A inseminação Artificial (IA) é uma biotécnica muito utilizada em Medicina Veterinária devido a vários fatores, entre os quais: fatores comportamentais, p. ex. quando a cadela não permite a cópula, incompatibilidades anatómicas entre macho e fêmea que ocorrem frequentemente em algumas raças, principalmente no Buldogue Inglês, como auxiliar reprodutivo, quando o macho ou a fêmea possuem dificuldades na cópula por algum problema físico, como p. ex. discoespondilite; e/ou por necessidade de encurtamento de distâncias geográficas, uma vez que o sémen refrigerado ou congelado poderá ser transportado para qualquer distância.
Antes da realização da IA é necessário que o macho e a fêmea sejam submetidos a um exame médico rigoroso para avaliar o seu estado de saúde, nomeadamente ausência de doença infetocontagiosa, estado sanitário (vacinação e desparasitação atualizadas) e se são, ou não, portadores de alguma anomalia genética.
Para além disto deve ser avaliada a viabilidade do sémen a utilizar. Uma vez verificada a qualidade mínima do sémen este poderá ser utilizado fresco (ou in natura), refrigerado (5°C) ou congelado (196°C).
Existem vários métodos de colheita de sémen: massagem digital (o mais comum), vagina artificial ou eletroestimulação (método pouco utilizado porque poderá alterar as caraterísticas do sémen).
A inseminação artificial consiste na deposição de sémen no trato reprodutivo da fêmea. Para o sucesso desta técnica é imprescindível que o Médico Veterinário faça o correto acompanhamento do ciclo éstrico da cadela e determine o momento correto para a IA através de métodos como: visualização do comportamento sexual, citologia vaginal, vaginoscopia, ecografia e/ou dosagem hormonal sendo este último o mais eficaz.
Identificado o momento ideal para a realização da IA, a mesma poderá ser feita via vaginal ou cirúrgica, dependendo da qualidade do sémen e da tecnologia a que este foi submetido.
Os índices de fertilidade obtidos por inseminação artificial com sémen fresco ou refrigerado estão muito próximos dos obtidos por cruzamentos naturais. No entanto, quando se utiliza sémen congelado, os índices de fertilidade são menores, pois o processo de congelamento reduz a população de espermatozoides viáveis em pelo menos 50 por cento.
É cada vez maior o interesse na utilização de sémen refrigerado e congelado a nível mundial. As facilidades de armazenamento em bancos de sémen e o seu transporte permitem manter e difundir o material genético de um determinado exemplar canino por todo o Mundo.