata-se de uma doença crónica, não tem cura, mas existem alguns fármacos anti-histamínicos e corticoides qua ajudam a controlar os sintomas.
A sinusite, é outra das doenças mais frequentes no inverno, causada principalmente por vírus de gripes e constipações, mas que em alguns casos pode ser originada por bactérias. É igualmente uma inflamação da mucosa dos seios da face, que causa sintomas de dor na região facial, secreção nasal e dor de cabeça, que tendencialmente afeta mais os pacientes já portadores de alergia. A lavagem nasal com uma solução salina e a administração de anti-histamínicos, anti-inflamatórios e descongestionantes, podem ajudar a atenuar os sintomas.
Nas pessoas mais predispostas, com doença inflamatória dos pulmões, podem ocorrer crises de asma, desencadeadas por fatores alérgicos, frio ou poeiras, que podem causar sintomas de chiadeira no peito, falta de ar e tosse. Nestes casos, o tratamento é efetuado sob orientação de um médico pneumologista e pode envolver o uso de fármacos broncodilatadores e corticoides.
Além de outras possíveis doenças, potenciadas pelo inverno, destaque-se também a pneumonia, uma inflamação e infeção das vias respiratórias grave que ocorre quando atinge os pulmões, geralmente causadas por bactérias, vírus ou mais raramente por fungos. Os sintomas da pneumonia incluem tosse com catarro amarelado ou esverdeado, febre normalmente superior a 38°C, calafrios, e quando a infeção é mais grave pode também causar falta de ar e dificuldade em respirar. O seu tratamento vai depender da causa, mas na maioria dos casos é efetuado no domicílio, com a administração de antibióticos e analgésicos, mas sob a orientação médica.
Em casos mais graves, em que se verifique que a oxigenação do sangue está prejudicada, há confusão mental ou insuficiência dos rins, por exemplo, pode ser necessário o uso de oxigénio e outras medidas, em ambiente hospitalar.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.
Segundo a OMS, a obesidade consiste numa acumulação excessiva de gordura que surge quando há um desequilíbrio entre o volume de calorias consumidas e as calorias gastas.