Geralmente conhecida por dores menstruais, a dismenorreia é o termo clínico usado para nos referirmos à ocorrência de dor no momento que antecede a menstruação, sintomas que se localizam geralmente na bacia ou na parte inferior do abdómen e têm normalmente a duração de um a três dias, nas mulheres em idade fértil.
Embora diferindo no grau de intensidade e desconforto, é um problema comum entre a maioria das mulheres durante a menstruação espontânea, sendo por isso frequentemente desvalorizada, mas que em alguns casos necessita de avaliação clínica especializada por interferir de forma significativa no bem-estar da adolescente ou mulher.
Também chamado período, a menstruação é o resultado da descamação periódica no interior do útero, sendo composto de células endometriais e sangue. Com a diminuição das hormonas no final do ciclo menstrual anterior, diminui igualmente a estimulação desta camada uterina (endométrio), desintegrando-se parcialmente e acabando por ser expulsa através do colo do útero e vagina, originando o fluxo menstrual.
É designado por ciclo menstrual o intervalo de tempo que medeia entre o início de uma menstruação e a menstruação seguinte, e envolve o equilíbrio entre vários órgãos femininos e um conjunto de hormonas cuja sincronia é essencial para que o ciclo se desenvolva por forma harmoniosa, por forma a permitir uma gravidez bem-sucedida.
Em mulheres adultas saudáveis, a média entre os ciclos situa-se normalmente nos 28 dias e tem uma duração inferior a 8 dias, mas pode variar entre 21 e 35 dias de intervalo nas mulheres com idades entre os 25-35 anos e entre 21 e 45 dias em adolescentes, sendo que diferença entre ciclos mais curtos e mais longos, é habitualmente inferior a sete dias.
Se a maioria das mulheres ultrapassa estes ciclos sem desconforto assinalável, outras há que passam por um conjunto de alterações físicas, psíquicas e de humor que surgem normalmente poucos dias antes da menstruação, conhecidas por síndrome pré-menstrual, que devem ser distinguidas de outras patologias do foro psiquiátrico e envolvem mudanças de humor e irritabilidade por vezes acentuadas.
Normalmente trata-se de alterações comportamentais algo subtis, com uma duração de dois ou três dias, na maioria das casos desvalorizadas pelas próprias mulheres, mas que em alguns casos pode provocar sintomatologia severa e limitante durante uma a duas semanas, podendo por isso ser necessária a intervenção clínica para atenuar os sintomas.
Depois de devidamente caraterizada a situação e feito um correto diagnóstico, o tratamento pode passar pela utilização de fármacos, sendo a pílula o mais frequentemente prescrito. A prática de exercício físico, diminuição do consumo de cafeína e álcool são os adjuvantes recomendáveis a todas as mulheres nos casos leves a moderados.
A dor provocada pelas contrações uterinas é normalmente lancinante, pode manifestar-se sob a forma de cólica, latejante ou vaga e constante, podendo irradiar para as pernas e tende a alcançar a intensidade máxima 24 horas após o início da menstruação e reduzir gradualmente de intensidade após 2 a 3 dias.
As dores podem variar bastante de intensidade entre mulheres, porém quando atingem níveis que prejudicam o bem-estar e interferem com o seu dia-a-dia, é de considerar a avaliação clínica de um médico ginecologista mais cuidada, a fim de despistar outras doenças e adequar um melhor tratamento, pois podem estar presentes outras doenças causadoras do problema, designadamente a endometriose, patologia cujos contornos são ainda mal conhecidos, mas que atinge mais de 10% das mulheres em idade fértil.
A endometriose é uma doença crónica benigna, com forte impacto na vida da mulher, que surge normalmente em idade jovem, não tem cura, contudo é passível de tratamento médico ou cirúrgico, muito embora na maioria dos casos possa provocar infertilidade. É uma condição caraterizada pelo facto de as células semelhantes às da camada que reveste o útero crescerem no seu exterior, frequentemente nos ovários, trompa de Falópio e no tecido que envolve o útero e ovários.
O tratamento da dismenorreia, especialmente a primária, cujo diagnóstico é mais frequente e em que não existe uma causa patológica identificável, as dores são frequentemente desvalorizadas, inclusive pelas próprias mulheres que tendem a automedicar-se com anti-inflamatórios não esteroides (AINE), uma classe de fármacos de venda livre, que permite aliviar as dores rapidamente, tornando-as mais suportáveis.
Os anticoncecionais mais bem estudados neste contexto como a pílula com estrogénio e progestagénio, também poderão ajudar, quando tomadas diariamente sem interrupção, o que pode levar a que não haja perdas de sangue no intervalo entre as tomas, reduzindo ainda mais os sintomas de dor. Além disso, tratamento não farmacológicos como a acupuntura e aplicação de calor na pelve por meio de toalhas húmidas quentes, soluções também estudados neste contexto, mostraram resultados equivalentes a alguns analgésicos, procedimento que poderá complementar a terapêutica com medicamentos.
Entre os fatores de risco que podem propiciar dores menstruais mais intensas, incluem-se as mulheres jovens com habitual menstruação abundante, fumadoras, sem filhos, ciclos menstruais longos ou irregulares e um estado anormal de magreza, sucedendo, no entanto, com frequência, que muitas mulheres não são atingidas por nenhum destes fatores de risco.
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