APÊNDICE E APENDICITE, CONHEÇA O ÓRGÃO E A DOENÇA
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Tupam Editores
Parte do sistema digestivo, o apêndice, também conhecido como apêndice vermiforme, é um pequeno tubo, com cerca de oito a dez centímetros, que está localizado na primeira parte do intestino grosso, na região inferior direita do abdómen.
Quando médicos e pacientes pensam nele, costuma ser uma emergência.
Além de inflamar e causar apendicite, até há bem pouco tempo acreditava-se que este órgão não servia para nada. Era considerado um órgão vestigial, ou seja, um órgão com pouca ou praticamente nenhuma função no organismo, que aos poucos se vai atrofiando, uma vez que os seres humanos atuais não necessitam do apêndice para a sua sobrevivência.
Apesar dos vários estudos sobre o apêndice, a comunidade científica ainda não chegou a um consenso sobre as suas funções reais. Recentemente, um estudo americano divulgado na revista Comptes Rendus Palevol analisou a presença ou a ausência do órgão em 533 mamíferos diferentes.
A investigação permitiu descobrir que as espécies com apêndice tinham concentrações mais elevadas de tecido linfoide no cego – parte larga do intestino grosso. Este tipo de tecido pode desempenhar um papel ao nível da imunidade e estimular o crescimento de bactérias intestinais saudáveis.
Assim, segundo os autores do estudo, o apêndice tem vindo a modificar-se ao longo do tempo nas várias espécies, mas nunca desapareceu porque tem uma finalidade.
Por possuir parte do tecido linfático na sua composição, estima-se que o apêndice tenha uma ação imunológica e que possa atuar na produção e maturação de algumas células imunológicas.
Além disso, pode proteger e estimular a produção das bactérias benéficas que vivem no intestino. Em caso de uma infeção intestinal, estima-se que as bactérias existentes no apêndice ajudem a equilibrar a flora intestinal.
A principal ameaça ao apêndice é uma apendicite. A apendicite corresponde à inflamação do apêndice, e apesar de a sua causa não estar ainda bem esclarecida, os especialistas acreditam que a obstrução do intestino ou gordura acumulada possam contribuir para que haja a inflamação e inchaço do órgão.
Embora todos estejam sujeitos a sofrerem com apendicite, o caso é mais comum entre crianças, adolescentes e jovens adultos, apresentando discreto predomínio no sexo masculino.
Nos quadros de inflamação é possível que o apêndice se rompa e espalhe todo o seu conteúdo pela cavidade abdominal, assim, convém relembrar que as bactérias que estão lá dentro podem causar uma severa infeção, colocando a vida do paciente em risco.
Os sintomas de apendicite podem variar de acordo com o grau da inflamação do apêndice, e tendem a piorar conforme a inflamação se agrava. O principal sintoma é a dor aguda abdominal. À medida que a inflamação avança podem surgir outros sintomas, como vómitos constantes, náuseas, diarreia e febre.
Embora menos comuns nos casos de apendicite, podem ainda surgir sintomas como: dor ao redor do umbigo, gases intestinais, indigestão, diarreia ou prisão de ventre e mal-estar geral.
O diagnóstico não se baseia apenas num sinal, sintoma ou exame.
Sendo a apendicite uma doença potencialmente grave, é essencial que a identificação seja correta de modo a evitar uma cirurgia desnecessária e outras complicações. O exame médico, como sempre, é muito importante. Neste caso, como a apendicite pode simular diversas patologias, esse estudo é ainda mais relevante.
A realização de análises ao sangue e urina, a ressonância magnética, tomografia computorizada e ecografia são métodos bastante utilizados. Como alguns resultados podem demorar, por vezes o diagnóstico implica a realização de uma intervenção cirúrgica exploradora, sobretudo nos casos em que a suspeita é forte e existe o risco de perfuração.
A cirurgia, denominada apendicectomia, é o tratamento de eleição porque resolve de uma forma definitiva o processo de apendicite, com a remoção do apêndice. Mas o momento ideal para a intervenção depende do estádio da doença podendo, por vezes, ser necessário aguardar. Por exemplo, se existir um abcesso será importante um tratamento prévio com antibióticos por via intravenosa e apenas depois proceder à operação.
Atualmente, a apendicectomia pode ser realizada através de cirurgia convencional ou aberta (que será a opção mais apropriada no caso de existir abcesso ou rutura do apêndice) ou por laparoscopia – uma técnica que permite uma menor agressão cirúrgica, uma recuperação mais rápida e uma melhor exposição do peritoneu, podendo ser feita uma melhor limpeza nos casos de peritonite.
Geralmente, o pós-operatório é simples, no entanto, depende do método cirúrgico utilizado, sendo mais fácil no procedimento laparoscópico. Na maioria dos casos de apendicectomia laparoscópica, o doente pode deixar o hospital 24 horas após a operação, já nas apendicectomias abertas o tempo necessário para regressar às atividades normais é mais prolongado.
Em ambos os casos, pode surgir alguma dor ou hematomas na zona das incisões nos primeiros dias após a operação. Para aliviar a dor e desconforto, normalmente são prescritos alguns analgésicos. As atividades normais do quotidiano podem ser retomadas após uma semana, contudo, os doentes devem evitar fazer exercício físico excessivo, optando por pequenas caminhadas, devem fazer uma dieta saudável e estar atentos à ocorrência de febre ou de sinais de inflamação na área das feridas cirúrgicas.
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